segunda-feira, 18 de abril de 2011

Nas encruzilhadas mais importantes da vida, não há placa de sinalização.



"At the most important crossroads of life, there's no signposts."
Ernest Hemingway


Não. Nada feito. Na hora do vamos ver, do "pega pra capá", é respirar fundo e, "com peito de remador", no melhor estilo Vinícius de Moraes, caminhar a passos largos pelo caminho escolhido - e (conselho?) é melhor que esta escolha seja sua.

A respeito da escolha?

Vai de intuição, coração, razão, pressão, emoção, indiferença, liderança, esperança, desespero, dor, pressa, pressentimento... Somos "guiados" (o que não é sinônimo, NECESSARIAMENTE, de orientados), quer isto nos agrade, quer não. Mas somos nós (guiados ou orientados) quem estamos à frente das opções que fazemos. Fato!

É possível vivermos vidas espetaculares. Sem dúvidas!

Não estou bem certa, contudo, se é possível vivermos exatamente a vida que desejamos - seja ela menos ou mais espetacular do que a que, no fim das contas, experienciaremos.

É o seguinte: "foi, não foi", volto aqui a bater na mesma tecla que é o fato de que vivemos a vida e não os planos que fazemos para ela. Poucas coisas se provaram tão verdadeiras para mim como esta assertiva.

Pois muito bem. Partindo desta premissa, vamos vivendo, escolhendo, experimentando e obtendo resultados. Ok! Algumas das coisas que conquistamos acabam por coincidir com aquilo que desejamos, mas, via de regra, tenho razões para acreditar que a maior parte do que constitui nosso "momento", quer dizer, o "presente" em cada época, o AGORA, são consequências que se relacionam intimamente ao que escolhemos (ou que deixamos que nos guiasse em nossas encruzilhadas)  mas não exatamente equivalem àquilo que desejamos propriamente falando.

Quer dizer, normalmente as coisas não saem exatamente conforme o planejado, mas 1) tanto faz, porque dá na mesma, 2) tanto faz, porque saem até melhores!, ou 3) puuutz! dá "merda".

O que estou tentando colocar, meu ponto, é que podemos ter uma vida fantástica, melhor, inclusive, do que aquela que "planejamos" em nossos mais alucinantes delírios, mas não porque programamos para que as coisas acontececem desta forma. Apenas fizemos o melhor que poderíamos, tentamos acertar nas nossas escolhas, fomos pessoas tão boas quanto poderíamos ter sido, e a consequência disso é que conquistamos a vida que merecíamos. Simples assim. Lei da ação e reação.

Normalmente não somos tão ousados em nossos "planejamentos" (sim, porque continuamos insistindo em planejar a vida a despeito de sabermos da inexorável perda de tempo que isto significa - e não estou dizendo que não se pode ter projetos ou planejar ações, só que não se pode planejar a VIDA como se ela própria fosse um projeto... não somos tão bons estrategistas ASSIM e aí  nos sujeitamos ao que no Direito é chamado "teoria da Imprevisão"! Resumindo: podemos até conseguir planejar pedacinhos, mas nunca pedações, e NEM PENSAR de planejar tudo...) e nos comportando razoavelmente bem, nos esforçando suficientemente, nos abstendo de sermos medíocres e desleais ao próximo, muito provavelmente teremos uma vida tão boa quanto poderíamos desejar, entendem? A diferença entre ter uma vida espetacular e uma vida boazinha não é planejamento, é atitude.



Semana passada foi um marco histórico para mim. Este ano é meu ano! hahahahaha Sei que até já postei sobre isso! Mas sabem que me surpreendo ainda porque esqueço que implicações maravilhosas esta decisão - de que este ano vai ser meu ano - terá pra mim. Além do mais, sendo um contrato de mim para comigo mesma, no próximo ano estou muito bem decidida de que renovarei todas as cláusulas e que farei de 2012 meu ano também, só que em categoria premium ou algo assim! Não consigo não acrescentar uma novidade... sabem como é! hahahahaha

Mas take it easy! Não vamos nos dispersar aqui!

Pois eu ia dizendo que esse ano - meu ano - tem sido de valorosíssimas lições e conquistas. Só tenho a agradecer. A Abba, obviamente, a minha família... a todos os amigos em todos os planos, todos os que se importam comigo.

Não nos tornamos quem somos de um dia para o outro, nem de um ano para o outro. É um processo tão lento, mas tão lento que é difícil perceber quando começou. Pensamos que "amadurecemos muito nos últimos três anos"... "aprendemos bastante nos últimos meses"... "somos pessoas completamente diferentes da que éramos há 10 anos".

