sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A Tese da Anestesiologia Mental



  
Hoje quero falar sobre uma técnica de sobrevivência : a anestesiologia mental.

Bem... na realidade, eu estou aqui com os neurônios a mil por hora - tico e teco, os famosos! - e está surgindo uma distinção dentro da minha cabeça. De fato, são duas as nossas técnicas sutis de sobrevivência: o imunizar-se e o anestesiar-se.

Nos imunizamos quando a existência de alguém, de algo, perde a capacidade, perde o condão de nos atingir, de nos fragilizar, nos abalar, nos descentralizar... O processo de imunização é difícil. Eu costumo dizer que é a melhor forma de terminar um relacionamento que faz mal, mas que "aviciou". Sabe aquela relação que você (e a torcida do Flamengo) sabe que é pééééssiiiiiima pra você, mas não consegue acabar? É um caso em que a pessoa precisa se imunizar. Pra nos imunizarmos a presença do que nos atinge normalmente é necessária...

Vocês sabem como funciona a vacina? A bactéria é colocada ali dentro em um estado fragilizado, para que, um vez injetada no nosso organismo, ele (copo humano) possa reagir a ela nos tornando imunes por meio da produção de anticorpos. Pois bem! Pra que possamos nos imunizar é fundamental a presença do agente agressor. É preciso que realmente possamos olhar pra ele e vê-lo como ele é. Pode ser uma pessoa, um emprego, uma situação, um lugar: aquilo está lhe fazendo mal. É encarando de frente o problema e resolvendo que "do jeito que está não dá mais" que nosso organismo reage... e nós nos tornamos imunes. Um dia, uma hora os benefícios do "sem" ultrapassam os do "com", e aquilo que era necessário se torna intolerável.

Não sei bem explicar... mas de repente aquele lugar, aquele emprego, aquela pessoa, perde o poder sobre você. É como se, literalmente, criássemos anticorpos e vem uma certeza de que podemos viver muito bem, obrigada, bem longe daquilo tudo... mas também ao lado... Tanto faz! É indiferente.

A necessidade de fugir de alguma coisa mostra ausência de superação. Quando nos imunizamos, nos tornamos indiferentes porque o que nos fazia mal perde o poder sobre nós. Olhamos, olhamos e pensamos, pensamos e não conseguimos entender como um dia fomos vulneráveis diante de determinado contexto.

Imunizar-se é difícil porque pressupõe entendermos e aceitarmos que passamos por um "mal bocado", causado por um agente externo - exógeno - que atuou sobre nossa vontade, embora com nosso consentimento, por mais doloroso e incômodo que seja aceitar e assumir isso.

Em outras palavras: primeiro você tem que reconhecer que aquilo ali não tá bom. Depois você tem que aprender a não querer mais aquilo. Huuum.. complicado? Tipo... sabe isso de "acabar namoro?" Na verdade... a gente só "oficializa" a coisa. Quando o namoro, noivado, sei lá o quê, não dá certo... ele acaba por si só. A gente é que não aceita. Pois bem. O que acontece é que as pessoas precisam descobrir que por melhor que uma coisa seja, ela as vezes termina. Quando essa coisa termina, ela vira OUTRA coisa. Essa outra coisa que não é mais boa. Só que você continua ali, preso, como se fosse a primeira coisa (a que era boa)! Não! Deixa... Se liberta! Quando você perceber que tudo mudou... Que aquilo ali não é bom. Você vai se tornar imune.

O fato de precisarmos nos imunizar - e todo mundo precisa eventualmente - e de conseguirmos, significa que tivemos obstáculos alheios ao nosso self modificando o mundo ao nosso redor, por imposição de um player estranho, e os superamos. 

Acho que dá pra associar nos imunizarmos com nos "envernizarmos" ou nos "impermeabilizarmos" contra algo que estava ali... arrancando um pedaço aqui outro acolá da nossa essência.

Agora o anestesiar-se... Aaaahhhh, meu chapa! Aíííí o "buraco" é mais embaixo!!!

Eu concordo que se você deixou alguém ou algo lhe atingir ao ponto de precisar se impermeabilizar, é porque abriu a guarda e talz... Beleza. Concordo ainda que sempre existe uma quota de responsabilidade do indivíduo sobre tudo o que ele permite que se lhe imponham. Beleza também...

Acontece que é muuuuuito mais delicado quando nossos próprios fantasmas nos assombram, seja com relação aos nossos sentimentos quanto a nós mesmos, seja com relação ao que sentimentos pelos outros! Não se trata mais de "permissibilidade" ou baixa guarda. É uma discussão sem fim e sem frutos. Lá vem aquele lero-lero de como nossa mente nos prega peças, lá vem Freud com aquele monte de consciente, inconsciente, eu, sub-me-num-se-o-quê-das-quantas e o que interessa mesmo é que todo mundo se sente, em algum momento, perdido, sozinho, assustado, irritado, inseguro, incompreendido, desorientado, frustrado, ou seja lá o que for! Não temos como evitarmos SENTIR um monte de coisa atropelada... Isso é fato! Podemos tentar é adotar uma postura pra ordenar a bagunça desse bando de sentimento.

Sentir é inerente à condição de ser humano. Se "penso, logo existo"... então sinto, logo sou.

Todos criamos expectativas e castelos de areias, todos pensamos (nem que seja escondidos de nós mesmos) num grande amor, todos almejamos sucesso profissional, ou sonhamos com uma grande viagem ou temos qualquer outra ambição. Todos depositamos esperanças em uma segunda ou terceira pessoa. Todos temos vontade de jogar tudo pra cima pelo menos uma vez na vida... Todos duvidamos nem que seja rapidamente de que realmente somos capazes ou podemos chegar mais longe. Todos resolvemos convictos de que a partir de hoje viveremos um dia de cada vez, para em seguida afundarmos em mil planos! Todos sorrimos secretamente quando vemos crianças na rua pensando como seriam as nossas (ou já fizemos isso antes de tê-las). Todos pensamos o que faríamos se ganhássemos na mega-sena! Todos nos indignamos com a violência contra os inocentes nos noticiários, as calamidades públicas e os escândalos políticos... e esperamos um futuro melhor.. mesmo que nem suspeitemos disso. Todos temos ternas lembranças da infância, nem que seja uma ou duas. Enfim! Somos, gostemos ou não, esse monte de sentimento comprimido e condensado na forma de gente... moldado com um ser humano.

E onde estou querendo chegar com isso? Bom... vou ser direta: sabe o que nós fazemos (na minha opinião, claro!) pra não morrermos sufocados com esse bando de sentimento e pra conseguirmos tocar nossas obrigações e responsabilidades do dia a dia? Nós nos anestesiamos. Simples assim.

Não inteiramente. Talvez uns até tentem! hahahahahaha Mas, como dizia Jack, por partes. Claro!

