segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Por trás de todo bicho que fere, tem um bicho que foi ferido.


Todo mundo é lobo por dentro (Petulante)

Oswaldo Montenegro

Todo mundo é lobo por dentro
ninguém é lobo mau (pra sempre)
Tem gente que nasce lobo?
Responda você!


Você me disse que eu sou petulante, né?
Acho que sou sim, viu!?
Como a água que desce a cachoeira e não pergunta se pode passar!
Você me disse que meu olho é duro como faca...
Acho que é sim, viu?!
Como é duro o tronco da mangueira onde você precisa se encostar.
Você me disse que eu destruo SEMPRE a sua mais romântica ilusão.
E que destruo sempre com minha palavra o que me incomodou...
Acho que é sim, viu?
Como fere e faz barulho o bicho que se machucou...


COMO FERE E FAZ BARULHO O BICHO QUE SE MACHUCOU, VIU?

COMO FERE E FAZ BARULHO O BICHO QUE SE MACHUCOU...

Todo mundo é louco por dentro
Ja viu alguém normal
Pra sempre?
Tem gente que nasce louca?
responda você!


Essa música dispensa comentários, né? Todo bicho que fere, foi em algum momento ferido.

Um animal acuado é uma situação delicada e tensa de lidar... e somos todos o quê? A única diferença é o grau... o tanto que fomos e somos feridos... o tanto que temos medo OU que nos tornamos ariscos.

Uns reagem de um modo, outros do outro.

Tem uma expressão conhecida na roça que diz "cachorro mordido de cobra tem medo de pau". Significa que o trauma do animal é tão grande, maaas tão grande, que de ver um pedaço de pau ele lembra da cobra e tem medo! E entra na defensiva.

Muita gente conhece a frase famosa: "o que importa não é o que lhe acontece, mas o que você faz do que lhe acontece". Quer a REAL? O importante é que depois que coisas ruins lhe acontecem, o que você faz disso é se tornar um bicho DESCONFIADO que acha que a melhor defesa é o ataque (meu caso, normalmente... Droga! Nem me fale.. eu sei que é uma meleca!) ou que corre léguas com medo de se magoar, mesmo que perca grandes oportunidades e deixe de viver situações únicas.

"Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi" (Roberto Carlos)

Sabe aquela pessoa feliz e sorridente, mongol e satisfeita, cheia de sonhos cor de rosa que dá bom dia a todo mundo e acha que todo o mal do mundo foi "sem querer"??? A gente olha pra ela, sorri, pensa que é bem bonitinho isso, que até queria ser assim... mas que aquilo ali "é falta de peia!" Vai ter bom humor assim toda hora na casa do chapéu, né?! CANSA!!! Quem levou porrada da vida pode até sair espalhando flores e sorrisos de vez em quando, pode ser otimista e uma excelente companhia, mas quando chega um momento de colocar à prova aquelas qualidades humanas com as quais já se decepcionou tantas vezes... bota um sorriso na boca, a esperança no coração e o colete à prova de balas, que de bobo não tem nada!

"Eu dou um boi pra não entrar numa briga. E uma boiada pra não sair dela" (Autoria desconhecida)


Essa música de Oswaldo Montenegro... que inaugurou o post,  reflete a necessidade de sermos fortes que todos achamos que temos... mas não sabemos exatamente como exercitar.. e acabamos mesmo é metendo os pés pelas mãos e ferindo outras pessoas, porque fomos feridos por ela ou por outro alguém em algum momento.

Não queremos, e não SOMOS... mas agimos como se fôssemos PETULANTES porque queremos ver se o outro é capaz de enxergar nosso verdadeiro eu... E a pessoa não entende nada e PEEEEEEEEEEEM! Reprovada no teste. You failed. E isso nos deixa arrasados...

Começamos empolgados, pensando em mil coisas e construindo mil castelos sobre as nuvens! E aí começamos os testes... E a outra pessoa não adivinha o que estamos pensando (a culpa é dela, claro! hahahahahaha Era pra adivinhar!) E ficamos na dúvida, suspeitando que o outro não está disposto a nos acompanhar, seja até Taj Mahal seja até a caixinha de papelão embaixo da ponte, viramos uma avalanche.

Acabamos concluindo que somos nós que nos dedicamos mais, que nos esforçamos mais. Duvidamos das habilidades de comunicação do outro e começamos a focar nos seus defeitos.... Já estamos querendo nos proteger também... por isso que é importante ver que o outro não vai dar conta! Pensamos assim e saímos despejando toda aquela frustração... toda aquela dor, todo aquele desamparo que estamos sentindo... não medimos palavras nem gestos nem nada... saímos exatamente "como a água que desce a cachoeira e não pergunta se pode passar..."



Podíamos ter pensado que estava cedo para avaliar alguém ou que ele também tem seus medos, traumas, inseguranças... mas não! Podíamos ter parado e pensado SE nossas habilidades de comunicação são boas assim... Mas nãããããão! Somos ótimos conhecedores do ser humano e o problema é que se fulano ou siclana realmente quisesse alguma coisa ele estaria agindo diferente... Diferente como? E se ele ou ela pensar assim e esperar que você haja diferente? Sabe o problema qual é? Todo mundo tem medo. Como reagimos ao medo é que varia.

Depois que essa enxurrada de palavras e lágrimas e expectativas frustradas destruiu nossos castelos de sonhos, nos fez sentir idiotas, ingênuos... passamos a ter pena de nós, do mundo, das pessoas! Mas não aceitamos isso! Começamos a pensar no que deu errado. Ficamos divididos entre o "eu já sabia" e o "eu ACREDITEI"... Identificamos nossos erros, mas tendemos a minimizá-los diante dos erros do outro. E ele vai fazer exatamente a mesma coisa. Resultado: os dois continuam com sua razão. Conclusão: Não vai ter conclusão... alguém tem que ceder... Por que não podem os dois cederem? Sei lá. As vezes acontece.

Toda aquela pureza se reverte em frieza, em vazio, em cansaço! Nem é raiva, nem mágoa... É o nada. É olhar pro outro e pensar que a gente queria tão POUCO! E estava disposto a dar TANTO... e ainda assim por covardia, por comodismo, por insegurança, por egoísmo, por ignorância, por fraqueza, por burrice, ou por simples falta de amor... é isso: falta de amor (!) a pessoa nos feriu daquele jeito. Falta de brio! De integridade! De somente saber o que quer de verdade.