Só que não é bem assim. Mas só conseguimos entender que as coisas costumavam funcionar de uma maneira naquele tempo, que associamos a um determinado marco histórico datado na linha cronológica, e que hoje, no presente, são como são.

Vou dizer uma coisa que me acometeu: e se desde a sua mais tenra infância, desde que você "se entende por gente" não tivesse visto, vivido, aprendido, sido, presenciado, enfim... se a sua vida não fosse exatamente como foi "desde sempre", você seria há 10 anos, ou 3 anos, ou 3 meses a mesma pessoa? E hoje? Está entendendo onde quero chegar?

Antes do marco inicial que você está considerando para a(s) "grande(s)" mudança(s), quantos outros marcos iniciais existiram?

Há 2 conceitos que as pessoas não se sentem, de forma geral, confortáveis para discutir. Dentre as pessoas EU me incluo sem nenhum cerimônia, e faço isso porque DETESTO ser contrariada, especialmente por quem não consegue entender o que estou querendo dizer. E aí, teimosa que sou, parto do pressuposto de que para discordar de mim, o ÚNICO motivo plausível seria que a pessoa não esteja entendendo o que estou explicando. É isso e pronto. Se realmente eu conseguisse colocar dentro da cabeça do outro o que está dentro da minha cabeça. como seria POSSÍVEL que este outro não concordasse? Vez que o que estou colocando é a única resposta LÓGICA - no MEU ponto de vista, evidentemente - para estes dilemas?

Daí porque, justificadamente, detesto discutir sobre estas duas questões. E a maior parte das pessoas, pelo que tenho observado, também perde logo a paciência. Não sei se pelo mesmo motivo. As questões são as seguintes:

1 - Não tem como não existir reencarnação.

2 - O que nós experimentamos enquanto seres em estado de evolução espiritual "precária", no sentido de termos ainda muito a progredir, não é livre-arbítrio, mas uma mera cópia do livre-arbítrio (seria, em metáfora, como Platão diz no mundo das idéias e no mundo real), já que não podemos optar entre ser bons ou ruins, mas apenas QUANDO aprenderemos ou optaremos por ser bons.

O bom de escrever um blog é que não estou debatendo, estou apenas dissertando, divagando. É como diz Jules Renard: "Escrever é uma maneira de falar sem ser interrompido". Mas mesmo aqui, procuro ter cautela, sutileza e sensibilidade ao falar sobre determinadas questões.

Tenho uma historinha na minha cabeça que "desenha" minha tese e que posso colocar no blog um dia. Da criação das almas por Deus! hahahahahaha É meio engraçada... "Era uma vez o mundo. Imaginem que nesse mundo, em algum lugar do Universo, havia uma grande área plana, gigaaaaaaante em que cabiam toooodas as almas que existem (no Universo). Nesse espaço tem um graaaaaande portal, e sob ele tipo uma 'área de largada'. Um belo dia Deus terminou a produção de todas as almas (TODAS!), e Ele teria que ter feito todas e deixado todas estocadas, e aí quando a última ficou pronta ele levou todo mundo ao mesmo tempo (isso é muito importante) pra esse lugar..." Começa assim a minha historinha! hahahahahaha Que tal? Um dia eu conto. :)

Por que eu trouxe essas questões tããão delicadas e que até hoje tinha evitado abordar diretamente no blog, então? Pelo seguinte: pra explicar que além dos marcos de 3 anos, 10 anos, 15 anos, 20 anos atrás... que você considera decisivos para explicar a pessoa que você é HOJE, podem existir marcos (de mudanças, eventos, lições importantes que interferem na nossa bagagem espiritual, nossa personalidade) que sejam de centenas ou milhares de anos!

Digamos que "vida é uma só" DE CADA VEZ... que existe uma graaande vida, que é a reunião de todas as vidas, uma existência... e que estamos constantemente entrando e saindo de "cenário/cena" (literalmente), mas que, nos bastidores há um script que torna possível entender melhor a divisão dos "papéis" neste grande "palco".

Lembrem-se de que temos todo o tempo do mundo para nos tornamos quem quisermos ser. Nisso consiste nosso limitado livre arbítrio: no bom ou mal uso do tempo. Ces´t fini! Você não precisa se aperfeiçoar como "artista" enquanto não quiser.


No texto de Vina de Moraes chamado "Para uma menina com uma flor" ele diz assim: "eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aléia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfrentando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações - porque você é linda, porque você é meiga e sobretudo porque você é uma menina com uma flor."