Olha só que zona! Fora todos esses sentimentos, sensações, emoções, ainda temos que lidar com aqueles outros provocados, causados pelas pessoas/lugares/situações com os quais convivemos... Se a gente for dar vazão a tudo fica doido mesmo! Tantãm!

Lembrem-se! Temos os sentimentos de origem interna, dos quais acabei de falar. Mas temos ainda aqueles outros dos quais falei antes, de origem externa. Tudo isso pra lidarmos ao mesmo tempo, enquanto levamos uma vida "normal", trabalhando, pagando conta, pegando trânsito, indo malhar... Sem dúvida, precisamos nos anestesiar.

Precisamos optar por parar de sofrer por um monte de "besteira".

Sei que "besteira" não é "besteeeeeeira". Mas se tivermos em mente que o problema vai ter o tamanho que lhe dermos, quanto mais nos deixarmos atingir e angustiar, pior ficaremos. O "anestesiamento" é um exercício de força de vontade. E a prática vem com o tempo. Daqui a pouco nos anestesiaremos sem nos darmos conta e teremos é que nos policiarmos para não sermos indiferentes demais, francos e grossos demais, diretos e práticos demaaaaais.

Falta de prática e de limites é perigoso... não existe um escola que prepare o profissional em anestesiologia para a vida! :)

Acho que os teimosos saem na vanguarda. É preciso ter obstinação e cabeça dura. Mas não é requisito. O que é preciso fazer? Colocar uma direção na sua cabeça. Só isso. Tipo: "Não vou mais ficar chateada quando fulano não me der bom dia porque isso não me faz bem", "Não vou mais ligar o dia inteiro pra Beltrana porque ela nunca me liga de volta e isso mexe com minha estima. Tenho que entender que esse é o jeito dela e dar-lhe mais espaço. Vou ocupar esse meu tempo." "Não vou mais comer chocolate todo dia porque me dá um mega remorso e eu estou me sentindo péssima com meu corpo e esse é um primeiro passo." "Eu vou dar certo na vida, sim! Tenho capacidade pra isso e vou fazer por onde. Deus veste as flores e alimenta os pássaros!"

Eu, particularmente, tenho feito uso da anestesia ao meu favor. Tem me ajudado a me focar, me dedicar ao que demanda a minha atenção imediata, sabem? Se estou com dilemas pessoais e inseguranças... dou uma mega dose de "xilocaína" neles e penso "Epa! Agora não, Dona Eduarda! Nã nã nin nã não! Tá maluca, é? Tem que ficar com a cabecinha boa, no lugar, pra poder dormir, acordar amanhã trabalhar direitinho... tem conta pra pagar, tem que ir na academia... Neeeem pensar de ficar aí sofrendo feito peru de natal que morre de véspera! Póoo parar! Nem a pau Juvenal! Você é ninja menina! E vai dar tudo certo... Abba é seu chapa, lembra?" E aí, gente... hahahahahaha Não sei explicar... tô tão craque já que fico até meio lerda na hora!

Meu cérebro... sei lá, o que é! Rapidinho aquela preocupação que eu não tenho como resolver e que tá só ali me martirizando parece que vai láááá pro fim da fila! Eu não esqueço que existe, mas é que está tããããão loooooooonge... sabem? Não me incomoda mais. Outros pensamentos surgem, tipo "huuum...eu poderia comer um miojo agora"... ou "nossa, mas essa cor de esmalte que eu pintei a unha semana passada está um arraso!"... Pronto! Sou capaz de conversar ou escrever sobre o que estava me afligindo sem me abalar... Muito racionalmente e calmamente... pura anestesia! Freud explica?

Claro, as vezes não é simples assim. As vezes uma boa noite de sono vai no meio dessa aplicação de xilocaína mental... mas entre trancos e barrancos, works pretty much!

É uma grande verdade que nada pode nos fazer mal sem nosso consentimento. Nem mesmo nós podemos fazer mal a nós mesmos se não nos permitirmos. How crazy is that? Então cada dia mais eu tenho me recusado a permitir que eu me faça mal (conversa de doido, né? hahahahahahaha Eu seeeeeei!) Mas isso já é muita coisa!

O poder da nossa mente, do nosso controle sobre nós mesmos é algo inefável! A real dimensão está bem longe de ser conhecida ou compreendida. Mas sabemos o que é certo e errado, justo e injusto, bom e ruim. Sabemos que  existem outras formas de pensar em algo sem precisar manter um espinho cravado em nosso coração como forma de lembrete. Então, minha gente, vamos extirpar esses espinhos e aliviar nossas almas!

Anestesiai-vos! :)





terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Trezentos mil remorsos e nenhuma saudade.


Já coloquei esta frase no blog mais de uma vez, com certeza... mas sempre como um adorno.. um reforço. Hoje estou tentando construir algo em torno do significado dela. Estou buscando absorver sua força, sua sabedoria para dizer o que estou sentindo e o que acho que preciso transmitir de mensagem.

"A vida compreende-se para trás, mas vive-se para a frente".
Søren Kierkegaard

Bom, agora eu não quero que concordem comigo. Não assim de uma vez. Não quero que ninguém balance a cabeça pra frente e pra trás e pense "realmente...". Não! Nem os mais velhos. Especialmente os mais velhos! Deixa eu explicar antes...

Sabem quando assistimos um filme ou lemos um livro... enfim, quando nos deparamos com a história de alguém que teve uma experiência de "quase-morte" e essa pessoa diz que a vida inteira passou diante de seus olhos como um filme? É quando o "trás" da frase é antecipado... Seria uma forma de se desenhar como podemos exergar a vida como um todo e saber que "iiihhh... agora já era" porque o que está feito está feito e não vai mais ser modificado.

O fim é onde quer que nossas escolhas e decisões nos levaram quando tudo cessou e já não podemos mais fazer nada.

Mas calma, Eduarda! Lá vai você colocando o carro na frente dos bois!!! Eu não tenho jeito!

É difícil... Tá vendo??? É que a gente sai fazendo tudo de qualquer jeito, pra depois parar e pensar. É sempre assim... Se até na hora de escrever eu faço isso, imagina na hora de viver! hahahahaha Vou escrevendo o que dá na telha e mando a técnica e a sequência pra "as cucuias"! Manééé sequeeeencia! hahahahahahha Pelo menos aqui no blog! Nas minhas peças jurídicas é diferente, né!? ;) Mas vamos lá! Mas no blog e na vida eu prefiro um pouco mais de "desordem organizada", e em tudo, íncluindo no trabalho, é preciso que haja intensidade, animus, espírito!