A gente pensa que um ataque direto contra a gente não teria conseguido nos agredir daquela forma porque seríamos fortes, estaríamos prontos! Mas quando é esse tipo de "ataque"... o ataque de quem se recusa a lutar! LUTE! Me xingue, me rasgue, me odeie, me ame, REAJA! RESPIRE, faça QUALQUER COISA! Mas você sentou no chão, ou começou a jogar joguinho no celular! Sei lá! Uma coisa assim bem de quem não tá dando importância ao que tá acontecendo... Você ficou parado olhando... Você deu meia volta e bateu em retirada. "O não-lutar" é o pior golpe. Ferir de morte é dizer: "você não vale o esforço da luta".
E então você me olha e se ressente... porque meu olho é duro como faca. Acho que é sim, viu?!


Eu até posso acreditar que você se importe, que esteja sofrendo... mas por que você não reagiu? Por que?  Por que ficou ali, passando aquela impressão que você SABIA que eu ia ter de que não ia lutar? Eu não vou pensar que "ela sabe o que é melhor pra ela"... "ela sabe que eu gosto dela"... "ela sabe que eu quero estar com ela"... O que eu sei é o que você demonstra! O que você diz na hora em que eu preciso ouvir! Eu sei é que você não fez absolutamente nada. Isso que eu sei. Que não é de confiança quando eu precisar que lute por mim! Cadê aquilo de homem-caçador, mulher-leguminosas? 
(Aaarghhhhhh! Seja homem, rapá!)

Nenhuma mulher quer um homem que não esteja disposto a enfrentar o mundo por ela.

NENHUMA MULHER QUE UM HOMEM QUE NÃO ESTEJA DISPOSTO A ENFRENTAR A SI MESMO POR ELA.

Ficar com uma mulher é uma luta diária e eterna pra o homem. Vai contra a natureza dele. É Freud, É Shopenhauer! O homem precisa lutar contra si, contra o meio ambiente, precisa conquistar a mulher diariamente, precisa ser guerreiro, sagrar-se cavalheiro! Igual Vinícius de Moraes disse no texto "Para viver um grande amor"! Ele disse ainda que "para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor"...

O homem não pode dar pra trás jamais. Nunca. Nem a mulher. Ficar junto é desafio diário. Um precisa ser o tronco da mangueira onde o outro precisa encostar.

É muito ruim se sentir um bicho ferido. Uivando. Grunhindo. Perdido de um lado pro outro da clareira... Não sabendo ao certo se chora, se corre, se senta no chão. Lembramos que temos que ser fortes. Fortes e duras.



Talvez se eu tivesse sido mais dura... Menos emocional... Menos empolgada... Com menos expectativas! Menos sonhos. Cada vez que você me fere me faz um bicho que fere mais. Faz de mim uma coisa mais sem controle. Penso que tenho que ser assim...

Só que você não entende minha mudança. Você não percebe que existe uma razão pra que eu lhe ataque. Lhe provoque. Estou lhe ferindo de volta. Acho que no fundo, no fuuuundo minha esperança é que você me mostre o quanto estou errada. Que não vai mais me machucar. Que vai é cuidar de mim. (Ufa! Não preciso mais ferir ninguém!)  Quero que você deixe de fazer as coisas que me ferem. Que me consomem. Que me deixam na defensiva, na ofensiva, que me deixam acuada e ao mesmo tempo agressiva.

Mas isso não acontece. Ao contrário. O que acontece me deixou mais arisca. Semana passada mais que a anterior. Hoje mais que ontem. E você não ia aguentar muito tempo. Eu sou muito boa em ser ruim. Só que eu não gosto. Não quero mais. Quando isso vai parar? Não sei... Agora é que eu não sei mesmo.

Você me disse que eu destruo SEMPRE a sua mais romântica ilusão.E que destruo sempre com minha palavra o que me incomodou...Acho que é sim, viu?

Agora que tive your full atention!
(Sei que parece a "clássica maneira errada", mas é verdade)
E as minhas mais românticas ilusões? Você sabe o que fez com elas? De que forma as despedaçou?

E sou um bicho brabo. Venho e cutuco na ferida. Vou lá e falo aquilo que vai lhe magoar, que vai mexer com seus brios. Falo e em seguida me sinto mal. Mas sigo, como o tronco duro da mangueira, como a água que não pergunta se pode passar. Porque já "prevejo" o futuro, e assim acho que até o estou atraindo.. mas NÂO sei de que forma parar esse processo. Sou bicho ferido.

Até os 48 minutos do segundo tempo espero que você salve toooodo mundo!
Que você veja tudo o que está acontecendo e salve a princesa (que sou eu, claro!) Mas você não vem.
Não importa que palavras eu use... que ilusões eu destrua. Nada muda. Tentei ser legal e construir castelos de sonhos... e você não entendeu nada. Tentei lhe rasgar e lhe sacudir e apertar suas vísceras... e você não entendeu nada!


E na hora definitiva, em que eu, bicho ferido cansado, suado, ensanguentado, engolindo o choro, exausto olho pra você no campo de batalha.. esperando por qualquer coisa! QUALQUER uma... que você responda às minhas provocações, que levante a bandeira branca e traga uma caixa de band-aid... sei lá! Que seja! Que mostre que tem brios e testosterona! O que você faz? Olha para os pés e vai embora...

"Cachorro mordido por cobra tem medo de pau..."

Você não lutou. Você correu.

E eu deixei. O que eu podia fazer?

Não sobrou sonho nenhum. Nem esperança nenhuma. Nada. Não tenho no que me agarrar, a não ser em mim. Minhas palavras foram levadas pelo vento, e você não disse nada que o vento pudesse me trazer. Você ficou calado vendo tudo desmoronar.

Quão diferentes duas pessoas podem ser?

Todo mundo é lobo por dentro.
Mas nem todo mundo é lobo mal pra sempre


Eu acho que por trás de todo bicho que se sente amado, tem um bicho que ama...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Esperteza...


"Só há um verdadeiro sucesso: ser capaz de viver a vida à sua maneira."

;)

Christopher Morley

Constatação


"Como é fácil escrever difícil."

Eugenio Colorni 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Crise existencial!


Oi gente... Como vão vocês? :D
Então...

Momento de crise existencial. hahahahahahaha Are you ready? Porque I´m definitely NOT!

E aí? Eu abri a página do blog e tem aquela minha foto pequenininha junto à frase em que se lê: "Esta aqui sou eu!" Ok. Não é uma afirmação falsa... mas é que aquela lá SOU eu, na maior parte do tempo, muito sinteticamente falando. Quando vi aquilo pensei logo: "É... é mais difícil do que pensava..."