Caramba, né? O que ele quis transmitir com isso? Que se ele não tivesse tido experiências anteriores com outras pessoas que o depuraram, o experimentaram, o que ele sente por ela e a forma como ele demonstra não seriam iguais? Que a própria "escolha", o fato de que tenha se apaixonado por ela, o que ela é/possui que fez com que ele se envolvesse resulta daquilo que ela tem de comum e de diferente com as outras mulheres com as quais ele conviveu!? Isto é óbvio - embora seja um saco e eu vá morrer evitando pensar nisso (talvez até negando!), se estiver apaixonada por alguém, porque eu não quero ser "a filha dileta das mulheres que ele amou" - vivenciar, viver é altamente educativo.

Aprendemos a nos conhecer e aos nossos sentimentos e a educar a nós mesmos e aos nossos sentimentos. E assim nos tornamos menos difíceis para os outros. Quanto mais relacionamentos sérios e duradouros tivermos, mais provavelmente eles irão durar, sendo o último o com maior probabilidade de êxito.

Podemos perder um pouco do romantismo, das ilusões, das fantasias. Mas ganhamos em qualidade e em companheirismo.

O ponto é o mesmo: somos nós vivendo e mudando diariamente, nos transformando na pessoa que seremos amanhã (daqui a 20, 30, 40, 50 anos). Quando começou a mudança? No dia em que nascemos, pelo menos até onde podemos registrar. E quando terá fim? Pelo mesmo "critério", no dia em que deixarmos de respirar.

No decorrer deste processo permanente de transformação, nos deparamos, eventualmente, com encruzilhadas. Não é uma coisa constante, embora o espaçamento entre a última e a próxima (encruzilhadas) não possa ser precisado. As encruzilhadas são momentos-chave.

Quando nos deparamos com uma, precisamos tomar consciência de que rumos temos dado à nossa vida, já que estes - os rumos - nós os escolhemos tão automaticamente que, normalmente nem sentimos! Nem percebemos! Precisamos avaliar o que danaaaado andamos fazendo, se temos seguido por uma trilha que, ao menos possivelmente, nos levará ao destino que almejamos chegar.

Compreendo que não possuímos o controle da jornada, que, por mais que insistamos em planejá-la, fazemos isso apenas para nos darmos a falsa sensação de segurança que muitas necessitam para seguir adiante. Compreendo que o que irá acontecer durante a jornada foge ao nosso planejamento, ao nosso controle e, não raro, à nossa compreensão. Mas é OBRIGAÇÂO de cada um, no curso desta jornada, ter em mente um destino. Um objetivo.

A destinação, gente, não PRECISA ser fixa. Precisa existir. Somos "livres" (na medida em que dispomos de todo o tempo que quisermos dispor) para mudar de destino tantas vezes quantas quisermos. Podemos mirar objetivos dos mais variados e até conflitantes. Mas objetivos são necessários. Viver a ermo é perde-se em si. É padecer.

Ora, com objetivos nos frustramos e nos desesperamos, mas sem eles nos tornamos indiferentes e a indiferença é o sentimento mais perigoso e destrutivo ao homem quando é de si para consigo mesmo.

Pois muito bem. Chegamos a uma encruzilhada e, naquele instante, temos um objetivo em mente. Precisamos encarar se os caminhos que andamos tomando até ali nos têm conduzido à meta que traçamos ou se estamos nos enganando e nos sabotando. Precisamos ser realistas e reavaliar este objetivo para entender, em caso de auto-sabotagem, se isto não é uma mensagem de nosso "inconsciente" dizendo "Olha, não é isso que você quer, hein?! Se liga e traça aí outro plano que esse não vai te realizar!"  Ou se estamos sendo negligentes conosco e temos é que tomar vergonha na cara. As encruzilhadas são A HORA DA VERDADE.

Aí, colega, não tem pra onde correr. Temos que encarar a vida como ela é e decidir que caminho tomar dali em diante pra que sejamos, em 1, 2, 10, 15, 30 anos (!!!) a pessoa que queremos, podemos e merecemos ser!

Só que nessa encruzilhada não tem placa. Não tem guia. Não tem ajuda dos universitários. É você e você. Solamente!

Já dizem os sábios nordestinos: RAPADURA É DOCE, MAS NÃO É MOLE! Copiou? O que acontece quando tomamos o caminho errado? Bom, aí depende...

Quando tomamos o caminho errado numa encruzilhada, o estrago que isto vai lhe causar depende do esforço que você tiver empregado para que isto não tenha acontecido.