Vou contar uma das minhas estorinhas: há muuuuitos anos eu comprei um dicionário Aurélio. Ainda na escola... tipo... sei lá.... acho que pela quinta série (minha mãe comprou, na verdade!). Não sei se ainda chamam assim hoje em dia (quinta série). E veio um livrinho de frases, de quotações junto com esse Aurélio. Algumas eu decorei e sei até hoje!!! hehehe Dentre elas decorei esta que me botou pra pensar na mesma hora, só que não me lembro o autor... dizia assim: "A vida é uma professora severa, porque dá o teste primeiro e a lição depois." E tinha um desenho de uma professora com uma cara de bem brava, meio bruxa (Aaah! Take it easy! A vida é uma teacher mó bacana as vezes...).

E eu fiquei pensando, pensando, pensando.... e cheguei à seguinte conclusão: pelo menos na escola, ao contrário da vida, a gente primeiro aprende a lição na sala de aula, e depois pode estudar aquilo que aprendeu, pra deeeeepois fazer o teste. Na vida a gente tem que fazer o teste primeiro? Nossa! É igual quando a gente erra uma questão numa prova e pensa "aprendi! nunca mais eu erro isso!" (Se bem que essa parte de nunca mais errar o mesmo erro outra vez todo mundo sabe que não é beeeeem assim! hahahaahaha)


Então! É confuso o que eu quero dizer, e eu estou tornando mais confuso, hein?!

Bom... é que realmente não adianta tentarmos fazer as escolhas certas, prever as consequências e medir nossas atitudes como se fosse possível antecipar o que aguardamos da vida, ou que a vida aguarda de cada um de nós, porque é impossível. Simplesmente não podemos.

Volto a bater na mesma tecla: vivemos a vida aqui, e não os planos que fazemos pra ela. Eu sei que pra algumas pessoa isso soa realmente como uma notícia devastadora e a primeira reação é rejeitar o que estou dizendo, rir com desdém e pensar: cada um que acredite no que quiser!

Beleza! Já dizia Voltaire: "Não concordo com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-las". Que pensemos isso um do outro... você de mim e eu de você. Mas me responda com sinceridade: a vida que você vive hoje é exatamente a vida que você planejou pra você agora, ou você se convence disso constantemente e precisa reacomodar seus planos pra que eles se encaixem de uma forma imperfeita no que deveriam ser?

Não existem planos certos e planos errados. Não existem situações justas e injustas. O que existe é o certo, o errado, o justo e o injusto. Cabe a nós tentarmos fazer o nosso melhor, sem nos compararmos com quem quer que seja, evitar todo o mal que estiver ao nosso alcance evitar, sem que para isto tenhamos que renunciar às nossas responsabilidades para conosco e com os nossos. E é isso. Não é pouca coisa e não é fácil.

Algumas pessoas exigem demais de si mesmas. Quer ver? O primeiro mandamento de Deus quem conhece? "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". Correto? Então, o que você tem que fazer primeiro? Bom... já entregando o que eu acho, pra mim a resposta mais inteligente seria amar a si e a Deus. Porque amando a si, estamos a amando Deus... e vice versa. Maaaas se a pessoa respondeu amar Deus. Ok. E a segunda coisa? SE AMAR. Não. Não é amar o próximo. É se amar mesmo. Amar ao próximo vem depoooois porque temos que amá-lo (ao próximo) como amamos a nós mesmos e se não nos amamos, e os amamos como nos amamos, então, camarada, você não ama o próximo, não se ama... e aí você quer me convencer que ama Deus sobre todas as coisas? Hááá! Nem vem que não tem, né? A pessoa tem que antes de tudo amar a si mesma, sabendo que faz parte de todas as coisas, e que Abba faz parte de si e que Ele estará realmente feliz se você se amar (o que não é igual a ser egoísta e narcisista).

E nos cobramos tanto e nos damos tão pouco... mas precisamos continuar! Keep moving! E as angústias e o medo do que está por vir vai nos apavorando... freaking out! E se der? E se não der? E se eu sofrer? E se eu fizer quem eu amo sofrer? E se eu sentir saudade? E se eu me arrepender? E se eu não der conta? Aaai! Eu acho que eu não vou dar conta! E se eu me decepcionar? E se o amor acabar? E se eu mudar de ideia? E se eu não mudar de ideia? E se eu decepcionar alguém? E se eu não me adaptar? E se eu não aprender? E se eu fracassar? E se demorar muito? E se for muito rápido? E se alguém não gostar de mim? E se eu não gostar de alguém? Dúvidas, dúvidas, dúvidas, dúúúúvidaaaas! Que criaturinhas pensantes-procurantes-de-problema-inseguros-bobos-sensíveis-delicados-e-ao-mesmo-tempo-incrivelmente-fortes-e-corajosos nós seres humanos podemos ser!

Por que fortes e corajosos? Você aí ainda não entendeu? E quanto de coragem será que é preciso para com tanta insegurança e com tantos "e se" na cabeça continuarmos seguindo em frente?

E por falar em EM FRENTE... é isso! A vida vive-se para frente. Mas é igual a professora do meu provérbio. A lição só vem depois que passarmos pelas experiências... por isso compreendemos PARA TRÁS.

A diferença é que no binômio experiência-lição é possível que as conclusões estejam mais ou menos "pertinho". Opa... botei o dedo na tomada, levei um choque. Furei o semáforo, levei multa. Menti pra você, perdi sua confiança. Fiz trabalho mal feito, fiquei desempregado. Não estudei, não fui aprovado.

Mas quando se trata da vida... não dá pra compreendê-la em seu inteiro sentido, sua importância, seu poder sobre nós, o que "espera" que sejamos ou alcancemos até que tenhamos percorrido todos os seus caminhos. Somente láááááá na frente, quando praticamente todas as escolhas forem feitas, as decisões tomadas, os erros e os acertos sopesados, as consequencias enfrentadas, as dores apaziguadas, as saudades abrandadas, os amores absorvidos, as dúvidas superadas, as decepções perdoadas, as surpresas abstraídas, enfim... quando se ganha em maturidade e em equilíbrio... aí sim somos capazes de comprender (uns mais, outros menos) a vida.

Olhamos pra trás e podemos distinguir o que danaaado aconteceu, mas agora parece que somos imunes... E somos! É exatamente por termos nos tornados imunes à dor e à vaidade de quem erra e acerta que nos é dado, finalmente, compreender por onde andamos, o que fizemos e como poderia ser diferente. Porque não será! E nem importa mais, falando francamente... E se fosse diferente, não seria necessariamente bom, poderíamos perder de outras formas... agora entendemos. Agora não temos pressa, ansiedade ou dúvidas... É que, literalmente... agora já era! hahahahaha Temos a sabedoria de aceitar que tudo foi como tinha que ser. Que, afinal, os plano de Abba sempre foram melhores que os nossos... que nunca existiu uma concidência sequer... que não abriríamos mão das amizades e dos abraços e memórias pra nos livramos de uma dívida ou uma cicatriz (por mais que elas nos assombrem até hoje). É que antes não entendíamos. Não conseguíamos ver the big picture. Nem poderíamos. As peças do quebra cabeças ainda não estavam todas juntas.