Alguns devem ter lido no dia em que postei sobre os meus quatro signos, em que disse o que Deus escreveria na na minha etiqueta, se as pessoas carregassem uma etiqueta, é claro, lembrando que ao final do "meu rótulo", escrito por Abba, estaria muito bem explicado que "o resto só Eu sei", sendo que o EU da questão é ELE... e não eeeeeu (Eduarda)... porque EU-Eduarda, estou beeeeeeem longe de saber o que, quem ou quando danado EU-Eduarda sou ou estou seja lá de que jeito, feita de quê, como... acuma?!

Imaginem só que ali, naquela época, eu não estava confusa sobre mim! AGOOOORA eu estou!

"Olá, me chamo Eduarda, vim de um planeta chamado Marte e estou em crise existencial com todas as moléculas do meu corpo! As a matter of fact... minha crise começa bem mais no fundo... em todas as partículas energéticas da minha alma, sei lá!" (Que tal isso pra começo de conversa?)

Minha maior dificuldade hoje é focar. O tempo não está passando em horas, minutos, segundos pra mim... Simplesmente desconheço a palavra ou a medida que possa descrever a passagem do tempo na minha vida neste momento.

Também minha disposição física não parece obedecer a nenhuma lógica ou padrão que eu já tenha experimentado ou presenciado na minha vida, ou que tenha lido a respeito ou ouvido falar.

O valor das coisas, as pessoas, tudo parece ser diferente do que era há um tempo e eu simplesmente não consigo atribuir isto a uma causa ou encontrar um porquê.

A única coisa que sei é que nada sei... e só agora REALMENTE consigo entender Sócrates. Uma coisa é "Aaah... eu sei que ninguém sabe tudo e eu não sei quase nada"... outra coisa BEM diferente é "Meu Deus! Estou completamente perdida!".


Fico pensando o que um psiquiatra ou psicólogo diria, ou um teólogo ou orientador religioso - algum xamã de plantão?! Não sinto que eu esteja louca (o que deve ser um mau sinal... hehehehe) e nem estou com pouca fé ou perturbada no sentido literal da palavra. Não é, exatamente, uma perda de consciência...

As vezes penso que seja até um aumento. Mas então fico em dúvida porque me sinto realmente num nível de consciência difícil de controlar... É surreal! Será que sou uma X-MAN? Professor Xavier!? Onde está você!? Uma mãozinha seria útil aqui!!! Se era assim que Jean (é assim que escreve o nome dela? Tô com preguiça de googlar) se sentia, não me admira que ela tenha surtado! haahahaha Ops! Sorry... É que não resisto a uma pitada agridoce de sarcasmo! :P

Sentidos físicos e mentais que eu parcialmente desconhecia parecem mais aguçados. Sentidos que eu CONTAVA parecem entorpecidos... What the f... is this? Minha cabeça e meus olhos doem... Os pensamentos viajam numa velocidade absurda! Mas isso não é bom, porque dá PREGUIÇA fazer as coisas quando nossos gestos não conseguem neeeeem de perto acompanhar nossa mente... Isso já ERA um problema ANTES.. agora está uma tortura! Ao mesmo tempo, me sinto insegura, desfalcada, incapacitada para as atividades que PRECISO desenvolver. Tenho que focar. Focar é o mais difícil. É a coisa mais difícil do Universo!  Escrever aqui, começar ao menos.. foi absurdamente difícil.

Estou me sentindo um personagem de filme de ficção lunático (Oook.. I´m supposed to be from Mars.. mas isso já está ficando ridículo! Ok! Já ficou ridículo!). E me pergunto: "ainda tem alguém acompanhando bulhufas do que estou escrevendo a esta altura?"

Se todas as coisas têm um propósito, e eu acredito ferrenhamente que sim, qual o propósito disso e QUANDO eu vou voltar ao MEU normal, que já não é lááááaaa esses normais toooodo?! Quando vou entender esse (des)propósito? Saudade de quando eu era SÓ diferente... Agora sou diferente em crise existencial! Alguém chame a carrocinha do sanatório! :/

Há há háááá! Podem parar de rir, hein? hahahahahahah Oura!!! Tô fazendo drama só de leve! hahahahaha Táaa... eu confesso.. tenho uma veia pra a dramaturgia! :) Mas é sério! Tô me sentindo igual mutante rebelde da escola do Professor Xavier! Só que pior... menos aborrecente, sem a desculpa dos hormônios! Que bixiga é isso!?

Domingo fui andar no parque, entrei numa trilha deserta, dancei (Siiim! Dancei no parque... Não... não tinha mais ninguém dançando lá....), fiz amizade com uma árvore... (Sim! Fiz amizade com uma árvore, aquela coisa com raiz, caule, folhas e frutos).

Abracei e me despedi dela (da minha nova-amiga, a árvore) na hora de ir embora! hahahahaha SÉRIO! Passei 40 minutos dançando "Monobloco" nas trilhas do parque e até girei! G-I-R-E-I  com os bracinhos abertos igual aqueles filmes em que a protagonista gira na beira da praia com os braços abertos, a chuva caindo, sabe? Só que estava o maior sol e eu estava ouvindo samba! Foi bem relaxante, by the way... Aconselho! Podia chamar eco-giro-dance-terapia! hahahahaha Que tal?

Enfim... cheguei à conclusão, ultimamente, de que é importante resgatarmos o contato com a natureza, com o céu, com o barulho do vento (Pois é... como se não bastasse dançar no parque e ter uma amiga árvore, também dei pra OUVIR o vento!).

Percebi a importância de reorganizar meus horários de dormir, estou sem beber, voltei a malhar... Enfim! Tô "mucho" maluca beleza. Huuum... Só pra deixar claro: Não, eu não uso drogas! Lembram? Nem bebendo estou! Faz parte deste meu momento introspectivo. Mas eu tenho que concordar que foge um pouco ao meu perfil.. sei lá! É isso!


Que perfil?! Quem eStOU eu?


Hahahaahaha. Que booooa pergunta, né? Muito pertinente. Interessantíssima!

Pois bem. Todos temos fases, momentos, eus e mais eus dentro de nós. Quantas eus EU já fui? Até simultaneamente!? Sei lááááá! Outro dia o André estava me explicando que é do ser humano ser vários... e que em algumas pessoas é um processo acentuadíssimo... por isso temos indivíduos por aí que são a negação de si mesmos. E aí lá vem aquele papo de consciente, inconsciente, subconsciente, do "eu", blá blá blá... e tome Freud!

