"Nem sempre os próprios pensamentos são passíveis, com sucesso, de serem traduzidos em palavras." (Nietzsche)
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Ops...
terça-feira, 17 de novembro de 2009
DIETA
Pois bem.
Mania feia e esquisita essa nossa de associar nomes, situações, coisas... Quem nunca falou em "Fulana de Sicrano" ou "Beltrano de Fulustreca"? Bom... o problema não está exatamente na associação... mas na "vinculação".
Primeiro que o ser humano tem esse costume de tomar posse das pessoas e coisas (como se isso fosse sempre possível...). Dizemos "meu pai", ""minha irmã", "meu namorado", "meu filho"... e aí dizemos "meu cachorro"... "minha casa".."meu emprego"... "minha viagem"..."meu país"! Até mesmo igualando coisas tão diferentes e de importâncias tão desiguais!
Bom... vícios de linguagem à parte, SEU coisa nenhuma! Sinto muito!
O emprego que é seu, mas é da firma, mas é do mercado, mas é da economia, mas acaba não sendo de ninguém... Não é seu porque pode ser tirado a qualquer momento.
Até a riqueza! As religiões ensinam que somos tipo depositários de Deus.. meros depositários! Ele pode dá-la ou retirá-la conforme Lhe aprouver..
Falando em Deus, Papai do Céu.. acho que este conceito não é estranho... Este mesmo de "Deus". Meu Deus! ou... "Ah... esse seu Deus não é de nada!"... Alá, Jeová... Uma rosa é uma rosa, não importa como decidamos chamá-la ou que idioma escolhamos.
Nem critico aqui quem fala... mas quem tem a presunção de interiorizar isso... quem realmente ACREDITA que é dono de algo... bom, quer um conselho? "Sente e chore".
Nem seu corpo que lhe acompanha do começo ou fim da vida na Terra é exatamente seu.. que dirão as outras coisas... as pessoas!
Corpo. Você pode se matar (legalmente)? Pode pedir a um médico que encurte sua vida? Pode tirar pedaços seus e distribuir sem autorização médica/judicial? Alguém pode até dizer que irá tatuar, furar, mutilar ("...é meu corpo, tatuo, furo, corto se quiser!") ...
Mas se é "seu" corpo, então porque a sociedade não aceita nenhuma dessas práticas de maneira unânime? Bem.. talvez seu corpo não seja tããããoooo seu.
E não sendo assim tão seu, seu mesmo pra valer... Talvez seja mais fácil, ou menos difícil, entender porque você também não pode protegê-lo... resguardá-lo... garantir sua integridade moral e material. Impedir que alguém lhe viole, lhe machuque, lhe agrida, lhe mutile.
Acontece que caixão não é baú. Então há bem pouca coisa que podemos dizer que conquistamos realmente e ter a certeza de que ninguém poderá nos privar dela(s). E o corpo, a família, o emprego, a casa, e até mesmo os direitos civis e constitucionais não fazem parte desse pacote que é "indiscutivelmente seu".
Sua honra, sua consciência, suas boas ações, suas experiências, as lições aprendidas, os sentimentos cultivados... estes sim... estes você pode encher a boca e dizer: "É MEU E NINGUÉM TASCA!"
Vamos fazer dieta. Dieta de combate à ignorância... tentar nos abstermos um pouco disso. Essa é uma boa dieta. E que tal dieta de cultura? Ler, aprender, ensinar, ver, participar... incrementar nossa bagagem cultural.. Nada mal, hein!? Dieta de afetos... a partir de agora as mágoas e rivalidades estariam excluídas do menu... só os bons sentimentos em relação às pessoas e à vida podem fazer parte da alimentação... a alimentação da alma!
Como disse Shakespeare... vamos plantar "nossos" jardins, ao invés de esperar que nos tragam flores... Mas que este pensamento possa ultrapassar o sentido literal das palavras... que os jardins das nossas almas (e as almas, eu acredito que são nossas... criadas por Deus e realmente nossas!) possam estar sempre repletos das flores dos bons sentimentos e das boas ações...
Não adianta depositar toda espectativa de felicidade em alguém, gente!
Precisamos nos amar, nos 'florir", nos valorizar e nos tornamos "valorizáveis e amáveis".
Se você não se ama, não se curte, não se admira... por que alguém iria acreditar que há no seu coração algo para amar, na sua companhia algo para curtir e no seu caráter algo para admirar???
Que sejamos metade amor... e a outra metade também.
Don't you worry... about a damn little thing... 'cause every little thing is gonna be allright... ;)
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Receita de Vinícius de Moraes...
Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... - não tem nenhum valor.
Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro - seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada - para viver um grande amor.
Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor.
É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.
Para viver um grande amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fieldade - para viver um grande amor.
Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.
Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô - para viver um grande amor.
Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito - peito de remador.
É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.
É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista - muito mais, muito mais que na modista! - para aprazer ao grande amor.
Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...
Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs - comidinhas para depois do amor.
E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica, e gostosa, farofinha, para o seu grande amor?
Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto - pra não morrer de dor.