Alguém já viu uma biografia ser realmente completa até que o protagonista morra? Fica aquela coisa meia-boca, né? "Minha biografia durante o High School" Dããã! Gênio e tudo... out of avarage...Ok! Mas vem cá.... Quer dizer que vai ter outra biografia depois? E como saber como vai ser o fim e se ele aprendeu tudo o que tinha pra aprender, e fez tudo que tinha pra fazer, e perdoou todos que tinha pra perdoar, e pediu perdão a todos que ofendeu, enfim! E se morreu em paz ou poderia ao menos porque estava pronto, ou achava que estava? Com sorte, compreende-se metade da vida, se tenta-se compreendê-la na metade.

A vontade/necessidade/urgência de eu escrever aqui sobre o porquê de termos que viver a vida, embora não possamos entendê-la, prevê-la, moldá-la ao que ACHAMOS que é melhor pra nós, veio porque uma pessoa que eu amo MUITO está confusa, insegura diante da vida e do que ela lhe reserva, com medo do que suas escolhas agora podem fazê-la perder... com medo de sofrer, de falhar... e isso me parte o coração.

É que eu acredito que quando chegamos lááááááá na frente e olhamos pra trás, pra a vida que tivemos, podemos enxergar que a vida não is supposed to be entendida, prevista ou moldada, porque, na realidade, nós não temos a mííííínima ideia do que é melhor pra nós! Ahnnãaa! Not a clue! E não importa que escolha façamos, sempre iremos perder, sofrer e falhar... porque isso faz parte do aprendizado! Mas o que realmente é importante é focar naquilo que iremos ganhar, aprender, amar! Focar no que é bom, e não no que é ruim. Porque as coisas boas também fazem parte das escolhas difíceis... senão, por que alguém faria uma escolha difícil anyway?

Eu tenho que insistir nisso. Viver é diferente de existir. Uma pedra existe. Uma pessoa precisa viveeeeeer! Viver é bem mais do que somente ocupar espaço no Universo, gente! Pelo amor de Deeeeeeus! É importante que tenhamos medo para que não façamos toda sorte de coisas estúpidas... mas daí a deixarmos que esse medo nos torne infelizes? Nãaao!!! No way! Tá todo mundo proibido, hein!? Eu proíbo todos os que estão lendo este post de adicionarem aos problemas que já existem naturalmente nas suas vidas, e às dificuldades que já enfrentam normalmente, novos empecilhos às suas felicidades. E tenho dito! Que não ousem me desobedecer!

Precisamos nos libertar de nossos grilhões. Por que fazemos tanta questão de complicar as coisas? Eu sou ph.D em complicar tuuuuuuuudo! Geeeente, se alguém estiver sem ideias de como tornar altamente complexo um assunto super simples... 0-800-Duda! hahahahahaha Mas Eeeeeiiii! Calma aêêê! Existem complicações E complicações. Complicada sim. Aprisionada? Nem tanto... Audácia. Intensidade. Fome de viver, de ser, se acontecer... aaah.. isso eu tenho!!! Muitoooo! :)

As religiões espiritualistas dizem que a felicidade plena não é deste mundo... que apenas podemos ter momentos felizes. Podemos ter paz - o que já é uma felicidade plena de certo modo - mas euforia, alegria, sair pulando e rindo feito doidos... bom.. melhor que não seja o tempo todo. Felicidade pra mim é paz de espírito. E, então, eu cito Péricles: "Não existe felicidade sem liberdade, nem liberdade sem coragem." E volto a insistir.... Se libertem de seus grilhões. Não tenham medo da vida. E repito outra coisa que já disse nos posts anteriores e que acredito com toda minha alma "Ajuda-te e o céu te ajudará."

Sabem o que dizem de alguns bichos... que são capazes de sentir o cheiro do medo e aí partem pra cima da pessoa? Acho que a vida é assim também! Eu não tenho medo de bicho. Nem tenho medo da vida. Porque acredito que os similares se reconhecem... sou bicho também e sou vida! E também não posso ser inteiramente compreendida agora... só o que eu quero é acontecer da melhor forma possível.


"Organizei sempre a minha vida para morrer com trezentos mil remorsos e nenhuma saudade"
Fabrízzio André




terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Quando um burro fala o outro abaixa a orelha!

Hoje nem ia postar... Aliás, nem vou. Estou "intervalando" minhas postagens pra dar tempo de nós todos refletirmos (bom, em regra... a não ser que eu preeeeeecise escrever... aí não tem jeito!).

Mas revendo umas mensagens antigas na minha caixa de e-mails achei esse texto de Danusa Leão e me senti absolutamente OBRIGADA a compartilhar por meio do blog. Então, lá vai! Meninas... pensem no assunto! Meninos... teeeeeeentem nos entender!


Duas bolas, por favor
por Danuza Leão
Não há nada que me deixe mais frustrada
do que pedir sorvete de sobremesa,
contar os minutos até ele chegar
e aí ver o garçom colocar na minha frente
uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido.
Uma só.

Quanto mais sofisticado o restaurante,
menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência,
comprar um litro de sorvete bem cremoso
e saborear em casa com direito a repetir quantas
vezes a gente quiser,
sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.

A vida anda cheia de meias porções,
de prazeres meia-boca,
de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.

Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.

Conquista a chamada liberdade sexual,
mas tem que fingir que é difícil
(a imensa maioria das mulheres
continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').

Adora tomar um banho demorado,
mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.

Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo,
mas tem medo de fazer papel ridículo.

Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD,
esparramada no sofá,
mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar',
tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...

Aí a vida vai ficando sem tempero,
politicamente correta
e existencialmente sem-graça,
enquanto a gente vai ficando melancolicamente
sem tesão...

Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'.
Deixar de lado a régua,
o compasso,
a bússola,
a balança
e os 10 mandamentos.

Ser ridícula, inadequada, incoerente
e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou
e disse uma frase mais ou menos assim:
'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem,
podemos (devemos?) desejar
várias bolas de sorvete,
bombons de muitos sabores,
vários beijos bem dados,
a água batendo sem pressa no corpo,
o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga:
cinco bolas de sorvete de chocolate,
um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order',
uma caixa de trufas bem macias
e o Richard Gere nu eembrulhado pra presente.
OK?
Não necessariamente nessa ordem.

Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago . . .



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Happie Valentine´s Day!



 Aaaaahhhh... L´Amour!!!

O Amor é lindo... mas a pergunta que não cala: é de vidro??? hahahahaha

Owwwwwww! Nãaaao! Não vou detonar o Amor hoje, né? No dia de São Valentim!
Muito bem... Primeiro a cultura. De onde vem o Dia de São Valetim ou, pra ser mais chique: Valentine´s Day?