Mas nem é disso que estou falando... Estou falando que a gente vai mudando mesmo.. se buscando nessa vida, nas nossas relações com os outros e conosco. Nem estou falando de fenômenos da psique humana.. tô falando de a gente parar, respirar fundo e pensar, muitas vezes em voz alta: "Quem me viu, quem me vêeee... É isso aí!" E aquilo ali ser meeesmo que um murro no estômago! Nem a gente tinha se dado conta do taaaanto que mudamos!

Tô falando de passarmos a gostar de pessoas, coisas, lugares... ou deixarmos de gostar! De aprendermos a viver com isso tudo.. ou sem! Tô falando de a vida dando porrada e depois assoprando e a gente se tornando o produto das nossas experiências, das nossas escolhas...

E de tudo isso... em todas as mudanças... normalmente sequer nos damos conta durante o processo de que estamos em um processo.. Na verdade, nem poderíamos.. porque é algo que costuma ser constante e sutil. É todo dia, toda hora.

Seja um looooongo burilamento, que levará anos, a vida inteira... Seja um que levará instantes! O corriqueiro é que nem sequer percebamos que estamos mudando. Um dia, olhamos pra trás e pensamos: "Puuuuuuuuutz! Já era!"

E o que eu sinto que está acontecendo agora? Sinto que a gravidade acabou. Comecei a flutuar. O que me assustou é que eu estou sentindo intensamente este meu processo atual de mudança, que foge ao corriqueiro de ser ser uma coisa imperceptível ou próxima ao imperceptível!

Entrei num mundo paralelo em que a medida do tempo é outra. É como se o mundo fosse a tela de um Ipad! hahahahahaha Parece que posso esticar a mão e manipular os ícones... e todos esses ícones são vídeos do que estou pensando e vivendo. Posso assistir quantas vezes quiser.. mas não posso mudar o que já pensei ou já vivi.

Só que isso está me matando! Me enlouquecendo. Não consigo, neste estado, realizar minhas atividades regulares. Não consigo entender e aguentar o tempo no "mundo normal"... tudo me cansa bem mais ou então bem menos do que deveria e me deixa irritada e confusa. Me sinto na obrigação de pensar mais, pesar melhor as escolhas e isso é "anti-natural"... não quero isso. É muita responsabilidade.

Quero agir também por impulso e dizer: "Ops! foi mal.. nunca imaginei!"  Só que por mais maluco que pareça, lá dentro de mim, eu e Abba saberemos quanto de verdade tem aí ou não... Bem lá no fundo, no fundo.

É difícil respirar "aqui e agora". Me sinto ansiosa demais e muito sozinha, sem ter quem compartilhe comigo desta experiência, quem me compreenda. Quero "voltar", mas não sei como. Quero VOLTAR e perder esta aparência ridícula de controle que é, na verdade, a maior ausência de controle que já tive em toda minha existência. Se o livre arbítrio é um conceito platônico no mundo real, neste mundo é uma piada!

Sei que, de todos os textos malucos que escrevi, talvez - provavelmente - esse ganhe o oscar. Enquanto chego a esta conclusão alongo o pescoço para trás, respiro bem fundo e resolvo compartilhar isso também: "Ei! Eu estou aqui!"

Estou aqui, respirando, com tensão muscular, com um memorial super complicado para entregar no escritório (de um recurso especial em uma ação rescisória) e há 3 dias estou com dor de cabeça. Tenho problemas comuns! Preciso de assistência técnica num guarda roupa, tenho zilhões de contas pra pagar, preciso alinhar e balancear o carro, tenho preguiça de ir na academia, brigo sempre com meu namorado... tudo igualzinho a todo mundo.

Então, quem estou eu? Quem sou eu? Boa pergunta, hã? Não sei. Hã, hã... A diferença é que hoje eu SEI que não sei. Amanhã pode ser que eu ache que descobri. Se (foi o que escrevi num dos últimos posts) "in claris cessat interpretatio", estou sempre tentando me interpretar. Quando chego a uma conclusão, naquele momento aquela é a minha verdade. No momento seguinte, não sei.

As vezes está mais difícil, como agora... O que eu sinto, neste instante, é que também "in nox cessat interpretatio"... Porque nessa escuridão não consigo ver ou entender muita coisa... ou ter segurança.

Tenho fé... sei que o propósito disso, dessa confusão dentro de mim, só pode ser meu crescimento, meu amadurecimento. E que, se eu sou responsável por estar assim, existe algo que eu preciso compreender e modificar em mim ou na minha vida. Ou então uma dificuldade que tenho que superar. E irei! O frio nos é dado conforme o cobertor, certo? :) Então "vamos pra frente que atrás vem gente"... e "tuuuudo certo na Bahia!"  hahahahahaha

É como diz a frase famosa... não sei de quem:

"Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez."

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Passe adiante!!!


Hoje eu estava vindo pro trabalho e tinha um carro andando irritantemente ultra hiper devagar na minha frente. Só que aqui em Brasília tem essas tesourinhas e essas entradas que quando a gente perde... Iiih! Já era! E a aaaanta tava bem na faixa das entradas. 

Agoniada eu o ultrapassei, mas para mim isso tudo demorou tanto e eu estava com tanto "medo" de perder a minha entrada, que acabei pegando a entrada errada, uma antes da certa! E tive que fazer uma voltinha pela Asa Sul pra pegar a Ponte do Pontão... porque eu trabalho aqui no Lago Sul em Brasília.

Ok. Por que eu estou contando isso? Sempre tem um porquê, né? Porque eu fiz um "pedaço" de caminho hoje que nunca faço... esse que tive que fazer pra consertar meu erro. E nesse meio tempo parei em um semáforo. Sentado na base do semáforo estava um senhor dos seus 56.. 60 anos, com um monte de estopa (o velho pano de chão) e de saco de lixo pra vender... Ele estava sentado em cima daquela pilha de coisa, por volta de 9:10 da manhã, e estava respirando de um jeito meio ofegante, como se estivesse tendo dificuldade.

Esse senhor, que tem idade para ser o meu pai, era barrigudo e completamente careca, estava olhando para frente e respirando desse jeito, quase desesperado, com difilculdade... o dia inteiro pela frente. Até o fim de hoje vai ficar lá tentando vender aquilo lá... e não sei pra que casa ou pra que família ele irá voltar (contando que ele tenha uma casa e uma família, mas se não tivesse porque estaria trabalhando ali vendendo pano de chão e saco de lixo? Deve ter! Talvez alguém doente? Talvez sustente algum neto?).