É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente - e esfria um pouco o amor.
Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia - para viver um grande amor.
É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que - que não quer nada com o amor.
Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva escura e desvairada não se souber achar a bem-amada - para viver um grande amor.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Um brinde!!!
Essa foto foi tirada no casamento da minha muito amada amiga Camila Lima... Representa um momento de encontro com muitos amigos, de realização dessa amiga que amo "de alma" (sabem como é?), e eu gostei da minha cara nela! Então fica aí... cara nova pro blog que também está com novas cores.. mais alegrinho... e verde fluor está na moda! rsrsrsrsrs.
O ano praticamente está no fim.. meu afilhado lindo (sobre o qual falarei muuuuuuuito no futuro) está quase completando um aninho... eu mesma acabei de fazer aniversário (17/out)... o tempo não pára... Como diz Bill (Shakespeare): não importa em quantos pedaços seu coração seja partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Esse ano marcou muito minha vida porque foi um ano de descobertas... Acho que não consigo evitar citações!.. então lá vai... Vinícius de Moraes disse que "A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida"... Pois em 2009 me encontrei muito comigo mesma. Me and myself tiveram ótimas e péssimas oportunidades de conhecerem-se melhor... e (pasmem!) foi nas péssimas que aprenderam mais uma sobre a outra...
Descobri que, porque minha mãe sente amor incondicional por mim, isso não significa que ela seja de ferro!
Descobri que eu não sou tão esperta quanto pensei que fosse... nem tão fraca também!
Descobri que não é o tempo que avaliza as amizades, mas a reciprocidade e o amor e respeito genuínos.
Descobri que me anestesiar contra as coisas que não mudam nas pessoas que eu amo não é falta de personalidade, mas demonstração de aceitação. Descobri que as coisas boas não vão acontecer sempre sozinhas... é preciso fazer nossa parte.
E descobri o quanto isso é difícil!
Descobri que não é preciso ter certeza do que se quer antes de começar a fazer alguma coisa... o importante é começar (acho que isso que Shakespeare quis dizer quando falou mais ou menos que "se não sabe para onde ir, qualquer caminho serve").
Descobri que por mais genial que uma pessoa seja, ela não estará incondicionalmente certa (nem se essa pessoa genial for eu! kkkkk).
Descobri que muita gente tem vontade de hibernar... mas nem por isso podemos fazer isso... Huuuum... descobri que não sou um urso?!
Entendi que sou responsável pelos que amo... como diz no Pequeno Príncipe "tu te tornas responsável pelo que cativas".
Descobri que a religião foi capaz de me dar forças quando nada mais pôde... (por religião quero dizer a crença em Deus, numa força maior)...
Descobri que não adianta ensinar algo a alguém que não quer ou não pode aprender... seria como ensinar física na alfabetização!
Descobri que as pessoas que me cobram que eu seja perfeita me amarão mesmo que eu não seja, mesmo que eu cave um buraco no fundo do poço!... o que não é recíproco com aquelas que me estimulam a "relaxar" e "não me cobrar tanto"... Aprendi a diferenciar colegas de amigos. Aprendi a valorizar os amigos.
Descobri a "Lei da Atração" (essa de que fala O Segredo)...
Descobri que se eu não estudar direito, mais cedo ou mais tarde vou sentir nas minhas notas.
Compreendi sobre decepção política.
Aprendi sobre ser filha... e sobre ser uma má ou boa filha. Aprendi que passar a perdoar não basta, quando não se pára de ofender-se!
Descobri que rezar pode fazer diferença.
Descobri que comprar carne é muito chato! (ontem a noite mesmo pensei em jogar fora uma que estava tentando tratar e virar vegetariana!)
Descobri como é complicado administrar uma casa! Nossa! Descobri até que tenho que guardar o arroz na geladeira mesmo cru.. porque tava enchendo de bichinhos pretos! Aprendi a resolver pequenos problemas sozinha (no fim de semana comprei e trouxe um marceneiro para instalar uma chave tetra! rsrsrsrsr).
Descobri que as vezes leva-se muito tempo tentando aprender coisas... mas muuuuuuuuito mais longo é o tempo necessário quando precisamos esquecê-las.
Descobri sobre determinação. Sobre preguiça. Sobre coragem. Sobre medo. Sobre vontade. Sobre desânimo. Sobre mim. Sobre os outros... E quanto mais sei... mais vejo que o aprendizado nunca vai ter fim... mas é um enorme privilégio poder olhar para trás e concluir: Essa aí sou eu!
Tenho um amigo que se chama Stélio e diz que existem dois tipos de pessoas: as inteligentes e as sábias. As primeiras aprendem com os próprios erros, as segundas com os erros alheios. Obrigadãozão do fundo do coração a todos aqueles que me deram oportunidade de aprender ou superar algo... seja me proporcionando chance de viver ou de observar lições valiosas.
Obrigada especial a Papai do Céu.. Muuuuito obrigada mamãe, papai, Jú, irmãos, amigos "daqui" e amigos "de lá" (da espiritualidade). Valhew!