Tuuuudo começou em Roma durante o governo do imperador Cláudio II que proibiu a realização de casamentos com o objectivo de formar um grande e poderoso exército (de homens solteiros, claro!). É que Cláudio acreditava que os jovens se alistariam com mais facilidade se não tivessem família (huuum.. faz sentido... mas que hominho ruuuuim, hein?!). Só que sempre tem aquele cara gente boa, disposto a comprar uma briga em nome do Amor, né? Em Roma o nome do santo - literalmente hoje em dia - era Valentim (Oooohhhh!!). O nosso "valente Valentim" era um bispo que desafiou a lei e continuou a celebrar casamentos em segredo (desafiou in off, digamos assim...). Só que tooooda história tem também aquela "alma sebosa recalcada e mal amada" e Valentim foi descoberto, preso e condenado à morte (muuuuito triste isso, né? Indignante!).


Na prisão, Valentim recebia flores que eram jogadas junto com bilhetes de jovens que diziam que ainda acreditavam no Amor... um desses jovens era uma garota cega chamada Asterias que era filha do carcereiro e acabou conseguindo a permissão do pai para visitar Valentim (UAU, hein!? Parece história de filme!!! Mas é real... eu acho.. bom.. Valentim existiu!). Os dois acabaram se apaixonando (claro!) e milagrosamente a jovem recuperou a visão... Nesse meio tempo o bispo escreveu uma carta de Amor para a jovem e assinou: “de seu Valentim”! A expressão até hoje é utilizada! Tcharaaaaaaaam! Como história de Amor, ainda mais em Roma, tem que ser trágica, nosso Valentim foi decapitado em 14 de Fevereiro de 270. Em sua homenagem muitos países celebram o dia dos namorados nessa data.


No Brasil o dia dos namorados é comemorado em 12 de junho... Eu seeeeei... Qual o sentido, né? Bom... Dia 13 é dia de Santo Antônio, santo casamenteiro de tradição portuguesa, mas os historiadores acreditam que a idéia do "12 de junho" surgiu no comércio paulista, aproveitando o gancho do dia de São Valentim e a idéia de troca de presentes por sugestão do publicitário João Dória... Eu seeeei!!! Nem me fale do assassinato que isso é ao romantismo!!! Maaaaas... vamos olhar pelo lado bom: podemos comemorar o dia dos namorados duas vezes, e hopefully receber presentes duas vezes no ano! Só que também temos que dar gastar duas vezes! hehehehehe Aaaahhh! E que ter namorado(a) - detalhezinho básico!!!

Requisito histórico devidamente preenchido... voltemos ao que interessa: a magia, o Amor, a Paixão... o romantismo e todas essas sensações gosmentas e deliciosas que algumas pessoas podem até DIZER que não sentem o menor apelo, mas que tooooodo mundo quer experimentar.

Não vou ser muuuuito melosa... Já tivemos oportunidade aqui no blog de falar sobre o Amor de modo mais profundo, mais filosófico. Hoje eu me sinto num ânimo mais "filoleso" mesmo... hahahahahaha Então minha proposta é ser light, ser fun, ser inebriante!


Uma vez quando eu era mais nova comecei a pensar que era muito difícil encontrar uma definição satisfatória pra o Amor em uma canção (mais alguém já parou pra pensar nisso?)... nem uma  definição "legalzinha" ninguém dava conta de desenrolar. Não sei se é porque é um sentimento, uma coisa subjetiva... se é porque é um conceito aporético, indefinível. Sabe... é que de um modo ou de outro quando se fala sobre amar ou ser amado é inevitável que em determinado momento a gente pense: "Puuutz! comigo foi desse meeeeesmo jeito"... ou "você também?!"... e haaaaaaaaja coincidências de como amamos e somos amados e sofremos e nos surpreendemos com o amor de uma forma mais ou menos parecida,. Aíiiiii siiiim... existe um montão de música falando disso: amar e ser amado (ou e não ser amado... ou até não amar)!

Quando eu estava escrevendo a história no nosso amigo Val (Valentim...) lembrei de uma  música de Vinícius: "eu sei e você sabe já que a vida quis assim, que nada nesse mundo levará você de mim, eu sei e você sabe que a distância não existe e todo grande amor só é bem grande se for triste, por isso meu amor não tenha medo de sofrer, pois todos os caminhos me encaminham pra você..." Essa é uma das minhas preferidas! Linda, né? E combina comigo! hahahahaha E com um monte de gente que está lendo esse post ou combina agora, ou já combinou um dia... ou talvez ainda vá combinar no futuro... Aaaahhh! L´Amour!


Sabe? Vou chamar tudo de Amor, hoje! Não vou diferenciar Amor, Paixão, Empolgação, Obssessão, Ilusão, Afeto, Carinho, Costume... Hoje, no dia de São Valetim, só existe AMOR! As diferenciações que são muitas, acredito eu.. algumas, como eu disse.. já até viraram assunto do blog num ou noutro post... hoje são menos importantes. O Amor hoje (só hoje? talvez....) é uma coisa só! Aquelas borboletas no estômago! Aquele bom humor ridículo! Aquele sorriso idiota pregado no meio da cara! O Amor hoje é aquela insegurança desesperadora! Aquela saudade que dá falta de ar e machuca fisicamente! O Amor é aquele monte de sonho sem nexo e que faz toooodo o sentido! É o avanço tecnológico que nos permite quaaaaase telestransportar (se não fosse pelo quaaase, hein?!). O Amor é tudo que Camões falou... Que São Paulo disse na famosa Epístola aos Corínthios! O Amor é tudo de profundo e tudo de mais bobo! É rir à toa... é chorar à toa! É fome e é falta de apetite... O Amor faz a gente reformular toda nossa vida... depois virar tudo ao avesso e pôr de cabeça pra baixo, achando que somos as pessoas mais espertas do mundo! E somos mesmo! E nos dá um monte de medo... medo de dar tudo errado (e de dar tudo certo!)! De sofrer... De ser feliz demais! Mas dá também coragem... ele vicia, ele inspira, ele dá lucidez e depois tira... tira e depois devolve! Que coisa linda, que coisa louca que é o Amor...

Ninguém é imune ao Amor. De nenhum tipo. E não adianta esbravejar, hein? Toooodo mundo quer ser amado. TODO MUNDO! Amor de mãe, de pai, de filho, de vô e vó... de marido, namorada, noivos! Amor de amigo, irmão e irmã, primos, tios... Amor ao próximo.. Amor à Deus... Amor à natureza e à vida. As vezes o tal do Amor-próprio é meio complicado, meio traiçoeiro... nós exigimos muito de nós mesmos e ficamos ali... naquele impasse... mas, EI!!! Você quer se amar também!!! Quer sim!!! Você se ama.. nem que seja escondido de si mesmo!!! Pode apostar...