E meu coração se encheu de tanto, tanto, mas taaaanto amor por ele. Um desejo sincero e profundo de que ele esteja se sentido bem, de que seja impressão minha isso de falta de ar. Que ele tenha pessoas amorosas em casa e uma saúde perfeita. E me deu uma sensação tão esquisita... porque todo mundo sabe que a sociedade é assim mesmo, cheia de desigualdades... que as oportunidades não são as mesmas... que nos cabe correr atrás e que algumas pessoas têm uma distância maior a percorrer se quiserem chegar exatamente no mesmo lugar que outras... Mas quando olhamos pra isso ali, na nossa frente - a desigualdade -  e nos damos realmente conta de que ela é real... acho que é apenas humano sentir. Só SENTIR.

Eu acredito em reencarnação. Me ajuda a compreender porque alguns nascem com uma oportunidade e outros não. Uns com saúde e outros não. Uns com o suporte da família e outros não. Para mim, acreditar que Abba sai distribuindo aleatoriamente benefícios e dificuldades tão significativos seria, pelo menos, criticá-lo. Que razões Ele poderia ter para discriminar seus filhos? Não consigo pensar em uma sequer.


Se nós mesmos somos responsáveis pelo que conquistamos enquanto estamos "vivendo", não é Abba que prestigia uns em detrimento de outros, por que ao nascer Ele faria isso?

E se alguém vai falar em "oportunidades"... bem... para mim isso só reforça meu argumento. Por que cargas d´água oportunidades diferentes? Por que fome e miséria na África? Por que esses desencarnes coletivos? Por que tanto sofrimento em tantos lugares do mundo, e tanta tranquilidade em outros? Por que diferentes tipos de problemas para diferentes tipos de pessoas? Se temos que partir da premissa de que Deus é justo.... Se sempre dizemos que é a Justiça humana que é falha, não a Divina, como explicar tanta diferença? Só pode ter origem num passado do qual não nos é dado recordar!


E por que não recordarmos? Bem... que tal encontrar na rua (ou dentro da sua família) a pessoa que destruiu sua vida profissional, seu casamento? Que lhe matou!!!??? Que tal enxergar numa colega de trabalho um grande amor do passado? Imaginem o caos! hahahahahaha Isso parece uma explicação justa... pelo menos pra mim.

Sabe como eu imagino isso tudo? Imagino como um grande teatro. Estamos aqui, no palco e somos Leopoldas Augustas e Ferdinandos Claudionores... mas, baixadas as cortinas, existe muito mais do que supõe nossa vã filosofia (Shakespeare), e, tão absorvidos pelos nossos papéis, apenas nos esquecemos momentaneamente de tudo o mais que há ALÉM das nossas "encenações".

E amanhã poderemos ser Marietas Valentinas e Julianos Robervaldos e sequer lembraremos mais de nossos prévios papéis! E novamente esqueceremos quem realmente somos, até que finalmente possamos circular nos bastidores e segurar com nossas mãos todos os scripts que já interpretamos.

Shakespeare disse: "Considero o mundo pelo que ele é, um palco onde cada um deve representar seu papel."  E disse ainda: "Todo o mundo é um palco e os homens e as mulheres são meros actores: têm as suas entradas e as suas saídas."

Vinícius de Moraes disse: "A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida."


Eu só sei que quando penso sobre isso eu SINTO que é verdadeiro. E, como já falei em outras oportunidades aqui no blog, acho que nossa consciência é o filtro que existe em nós, é nossa "bíblia" personal... é nosso Guide. Quando algo passa por esse filtro e sentimos que é real... quando nossa primeira sensação a respeito de algo é boa, então devemos  acreditar.

Não vá submeter tudo ao crivo do racional, que muitas vezes é traicoeiro... Saiba usar sua "intuição".

Além do mais, como explicar aquela intimidade, aquele afeto gratuito e recíproco que temos com uns... mas só com eles? E aquela animosidade... aquele pé atrás com outros? Porque tem gente que quando olhamos piscamos com força e esprememos os olhos e respiramos fundo ouvimos dentro do nosso âmago uma frase que não é falada nem pensada, é sentida! E diz: "Nossa! Pensei que você não fosse chegar nunca!" Chegar de onde? Como assim!? Por que você sente que estava esperando essa criatura antes de mais nada!?


Enfim... achar que tudo se inicia e se encerra em uns poucos anos... É pretensão ou inocência? Não sei.

O que eu sei é que, voltando ao meu senhor careca - o vendedor de pano de chão e saco de lixo - por mais que eu acredite que existe uma razão para que as coisas sejam como são... e que esta razão não é "por que Deus quer" (o que já é mais reconfortante), gostaria muito que, desse ano em diante sua vida melhorasse.

Queria pedir a todos que estão lendo esse blog que mentalizassem em favor dele e de todos os que passam dificuldades em todos os lugares, os que precisam trabalhar pra sustentar suas famílias e que sentem dor, cansaço e desânimo. Pelos que precisam trabalhar, mas por não terem saúde, não podem...

Queria pedir que não seja preciso ocorrer uma tragédia, como a do Rio, para que nos lembremos do nosso próximo.

Acredito em muitas coisas, como vocês ficam vendo e vendo e vendo aqui no blog! Ôoo menininha pra acreditar, acreditar, acreditar! Pois aqui vai mais uma coisa em que acredito: acredito que embora exista uma razão para que cada um passe pelo que passa, é obrigação moral de todo ser humano, sempre que se lhe apresente a oportunidade, amenizar o sofrimento de seu próximo.


Olhem bem! "Sempre que se lhe apresente a oportunidade." Não estou dizendo que deixem de viver suas vidas... mas se estiver ao seu alcance.. se cair nas suas mãos a oportunidade de fazer o bem - não importa a quem - faça. Porque ninguém sabe o dia de amanhã... porque amanhã você pode não precisar, mas alguém que você ama, pode. Deus conduz seus afazeres de modos que não nos cabe, sempre, compreender.


Quando for dormir. Assim que terminar de ler esse post. Quando entrar no carro, antes de ligar a ignição... Sempre existe um momento em que podemos direcionar rapidamente nosso coração e nossa mente para o mundo inteiro e pensar na humanidade com amor, com solidariedade... sem indiferença.

Era isso que eu queria dizer hoje, e acho que é oportuno para o começo desse ano, especialmente para nós brasileiros.

Vamos passar adiante um pensamento de amor ao próximo.




quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Eu não sou contraditório... sou?!