Se você realmente fez o que podia, e mesmo assim, "deu merda"... a próxima encruzilhada deverá ser mais suave. A sua consciência não vai lhe atazanar o juízo durante a jornada, as coisas não vão ser como você gostaria, ou como poderiam, mas vão acabar fluindo... Deus alimenta os pássaros e veste as flores e nós só podemos ser o melhor que nós podemos ser. Não se exige de nós que sejamos comparáveis a mais ninguém.

Agora, cumpadi... se foi corpo mole, safadeza... falta de compromisso. Aí o tamanho das pedras e cascalhos no caminho será proporcional ao seu desleixo, ao seu remorso (ou à ausência de remorso). À sua vontade de mudar dali em diante, ao seu desejo sincero e profundo de receber ajuda e de, se tornando uma pessoa diferente, ver o reflexo desta diferença no seu caminho. Tudo será tão relativo quanto puder ser. It´s up to you.

Vamos vivendo... dia após dia. Sentindo as coisas mais esquisitas, muitas das quais nem mesmo conseguimos nomear, tão pobre que é nosso vocabulário. Nos contentamos com nomes repetidos ou insuficientes porque a necessidade de externar o que sentimos é maior do que a de que os externemos de forma acurada. Nos sentimos sufocados de felicidade e angústia com intervalo de dias ou horas e esta oscilação as vezes é dilacerante, mas não há nada que possamos fazer.

Vemos que ao nosso redor, por toda parte, todo mundo tem problemas. Emocionais, físicos, muito mais difíceis que os nossos.

As vezes eu queria poder arrancar os problemas e as dores das outras pessoas. O que faríamos se Deus perguntasse: "tudo bem, eu tiro a dor dele, mas posso pô-la em você?" Claro que Abba nunca faria isso... é que eu fico pensando no tanto que é difícil ser bom. Sim. Para muita gente eu diria que sim. Mas eu acho que Abba apenas tiraria e colocaria numa pedra. É por isso que preciso acreditar no antes, no MUITO ANTES, e no depois, no MUITO DEPOIS. Por causas das dores, das angústias, mas da coragem de tanta gente boa no mundo. Me recuso a creditar ao "caos" ou à injustiça o porquê das coisas serem como são.


De vez em quando, as encruzilhadas se apresentam sob a forma de pessoas. É bem comum que isto aconteça comigo. A bem da verdade, acho que talvez eu costume atuar como encruzilhada na vida de algumas pessoas. Talvez isso explique muita coisa... Principalmente a efemeridade.

Ontem estava assistindo a um filme em casa chamado Remember me (Lembranças) e uma frase me capturou: "Our fingerprints don´t fade from the lives we touch". Sounded just like me. I hope. I trully hope they don´t... you... they don´t fade... my fingerprints! They were so many!

O protagonista neste filme também citou Gandhi dizendo "Whatever you do in life will be insignificant, but it’s very important that you do it because nobody else will." Uaaaau! Hãããã?! Sounds SO just like me...  Doing things anyway! Strongly believing that if I don´t, nobody will. The world savior! Mas quem guardará os guardiões? Sed quis custodiet ipsos custodes?

Entendem? Alguém entende? Por favor, entendam! :) Pleeeease!

Os fins de semana não têm sido bons pra mim. Estranho, né? Afe. Ando dormindo pouco. Este último resgatei uma prática que estava abandonada e que durante muitos anos me acompanhou... ver filmes. Vi quatro! Dormi nada. Tomei um susto comigo mesma. Refleti MUITO. Acho que, não sei se chega a ser uma encruzilhada, mas foi um dos tais "marcos".

Muito em breve, nesse feriado, vou embarcar numa aventura. É a realização de um sonho. Depois eu conto. Espero que não tenha nenhum leitor curisoso-crônico-cardíaco-ansioso! hahahahahaha :) Prometo que conto! Deixa ver no que vai dar! :) Não infartem, ok?

Só peço que continuem seguindo em frente (e o blog também! hahahaha) e que não se tornem indiferentes diante das próprias vidas! Tudo menos isso, ok? Se rasguem, se exponham, fiquem profundamente arrependidos e ressentidos consigo mesmos! É horrível! Uma droga! Mas é melhor do que olhar pra trás e perceber que não existe "longo" caminho coisa nenhuma, mas um grande e inútil círculo por onde você tem rodado pela vida, repetindo as escolhas nas encruzilhadas que te levam sempre a voltar para o ponto de partida.

"Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão..."
(Vinícius de Moraes)





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