Todo mundo já amou alguém e já foi amado. Nem que seja uma lembrança distante. Nem que seja contra a vontade "consciente". É mais forte do que nossa "vontade"... É como respirar! Quando você menos espera você está amando e sendo amado, não porque é uma pessoa maravilhosa (e não que você não seja), mas é que quando se ama, se ama "apesar de" e não "por causa de". A gente ama e pronto! Acabou-se! Num tem jeito... se esse amor vai durar pra sempre... bom... trick question! Depende. Depende do tipo de amor... e depende de quem você ama. Eu tenho essa minha teoria (claaaro que eu tenho uma teoria! hahahahaha): se alguém lhe ama, só você pode destruir isso, mais ninguém no mundo! Somos responsáveis por quem cativamos, já dizia o Pequeno Príncipe. Se você cuidar bem do sentimento que nutrem por você, ele nunca vai se esgotar. É isso que eu acho. Mesmo mesmo meeesmo. De verdade mesmo! Lembram de um post meu que dizia: "saber amar é saber deixar alguém te amar"? (É isso mesmo! A música de Paralamas!).

A gente ama aquela criatura mal humorada, a gente ama aquele sujeito teimooooooso, a gente ama aquela figura briguentaaaaaaaa, a gente ama também aquele lá tooooooodo não-me-toque, aquela mimada, o dono da verdade, a manteiga derretida, a chata de galocha, a chorooooona emburrada... enfim! Não adianta! A pessoa pode ser o que for (Ufaaaaaa! É a minha sorte, hein?!) sempre vai ter um mais doido do que ela que vai amá-la incondicionalmente... =)


Ahhh! E esse doido vai ter um mega problema também! Sei lá! Mal hálito, chuta enquanto dorme, cinco ex-esposas, vai ser argentino! Não sei! Mas vai ter alguma coisa nele irresistivelmente amável... E como não amar quem nos ama? E como não reconhecer um grande Amor nos olhos de alguém com quem você vai ser feliz?

Feliz? Por quanto tempo? Um dia? Um ano? Uma vida?
E     Q-U-E-M     S-E      I-M-P-O-R-T-A ?

O importante é o Amoooooooor! Aaaaahhh L´Amoooouuuuuuur!
Vão dizer que não assistiram "Um amor para recordar?" hahahahaha Assistaaaaaaam! Eu, particularmente recomendo o livro! Moorrrriiiii de chorar! Mas é lindo. Outro tipo de Amor? Amor de mãe e filho... Morrrriiiiii de chorar também... tava no avião voando de Recife pra Natal e soluçaaaavaaaa! Tava quase engraçado... Inesquecível e real: "O Pequeno Médico"... Um minuto a mais de amor (um minutinho!) compensa muita coisa. Quando eu digo "muita coisa" é MUITA COISA mesmo.


Huuuum... O amor e o chororô andam meio que juntos, né?

Paciência... não é por acaso que Afrodite, deusa grega do amor era tão... eeeh... geniosa e cheia de subterfúgios. Mas não vamos confudir as coisas, hã? Todo mundo sabe que os deuses gregos não são o melhor exemplo de virtude, mas nem por isso virtude deixa de ser virtude, Amor deixa de ser Amor e a rosa deixa de ser a rosa... Você sabe... a flor com espinhos.

E hoje é Valentine´s Day! Então nada de "borocoxismo". O melhor é só esvaziar a cabeça e deixar fluir as emoções gostosas... suaves... sonhar, idealizar, imaginar, viajar na maionese!Chorar só se for de alegria... de emoção!


Não é preciso nem estar com alguém pra curtir o Amor! hahahahahahaha As vezes, dependendo do seu caso, facilita até não estar, hein!? Porque aí você pode "desenhar" alguém do jeitinho que você queria, que você merece, ué! "Temporada de Caça ao Amor da Sua Vida" aberta!!! Go and get them, baby! Sei lá! Idealizar é bom... nenhuma restrição! Se, de repente, você tá com alguém, mas também essa pessoa não é ááálá essas coca-colas... huuum... tecnicamente sonhar com uma "tampa" que encaixe melhor na sua panelinha não é traição, é? Se for alguém imaginário?! hehehehehehe Ooooolhe, oooolheeee! Imaginário, hein?! hahahahahahahahha

Eu, graças a Abba, estou toda amandinho... só que o negoço é meio complicado, né? Eu falei que ele mora em outro país, né? Afeeee! É que se não fosse complicado não era eu! hahahahahaha Dããããa! Mas vamos ver... Quero pensamentos positivos, tá??? Pleaaaaaseee! Esse é o meu ano, lembram?

Então é isso, meu povo e minha pova! Finzinho de dia, estou ainda no trabalho... Vou terminar umas coisas aqui e ir pra a academia. Altamente mega-ultra-extra romântico, né? hahahahaha Fazer o quê? Mas sonhaaaaaar eu posso! E ficar imaginaaaaando... bem ridícula... bem com cara de retardada eu posso! :) Vai ser meu programa de depoooooois da academia! hahahahahaha

O que eu desejo a todos é um feliz dia de São Valentim. Que possamos hoje reviver a inocência do Amor. Um Amor sem cobrança, sem mácula, sem dor, sem tristeza e  sem decepção. O Amor pelo qual São Valentim perdeu a vida... aquele puro, que faz as pessoas acreditarem que tudo é possível, e que as vezes, torna realmente possível o impossível, como aconteceu com Asterias. Que aconteça comigo. E com você.

Feliz dia Internacional do Amor!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Por tudo que sou...


Incansável que sou, eu sigo.
E quando penso que vou me espatifar no chão, levanto vôo.
 E quando penso que vou alçar vôo, me espatifo no chão!
E a única coisa que é incansável em mim é meu cansaço, mas nem por isso eu paro.


Insaciável que sou, eu anseio.
E tudo que encontro só me deixa mais exasperada com tudo que não achei.
E a saudade que sinto das coisas que ainda não provei me salgam, mas lhe tornam tão doce pra mim...
E nunca satisfeita, tudo o que quero é não querer nada: nada pra mim é tudo!


Perdida que sou, eu busco.
E nessa busca por mim encontro você, e me perco, e lhe perco, e me acho.
E corro com tanta gana nessa busca que sou... que me deixo pra trás!
E então volto por mim, e no caminho torno a lhe encontrar, mas já não somos mais os mesmos (e isso é bom!).


 Boba que sou, eu choro.
E a mim basta uma música que toque à alma, pronto! Estou chorando.
E que ninguém me diga que não sei ser generosa. Com certeza, eu choro...
E quando anoitece e volto para o meu apartamento onde me espera meu ursinho Teddy, também choro às vezes.


Valente que sou, luto.
E luto pra sobreviver, pra viver, pra ser! Já disse que não me serve de nada só existir.
E porque não posso me dar ao luxo de me render à tristeza e de dormir pra sempre, eu luto!
E porque tenho muitos sonhos pelos quais vale a pena uma boa luta.