As contradições...
O mundo e as suas contradições???
A vida e as suas contradições???
Eu e as minhas... você e as suas... Um brinde às contradições!!!

É bem comum eu estar com muita vontade de escrever, mas não saber sobre o quê e nem por onde começar... Nessas horas, pela minha pouca experiência "bloguística" já aprendi uma coisa - até já escrevi sobre ela num posto chamado "Você é um homem ou um rato?" - não tem outro jeito: o melhor é começar a escrever e ver onde cada experiência, cada inspiração vai lhe levar. Mãos à obra!

Este monte de sentimentos e de sensações em ebulição dentro de nós, esta vontade de colocar um "não sei o quê" (e não sei MESMO!) pra fora é uma COISA inquietante... sufocante! Têm horas que começo até a "bufar"! Não é suspirar e nem respirar fundo... é bufar mesmo! Soprar e morder os maxilares com força! Tem energia dentro de mim querendo sair... aaahhh! E ela vai "extravasar" de um jeito ou de outro. Se vai! Bendito blog que me possibilita transformar tudo isso em palavras e não "implodir", que era o que eu costumava fazer... Implodia e faltava ficar maluuuuca! Adoecia... vivia "com a pele a flor dos nervos". Sim sim... quem foi que disse que "falar pode aliviar dores emocionais"? Shakespeare? Garoto essshperto!

Alguma "coisa" me levou a pensar na palavra CONTRADIÇÃO quando comecei a escrever. Então é nela que quero focar. Não vai ser difícil porque somos criaturas contraditórias por natureza, por excelência. Eu, então, sou profissional no assunto! hahahahahaha Mas... o que é isso de contradição?

"Googlei" a palavra e logo de cara saiu que ser contraditório é negar e afirmar simultaneamente algo sobre a mesma coisa. Engraçado que eu já estava pensando aqui... na cabecinha DO CONTRA que Deus me deu... quando vi um link que falava em lógica paraconsistente ... fui olhar e parei para respirar e alinhas as idéias.

Vamos lá... a wikipédia diz que "Segundo a Lógica Paraconsistente, uma sentença e a sua negação podem ser ambas verdadeiras" e que a "Lógica Paraconsistente apresenta alternativas a proposições, cuja conclusão pode ter valores além de verdadeiro e falso - tais como indeterminado e inconsistente." (Quem inventou isso foi um brasileiro, viu! Olha nóis! hahahahahaha).

Tá. Agora esqueça a lógica paraconsistente. Deixa esse parângole pra lá!

O que eu estava pensando, na verdade, não sei se é mais simples ou mais complicado. Quis colocar isso de lógica paraconsistente porque achei o nome bonitinho e a informação interessante... mas vamos lá! Voltando à contradição: será que é realmente possível negar e afirmar simultanemante algo sobre a mesma coisa?

Quando eu estava na faculdade, me formei na UFRN em direito... participei de um trabalho em grupo sobre brocardos jurídicos. Tínhamos que falar sobre um brocardo famoso: "in claris cessat interpretatio". Significa: na clareza cessa a interpretação.

É comum senso no meio jurídico que a interpretação não cessa jamais, e era esperado de nosso grupo que detonássemos o brocardo, que foi exatamente o que começamos a fazer. Iámos mudá-lo para In claris NON cessat interpretatio.

Um hora, do nada, a ficha caiu e percebemos que, na verdade, na clareza cessa a interpretação, sim senhor!

É o seguinte... percebemos que quando vamos interpretar algo pegamos uma assertiva que foi construída pra várias situações "iguais" (no caso um dispositivo legal ou constitucional) e aplicamos no caso concreto. Só que "cada caso é um caso".

Então quando chegamos a uma conclusão a respeito daquela assertiva quanto àquele caso, a interpretação ALI cessou. Se formos mudar de idéia, será uma nova interpretação envolvendo a mesma assertiva e o mesmo caso... e chegaremos a uma nova conclusão, quando a interpretação ali CESSARÁ outra vez.

O que não termina nunca é o ato de interpretar, mas a interpretação sim. A interpretação está constantemente terminando e recomeçando... Até hoje, se alguém for pesquisar sobre esse brocardo, irá ver que ele é muito criticado porque os juristas dizem que a interpretação NÃO CESSA. O que nós fizemos foi tirar o "NON" que já tínhamos inserido pra modicar o brocardo, deixar "In claris cessat interpretatio" meeeesmo, apresentar nossa tese e tirar um 10! :)

Por que contei essa história? Porque, na minha opinião, negar e afirmar simultaneamente a mesma coisa é tão impossível quanto afirmar que a interpretação não vai cessar num determinado caso concreto. Quer dizer, estou falando de um instante. Naquele instante em que você chegou a uma conclusão, que você formou sua convicção, que você afirmou isso ou aquilo, você afirmou isso OU aquilo. Nada lhe impede de mudar de opinião no instante seguinte. Mas será outra opinião, em outro instante.

Resultado dessa minha conclusão? Muito sutil: não são nossas opiniões que são contraditórias, SOMOS NÓS. Ô maniazinha de transferir a responsabilidade...

O "problema", um dos problemas... é que é muuuuito difícil saber o que NÃO queremos. Se é difícil saber com relação a um determinado assunto, imagine quanto a tooodas as decisões que temos que tomar na vida... as grandes e as pequenininhas, as cotidianas?

Outro "detalhe" é que é difícil demaaaaaaais avaliar as pessoas. Nooosssaaa! Bote difícil nisso! Nos enganamos constantemente e quando descobrimos nossos erros de julgamento em relação a uma pessoa, não raro, acabamos revendo nosso conceito em relação a tantas outras! E não acaba aí! Quando estamos frágeis, tristes, ou então felizes, seguros... isso também modifica como nos sentimentos em relação aos demais.

Vejam só que coisa incrivelmente difícil, quase humanamente impossível manter uma opinião sem contradições!

Sim! Somos menos ou mais volúveis. Menos ou mais contraditórios. Menos ou mais teimosos... E por que não? Menos ou mais sinceros em demonstrar quando revemos e mudamos nossos conceitos e opiniões? Sabe... tem gente que não leva a "fama", mas que contradição aí dentro, hein, meu chapa! Tão caladinho e confuso... Benza Deus!

Metamorfoses ambulantes ou conservadores convictos... somos controversos por natureza. Mesmo naquilo que não modifica nosso estereótipo, podemos reconhecer contradições. Isso não tira nenhum mérito de ninguém... é nossa humanidade, não tem como renunciarmos aos nossos instintos de sobrevivência, de preservação, de proteção.

E o que é ser contraditório senão buscar o que queremos (ou o que QUEREMOS querer), acreditando que é para o nosso bem?

Agoooora, como tudo nessa vida, o excesso de contradição é um problema. vai lhe deixar maluco.. vai deixar todo mundo ao seu redor maluco. Então take it easy...

Olhe bem... eu digo que ser contraditório é "OK", mas digo que tem que ser não-contraditório sometimes... e nisso estou sendo contraditória, o que reafirma tudo que já falei: a contradição se reafirma em si mesma. É cíclica.

Então se questione e mude. Mude o quanto tiver que mudar. E quando estiver satisfeito... agarre com unhas e dentes suas conclusões... até que não lhe bastem nem sirvam mais.

Calma aí! Cuidado! Saiba entender o que estou dizendo percebendo que a vida é um lugar para relações e sentimentos duradouros (claro!)... mas que precisam se reinventar constantemente... Até o amor! (Kid Abelha canta que "pra conservar o amor, há que se inventar uma forma inédita de amar").

E acredito em um "amor" para a vida toda... e sonho com isso e espero isso para mim. Como? Não sei! Esta é a graça da coisa! Acredito em sucesso profissional...equilíbrio espiritual! E em família de comercial de margarina! Como? Coooooooomo!? Sei láááá! :) Se soubesse num tava aqui nesse blog, hahaha tavarica escrevendo livro de auto-ajuda!

Seja contraditório o quanto quiser, o quanto precisar.. isso é bom pra que você! Esteja sempre em contato consigo e revendo sua postura e seus valores... Mas não se perca nas suas próprias contradições! Faça delas oportunidades de valorizar o que têm valor! De fortalecer o que é realmente importante! E de descartar da sua vida e do seu coração aquilo que é contraditório ao que você realmente ama e a quem você realmente é...


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ufaaa! Nâo sabia onde tinha "enfiado" meu PENSAMENTO POSITIVO... Encontrei!!!

I´m back! I´m SO back.

Hoje eu tomei um susto. E não foi porque caí num mega buraco no asfalto da Avenida das Nações à caminho do trabalho e o pneu secou (bom.. isso também!). Foi porque minha mãe me falou pra eu ser mais otimista. Minha mãe!

Em 2009/2010 o pessimismo da minha mãe consistiu em uma das minhas maiores fontes de tristeza, preocupação e angústia. Agora, "out of the blue", a mulher é outra!

Obrigada, Abba... só posso agradecê-Lo! Imagino que ela precisava passar por determinadas situações e colocar emoções à prova e que, terminada esta etapa, está se suavizando um pouco... não sei. Não vou dizer que mamãe sempre foi um poço de pensamentos positivos... mas ultimamente andava realmente difícil de conviver, reclamoooooona! Sabem?

Eu, vocês devem lembrar, sempre dizia meio travessa, que uma das minhas frases que mais a irritava mamãe era "Relaxa, mãe! Deus alimenta os pássaros e veste as flores..." Geeeeeente! Ela fazia uma cara!!! Mandava logo eu ir cuidar da vida! hahahahaha Que "onde já se viu?"... "E você acha que Deus num tem o que fazer não, é menina?" hahahahahahahahhahaha Olhem! Mainha é uma figura!  Me chama de "meu bebê" até hoje e me VÊ como um bebê até hoje! :)


Pois bem. Vocês nem imaginam como ela está agora! Fez facebook (no primeiro dia saiu falando tudo que queria no meio dos comentários e dos murais! hahahaha uma presepada!)... e está calma, tranquiiiiiiila...  mal reconheço nela a "moça" do ano passado... Vou ser justa e dizer que os últimos dois anos foram MUITO duros com mamãe.. porque foi quando vim pra Brasília e quando a vida profissional dela sofreu uma reviravolta, tudo ao mesmo tempo... e o santo é de barro.

Enfim! Quase pergunto: "quem é você e o que você fez com a minha pobre e estressada mãezinha?!" hahahahahaha Desculpaaaaaa, mãe! hahahahaha Lhe amoooooooo!

Sabem aquele negócio... "Aaaah Fulana, agora que você acabou o namoro posso dizer... Beltrano num valia nada!" Pois é... "Aaaahhh mãe, agora que passou sua fase negra posso dizer... você tava osso duro de roer, hein?!!!" Mas eu lhe amei... Lhe amooo! Amor incondicional tem dessas coisas.

Então!

De duas semanas pra cá minha cabeça está girando... spinning, spinning... Tenho tido momentos de altos e baixos de uma forma que desde que passei a escrever no blog vocês nunca presenciaram... Espero poder escrever sobre isso, talvez ajude alguém, talvez alguém entenda, se identifique. O fato é que comecei a esquecer de importantes princípios a partir dos quais tenho orientado minha vida há um tempo. Deixei de vivê-los!

Sabem quando tá tudo um caos e eu penso: "Eitaaaa, Abba... caprichei na bagunça! Dessa vez, de onde será que vai vir a ajuda enviada por Você?" Pois é.. comecei a esquecer disso e pensar que eu tinha que pensar em algo... mas o quêêê?! Óoohhh! E a me desesperar, sabem? Não é que Deus esteja aí pra limpar nossas "cacas" e resolver nossos problemas... mas a fé, o "acreditar"... são fontes poderosas de força e de "combustível"... pra a vida!

Comecei a pensar que talvez certas coisas não fossem pra "mim"... Que eu não tivesse o direito, merecimento, de vivê-las... que não fosse supposed to... Comecei a me importar com o "como"... o "quando"... e desandei a sofrer.

Não esqueci de Deus... mas esqueci daquilo que eu SEMPRE disse aqui: vivemos a vida, e não os planos que fazemos pra ela... os planos de Abba para nós são melhores que os nossos...

Esqueci que não cai uma folha de uma árvore sem que Ele permita e esqueci que o frio sempre será dado conforme o cobertor. E, pra não sentir pena de mim (que era o que eu queria sentir), resolvi que eu tinha que me conformar porque as coisas não iam dar certo pra mim em determinados aspectos. Aspectos emocionais.

Me convenci que devia/podia haver um propósito outro pra mim que não ter uma família, amar, ser amada... Entrei nessa "nóia".(Droga! É difícil escrever isso! Admitir isso, dividir isso com sei lá quantos "estranhos"! Dá vergonha...). 

Precisou minha mãe me dizer hoje que eu estava muito pessimista pra eu acordar MESMO. Opa! Sabem como é?!