Romântica que sou, eu sonho.
E sonho porque é dos sonhos que somos feitos, à la Shakespeare.
E espero sentir muita coisa, mas é sentimento "do forte", daquele verdadeiro mesmo que o coração balança, aí eu sonho.
E porque quero viver um grande amor, ter os filhos mais lindos do mundo e ficar velhinha ao lado desse povo aí.. do grande amor e dos filhos... e comer fritura escondida de todo mundo. Por isso eu sonho.


Teimosa que sou eu acredito:

 Em ser INCANSÁVEL e SEGUIR.
Em ser INSACIÁVEL e ANSIAR.
Em ser PERDIDA e BUSCAR.
Em ser BOBA e CHORAR.
Em ser VALENTE e LUTAR.
Em ser ROMÂNTICA e SONHAR.
E em ser TEIMOSA e ACREDITAR...



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Dinheiro, prudência e canja de galinha.



Hoje eu precisava escrever de tooooooooodo jeito!

Enquanto até ontem estava sem conseguir escrever, naquelas minhas crises de "bloqueio artístico"... hoje me deu uma saaaaudade apertada! Uma vontade danada... DAQUELAS! E corri pra cá! Foi só o tempinho de abrir o browser.

Gente do céu! Eu sempre brinquei e até achei bonitinho quando me disseram que eu sou uma "mulher de fases"... no melhor estilo Charle Brown Jr... Mas é porque eu não levava a sério de verdaaaade mesmo! hahahahaha Agora tô chocaaaaada! Que danado é isso? Como diz o André: "me amassa que eu tô passada"! hehehe

Então! A palavra da vez é REFLEXÃO! E não tem nada mais difícil, mais excruciante, mais chato e mais maturador do que refletir... Annn hãm. Marquem bem isso que estou dizendo. É absolutamente complicado, mas indiscutivelmente necessário refletir once in a while. As conclusões, as constatações ou mesmo as dúvidas que surgem depois disso são bem reveladoras e nos obrigam, isso mesmo, OBRIGAM, a amadurecer e reagir.

Todo mundo sabe que existem duas formas básicas de se aprender na vida. Muito bem. Quais são elas? No amor, vulgo "no bem bom". E na dor, vulgo "na porraaaada mesmo!". Adivinhem a mais eficiente?!


Provavelmente já mencionei aqui o que uma pessoa que conheci aqui em Brasília chamada Stélio costuma falar... Stélio diz que existem dois tipos de pessoas no mundo: as inteligentes e as sábias. As sábias são as que aprendem com os erros dos outros. As inteligentes são as que aprendem com seus próprios erros. Tchaaaaaaaam. E que tipo de pessoa vocês conhecem mais?! E que tipo de pessoa você é? Eu posso dizer sem falsa modéstia... sou inteligentíssissississisiiiiiiiima! :P

Então! Vamos pegar todos esses ingredientes dos quais eu falei, e o que aconteceu comigo nos últimos dias é bem fácil de entender... Aconteceu comigo, acontece com você, com seu amigo, com todo mundo... As vezes é com todo mundo ao mesmo tempo... as vezes parece que está todo mundo bem e você está lá, a miséria em forma de gente! Mas é isso! Depois da tempestade vem a bonança, certo? E jááááá falamos sobre isso aqui no blog! O ditado não é "depois da bonança vem a tempestade"... hahahahaha Então relaxa, que vai dar tudo certo. Aaah vai! Vai sim. Deus veste as flores e alimenta os pássaros, lembra?

Pois bem... passei uma semana brigando com todas as pessoas mais próximas a mim, com exceção da minha amiga-irmã-adotiva-do-coração Bru (toooodo mundo geral era covardia, né?). Minha mãe, coitada, ora tinha que me ouvir lamentando do mundo, ora ela própria e eu começávamos a discutir... depois "psssshit pssshiiittt... mamãe tá aqui... pronto... pronto... paaaassou bebê" Que loucura! Se aquilo tudo era TPM, foi a primeira da minha vida! :/


De todas as discussões que tive retirei um denominador em comum que me machucou: eu sou teimosa. Mas tipo... eu ABUSO do direito de ser teimosa. Eu sou extra-mega-blaster-ultra-top-hiper-plus-super teimosa e isso cansa os outros, meio que traumatiza os outros, e sou excelente, eu sou O CARA da argumentação... então brigar comigo, discutir, é realmente um saco... eles odeiam... eles preferem evitar. E aí eu me senti evitada como um todo. O que eu sou? Godzila? Não é uma qualidade ter personalidade forte? :D hehehehe Pelo visto não... "forte" assim não... :P

E entrei na segunda fase da minha reflexão: eu sou uma pessoa ruim de se conviver? Será que ninguém, com exceção da minha fiel mamãe-escudeira-Sancha-Pança vai dar conta? Se até (tu Brutus?) ela fala que é um saaaaaaaco discutir comigo porque "eu sempre estou certa"! Me convençam! tenham argumentos! O pior é que eu sei entregar os pontos... mas as pessoas têm preguiça de argumentar... Quando encontro um pior do que eu e ele me convence eu aceito... Mas será ruim assim isso? Essa "dudice"? Huuum... E o que eu faço? Continuo discordado, mas deixo pra lá? Hááá! Bad news... Já venho usando essa técnica... só que as vezes não dá, né? Nossa. Fiquei mal. Me senti com uma espécie de câncer comportamental.


Tem horas que penso que não vou mais dar conta. Que vou me transformar numa planta. Numa estrela. Numa pedra. Qualquer coisa que não seja gente.

Só que a poeira foi baixando. E eu comecei a refletir, refletir, refletir. REFLETIIIIIIIIIIR... até dar um nó no meu juízo! A primeira coisa que entendi foi muito bem sintetizada depois pelo meu amigo (já famoso aqui no blog! hahahahaha) André. Ele, que é psícologo tempo integral, mesmo sem perceber, sempre sai com umas frases que parece que ele acabou de tirar de um livrinho de bolso. Tem umas que são até teatrais, sabem? Meio poéticas? É bem legal, Dé, isso é elogio, viu? :) Bom... Ele disse o seguinte: "Sabe o que nos chateia nas pessoas, Duda? Que elas não nos conhecem. As pessoas não conhecem a gente e não sabem o que estamos passando".


É exatamente isso. Eu estava ruiiim. Ruuuuiiiim. Ainda não estou uma Brasteeeeemp, mas tô bem melhor agora. Mas sabe o que aconteceu? E por isso também saí discutindo mais e mais e mais? Quanto mais eu esperava empatia e solidariedade... tipo "não vou mexer com a Duda, não vou levar em consideração as loucuras da Duda hoje, porque ela não está bem", maaaais eu recebia crítica, cobrança e patada! Foi quase que o contrário! Quase? Que quase que nada! Foi exatamente ao contrário! Não adianta absolutamente nada você dizer ou demonstrar que está mal e ir lá e mexer na ferida do outro... ele não quer saber que você tá mal, ele quer saber é que você mexeu na ferida dele. "Oxe! Tá maluco, mermão!? Mexer na minha ferida!? Quer morrer?" Tipo isso... E o ditado seria: "Amigos, amigos, feridas à parte".