Assim.. eu já tinha me acalmado. Tipo... "Ahhh é! Vamos ver... Annn hã... Yes... I have dreams. Eu espero, eu quero que as coisas funcionem..."  Mas lááá dentro eu estava siiim me perguntando: "Será???"

Só que hoje... Enquanto eu ia escrevendo isso aqui as idéias iam se aclarando dentro de mim... Eu não estava confiando em Abba. Ele, que veste as flores, alimenta os pássaros... ele que "lava minhas roupas" (looonga história!)... E eu estava querendo resolver minha vida sozinha agora. Por que isso?  (Tá doida, Eduarda!? Bebeu xixi?!) Se ele permite que algo ocorra (caia uma folha), mas que seja uma situação permeada de muitas dificuldades... sei que será na medida das minhas forças (frio conforme o cobertor).  

Sabem? Vou dizer uma coisa: as vezes temos oportunidades de colocar nossas crenças à prova. Não é Deus que está lhe testando... É você mesmo que põe em xeque tudo o que acredita. Deixa eu tentar ser mais clara.

Para você aí, que está lendo agora, ou para um irmão ou amigo seu, talvez a maior loucura seja eu pensar... "Aaaahhh... tô quebrada! Devendo até a 4ª geração... Mas sei que vai dar certo.. que vai aparecer uma coisa legal... uma ajuda, um dinheiro de algum lugar. Tenho certeza!" Você vai pensar que isso é loucura e que o cabra tem mais é que ir vender um rim! Trabalhar! Rodar a bolsinha! Sei lá! Deus não ajuda ninguém a pagar dívida, por exemplo. Isso é conversa de crente!


Pra outra pessoa, é tranquilo... sempre que ela está endividida até o pescoço aparece um bico, uma ajuda de um familiar, uma oportunidade de empréstimo! Uma coisa que "não é Deeeeeeus", mas tem o dedinho Dele... Agooooora... Pra poder perder aqueles 20kg que o estão incomodando... aí não tem nada haver com Deus.. é questão de força de vontade, fechar a boca e ir fazer exercício.

Aí chega outro cidadão... e pra ele Deus pode ajudar a pessoa a encontrar equilíbrio pra que ele saiba se controlar... afinal comer demais, ansiedade, baixo estima... são problemas emocionais... e a presença de Deus vai lhe confortar e lhe ajudar... Siiim! Deus vai lhe ajudar a ficar bem! Ele vai perder esses 20kg rapidinho.. Não é que Ele vá fazer uma lipo em ninguém.. é que a presença Dele vai dar à pessoa a força que ela precisa pra atingir esse objetivo.

Beleza... Aí vem outra pessoa e pensa que o problema é que Deus pode ajudá-la em todas em situações que mencionamos... maaaaaaas... quanto ao problema de relacionamento que ela tem com o filho, a mãe, o marido, enfim! O buraco é mais embaixo...

Então o difícil é entendermos que não podemos compartimentabilizar nossa fé. Deus não "alimenta os bem-te-vis e veste as rosas"... ou Deus não "alimenta os pássaros e veste as flores de 15 em 15 dias"! Estão me entendendo? O que EU estava fazendo de errado era: eu contava com Abba sempre.. tava tudo lindo e maravilhoso, mas no dia em que chegou uma situação real de eu provar minha fé (pra mim!), no dia em que eu me deparei com uma dificuldade envolvendo meu ponto fraco... eu tentei me vestir e me alimentar sozinha... e, claro (!!!), não dei conta.

Perder o contato com a minha fé, a minha alegria, aquela confiança que nos faz seguros e protegidos me deixou triste a amargurada. Me deixou na defensiva e na ofensiva. Fiquei assustada e com medo de sofrer.

Nós, seres humanos, temos uma facilidade incrível de esquecer do que é bom, mas nos lembramos com uma precisão igualmente incrível do que é ruim. Trata-se de um mecanismo de defesa. Lembramos para evitar. Esqueci de como era confortante e tranquilizante confiar. Acreditar. Um segundo, uma dia... é o que basta para que nos percamos dentro de nós mesmos. Fiquei dentro de mim, perdida...

E hoje minha mãe me disse: "Duda, tenha fé, minha filha. Tenha confiança. Vai dar tudo certo." E eu me lembrei... Quaaaaaantas vezes eu mesma disse isso pra ela? Quaaaaaaantas vezes eu falei isso pra minha mãe?

Bom... Abba, se nem uma folha cai sem sua permissão... talvez eu seja uma folha.


Eu disse pra a minha mãe hoje que estava feliz em ouví-la me dizer essas palavras... eu disse pra ela que talvez tenha precisado que eu tenha ficado ruim para que ela se motivasse a ficar bem... pra poder me dizer essas coisas.. pra poder vivenciar esse estado de espírito. Se é assim, valeu a pena.

A partir de hoje volto a jogar o jogo do contente. Aprendi com Pollyana aos 9 anos quando quebrei o femur. Lembro que ela mesma ganha um par de muletas no natal e o pai dela diz que ela devia ficar contente de não precisar usá-las. Eu estava com o femur quebrado e fiquei contente por um monte de coisas: porque ia ficar boa... porque ia ganhar uma boneca naquele natal... porque tinha uma mãe (a de Pollyana morreu... quem não conhece a história, eu recomendo!).

Bom, eu acredito em todas as religiões. Religião boa é aquela que faz de você uma pessoa melhor. Semana passada falei para o André (que sempre comenta com toooda paciência meus posts) que estou bem longe de deitar a cabeça no travesseiro e pensar que fiz todo o bem que podia e evitei todo o mal que podia... mas a religião em que você estiver caminhando nesta direção, essa é das boas!

Eu acredito incondicionalmente em Deus. Ele veste as flores, alimenta os pássaros, "lava minhas roupas", tem uma paciência incrível com todos nós, ajuda a pagar conta, a perder 20 kgs, a se entender com a cambada da família, a ter relacionamentos mais saudáveis, Ele está com você em tuuuuuuudo o que você fizer, porque ele faz parte de você, é centelha dentro da sua alma que lhe sopra a vida... e não existe problema bobo ou pequeno seu que não interesse a Ele.. porque é aquela história: Ele é o melhor pai do mundo.

Com minha alegria e minha fé renovadas, quero compartilhar com vocês este estado de espírito, esperando que possa inspirá-los pelo menos um pouco, que possa ao menos plantar uma sementinha em seus corações.

O amor de Abba por nós supera TUDO. É capaz de mudar o inteiro curso de nossas vidas, reescrever o porvir de nossas histórias, é o condutor da sinfonia que toca em nossos corações.