E tem mais! Eu descobri que aquela história toda de que não adianta ensinar pra quem não quer aprender, tem HORA certa pra as pessoas aprenderem as coisas e que na hora da raiva não adianta ensinar porque ninguém vai pensar que é ensinamento, mas xingamento, sei lá!? Tuuuuudo verdade! Mesmo que você ache que conhece ou tem abertura com o outro... neeeeem se iluda!

O tal do "outro" vai se armar até os dentes, se magoar, se estressar e vai vir com tudo pra cima de você (que é o injusto, o errado, o troglodita da história, claro!)! E se você está chateado, magoado ou sei lá o quê, se prepare porque vai ficar pior! Moral da história? Nesses casos, infelizmente, tire sua lição e deixe que a vida se encarrega dos demais... lembra daquilo lá de amor (na boa) e dor (na porrada)? Pois é. Você aprendeu na porrada, não foi? Tá sensibilizado e quer ensinar no amor? Que bonitiiiiiiiinho... Só que não vai rolar. Fato! Tudo tem sua hora.


Embora neste processo eu tenha aprendido coisas úteis. Me magoei muito. Existem pessoas que conquistaram meu respeito. Outras que ganharam minha indiferença (não trabalho com raiva, rancor, ódio e outros sentimentos que se voltem contra mim... acho contra-producente, desinteligente, desumano). Sinto muito porque sei que existem coisas que não estão claras para quem, ao contrário de mim, não refletiu, e até acha que eu realmente sou a reencarnação do monstro do lago Ness com dislexia e DDA. Tem gente que nem quer ser conhecer, imagine aos outros! Mas acho que, embora eu não seja ainda uma pessoa melhor - porque não é instantâneo: "saiba o que tem de errado com você e pronto! Ganhe um update!" - agora posso me tornar melhor, ou ao menos tentar... se realmente quiser.

Entendi que preciso saber cultivar relações. Todas elas. E também ter tempo para mim. Uma amiga minha chamada Lissa e cujo apelido é "Lissão" me ensinou uma "lição" inesquecível... eu tenho dificuldade de dizer não às pessoas e acabo fazendo coisas e me "sacrificando" para agradar ou satisfazer as necessidades dos outros. Lissa me disse: "Duda, pense assim: toda vez que você disser NÃO a alguém, está dizendo SIM a você." (Obrigada, amiga.)

Sabe. Eu posso ser teimosa, turrona, braba "feito siri na lata". Mas sou manhosa, boba e realmente costumo me colocar no lugar dos outros.

Afora quando estou maluca de tanta tristeza e perdida em mim e na minha confusão, feito nesses últimos dias, dificilmente digo algo a alguém que vá ferir ou magoar os sentimentos. Sempre fico pensando no que a pessoa sente ou está passando e isso me "poda" enormemente. Só que os outros não são assim. Quando eu precisei deste tipo de compreensão não recebi, com exceção, "um pouco", não sei se raciocinada assim, ou se por pura bondade, de uma amiga chamada "Zefa", que possui realmente um coração de muita inocência e leveza.


Sabem o que mais? É o que o André disse. "As pessoas não nos conhecem". A maioria, ao menos. E nós não as conhecemos também. Até que chegue o momento de encararmos isso. E qual a minha conclusão? Continuaremos não as conhecendo.. e nem elas a nós. Mas o fato de não nos conhecermos, pelo menos profundamente, não é problema. Aceitar isso é que é importante. Somos todos diferentes, imperfeitos, sozinhos e humanos. Só isso. Acho que não nos maltratarmos pelo fato de sermos diferentes e respeitamos os espaços uns dos outros já basta.

Esse ano de 2011 é o meu ano. Estou trabalhando em um escritório fantástico. Referência nacional para o mundo jurídico. Tenho orgulho do que faço e gosto muito, pela primeira vez, de fazê-lo. Tenho perspectivas. São perspectivas que nem consigo delinear! De crescimento profissional, pessoal, emocional, cultural. Ainda sou nova, estou advogando só há 1 ano e 15 dias exatos e, com a ajuda de Abba e do esforço de uma vida inteira me foi dada esta oportunidade.


Reencontrei meu primeiro amor de colégio! hahahaha SIIIIM! Merecia um post só pra isso. Mas foi uma coisa de infância que nunca saiu do platonismo e agora, depois de 15 anos sem notícias nenhuuuuumas um do outro, nos reencontramos, só que ele não mora no Brasil! Mas só essa odisséia romântica, tão bonitinha, tão purinha, tão especial me acalenta a alma (e siiiiiiim! eu também briguei com ele nesses dias! hahahahaha! foi o primeiro da lista! mas está tudo bem agora... ufa!). Quando eu disse pra ele que as vezes achava que ia me transformar em planta, ele disse que se fosse assim, viraria raiz. :) Só Abba sabe o quanto eu preciso mesmo de uma raiz bem forte! hehehehehe Foi algo muito gostoso de ouvir...


Então esse ano é MEU ANO! E preciso estar 100% focada! O que é isso, né? A hora é essa! E eu posso... tenho um potencial tremendo! hhahahahahahaha Olha a humildaaaaaade! Mas tenho, ué! E tenho que acreditar nisso, em mim, em tudo! Vou vencer! Esse ano eu vou "bombaaaar!" Então preciso saber me dizer SIM! SIM, Eduarda! SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIIIIIIIIIIIIIM!

E isso requer sacrifício, escolhas, e requer até mesmo um pouco de solidão. Pra estudar, pra estar descansada, equilibrada. Não é o claustro! Não vou me enclausurar! hahahahahaha Mas minha postura agora é outra. Quem quer fazer vestibular não pára pra estudar? Ou passar num concurso ou tirar a OAB? É a mesma situação. Me conectar com o mundo no qual pretendo me inserir... esse é meu objetivo. Se a pessoa quer muito uma coisa. De verdade. Ela tem que marcar um "X" ali e mergulhar de cabeça. Isso não é ser bitolado, é ser obstinado. Foi assim que cheguei onde estou... e ainda tenho um longo caminho pela frente, que com a ajuda de Abba e trabalho duro vou conseguir percorrer como diz Shakespeare: "com a graça e a leveza de uma criança".

E tudo vai dar certo. Disso tenho certeza. Façamos a nossa parte... tomemos um tempinho pra refletir de vez em quando... e vamos ter bom senso! No final das contas...

...dinheiro, prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém.