quarta-feira, 25 de maio de 2011

Um trem noturno para lisboa: a parte que me interessava, eu vivi.



Uau! Eu avisei que realmente estou precisando escrever. Cheia de coisas pra contar, pra falar e pra pensar.

Algumas coisas só consigo "pensar" à medida em que vou dissecando, analisando, decidindo a melhor maneira de "botar no papel (virtual)". É quando tudo fica realmente claro, ou quando fica claro que não vai ficar claro coisa nenhuma!

Então este é um daqueles posts que começo a escrever com o título em branco sem saber exatamente onde as palavras e as ideias vão me levar a partir do instante em que começarem o processo de afunilamento de dentro para fora de mim.

É muita coisa acontecendo junta. É por isso! E não é sempre assim? Ou ficamos enlouquecidos porque naaaaada acontece, naaaada muda e achamos que vamos morrer de tédio, derrota, ansiedade, sofreguidão, insanidade! Ou então TUDO de uma vez só e mal conseguimos processar!

É ficha demais caindo e a imagem que me vem na cabeça é daqueles filmes com cassino americano em que aparecem três figuras repetidas (de cerejinhas?) e daí o cara não sabe como segurar tanta moedinha... na camisa esticada, no boné, abraçando feito um bebê!?

Pois é...

Eu estou "viajando pra Lisboa de trem" desde  a semana passada quando comecei a ler um livro chamado Trem Noturno para Lisboa. Na verdade, já chegamos lá.. eu e Mundus (Gregorius), o protagonista. Este livro poderia ter sido escrito por mim. Não que eu seja tão boa quanto o cara que o escreveu... mas é que seguimos a mesma linha de pensamento... e as vezes ele diz umas coisas que eu penso que se tivesse parado para refletir sobre aquele mesmo assuntinho ali, diria da mesmíssima forma. E eu entendo perfeitamente tudo o que ele diz, o que ele quer dizer, o que ele não diz, o que queria ter dito e o que ele prefere ocultar (não do leitor, porque está claro pra mim, mas dele mesmo, escritor).

Vou dizer em que momento minha atenção foi capturada... Foi quando ele jogou a pergunta:

"Se só vivemos parte da nossa vida, o que acontece com o resto?"
(Trem Noturno para Lisboa)

E o negócio desmantelou, me surpreendeu e me tornou voluntariamente cativa quando Mundus (protagonista, lembram?) citou Marco Aurélio, imperador Romano:

"Força-te, força-te à vontade e violenta-te, alma minha; mais tarde, porém, já não terás tempo para te assumires e respeitares. Porque de uma vida apenas, uma única, dispõe o homem. E, se para ti, esta já quase se esgotou, nela não soubeste ter por ti respeito, tendo agido como se a tua felicidade fosse a dos outros... Aqueles, porém, que não atendem com atenção os impulsos da própria alma são necessariamente infelizes.”

Puuuutz! Nocauteada! E não foi isso que fiz quando vim pra Brasília? Forcei minh'alma? Aaah, não!!! Nesta vida quero saber ter por mim respeito, sim senhor! Respeito que me leve a respeitar-me continuamente e que leve os demais a respeitarem-me também... Porque é do ser humano respeitar aos que se dão ao respeito, aos que são respeitáveis. Minha felicidade pode ser a dos outros, mas deverá ser antes de qualquer coisa MINHA. Se me alegra a felicidade sua, que assim seja. Que eu não seja egoísta de pensar apenas em mim, e nem banana de pensar apenas nos demais.

Tenho "desmodéstia" de ler esta frase de Marco Aurélio e dizer "Sim senhor, Imperador, dou toda a devida atenção aos impulsos de minha alma. Se peco, é por excesso! Por mimá-la demais.Se depende da atenção que se dá aos impulsos da própria alma ser feliz ou não, minha felicidade está assegurada."

Mas isso é UMA coisa que posso dizer de mim do pouco que me conheço. E o que mais?

Em abril escrevi um post chamado "Nas encruzilhadas mais importantes da vida não há placa de sinalização" (http://eduardachacon.blogspot.com/2011/04/nas-encruzilhadas-mais-importantes-da.html). Ali falei de como somos o produto de nossas escolhas e experiências. Parece óbvio e simples. Só que não é.

Essa questão é tratada no livro que estou lendo e, talvez por ser algo que já me fez parar para refletir, entendi perfeitamente o que o autor quis dizer... A conclusão inevitável é que algumas pessoas peeeensam, pensam e pensam em como fariam as coisas de modo diferente se pudessem  voltar no tempo, mas não entendem que apenas desejar isso é perda de energia.

Acontece que a pessoa que você é hoje, desejando reformular o passado e fazer as coisas dessa forma ou daquela, ou simplesmente desejando não fazer como fez (porque qualquer outro caminho seria melhor do que o que você tomou...) ESSA pessoa só existe porque as coisas foram exatamente como foram.

A pessoa que você é, com a experiência e o discernimento para fazer tudo diferente só existe em decorrência do que fêz (que é exatamente aquilo que você deseja modificar), mas ESSE você jamais poderia estar lá atrás com esse conhecimento que possui hoje (que resulta de ter feito tudo do jeitinho como fez, ainda que se arrependa), para dali pra frente mudar suas decisões.

Se, contudo, você voltasse ao passado, como a mesmíssima pessoa que era naquele instante, tendo vivido exatemente o que viveu até aquele instante (e não até esse), então de que adiantaria, já que com certeza faria as exatíssimas escolhas que fez e então tudo continuaria exatamente como é?! Se você se arrepende das decisões que tomou, voltaria ao passado apenas para repetí-las... Porque o VOCÊ do presente é quem está pensando diferente hoje do que pensava ontem. O VOCÊ de ontem pensava daquele mesmo jeito (claro! Porque não tinha passado ainda pelo que você passou pra aprender com os erros e escolhas) e faria tudo igualzinho. Por que ele mudaria o pensamento dele sem saber o que seria do futuro?

Podemos sonhar em voltar ao passado, mas não com o conhecimento e a experiência do futuro. Então é um sonho inútil e estúpido. O que podemos fazer é agir no AGORA para que AMANHÃ não desejemos mudar o ONTEM.

Alguém entendeu?


Hoje eu estava conversando com uma pessoa sobre planos. Parece que esse assunto me persegue. Sabem que ontem mesmo conheci uma mulher que me ensinou sobre a Consciência Tântrica... Sabem o conceito de  epicurismo? Só que mais voltado pra alegria do que pra prazer em si. Aliás, melhor dizendo: prazer da ALMA do que do CORPO (vejam que eu disse MAIS voltado para e não exclusivamente). É mais de valorização da felicidade, da alegria de estar vivo. Descobri que em matéria de VIVER, eu até que sou da filosofia tântrica, mas tenho que aprender "otras cositas más" pra ser 100% tântrica! hahahahahahaha Eu chego lá!

Mas voltando à minha conversa com essa pessoinha do bem. Então! Eu estava defendendo que, sem ser inconsequentes, é muito importante que sejamos  irresponsáveis. A distinção é possível para vocês? Claro que ser irresponsável tem "efeitos colaterais"... alguns previsíveis, outros impensáveis, por isso devemos agir com consciência de que nossa irresponsabilidade trará consequências e que essas tais consequências precisam estar dentro de um certo limite, que é flexível e varia de pessoa pra pessoa.

É que a vida é absolutamente imprevisível. Se agimos de forma irresponsável supomos que (dependendo do tipo e do nível de irresponsabilidade) algo acontecerá. Nem sempre sabemos o quê. Nunca podemos afirmar com 100% de certeza que sim nem que não porque não sabemos o que será a nossa próxima hora.

Uma vez eu estava bem endividada e vi no Peixe Urbano, Groupon.... sei lá! Uma oferta mais ou menos assim: 4 noites na Jamaica para duas pessoas com tudo incluso por R$ 1.600,00. Algo assim. E pensei na mesma hora: Puuutz! Eu devia era ir pra a Jamaica! Quando vou poder ir na Jamaica novamente por esse preço, neste estado de espírito?! Tô precisando ir pra a Jamaica! hahahahaha Não é 800,00 que vai resolver meus problemas financeiros nem nada.... mas ir pra a Jamaica!? Ir pra a Jamaica deve ser muito legal. E eu teria ido fácil!!! Só não fui porque era pra DUAS pessoas e eu sou só uma (mesmo que as vezes esqueça e pense que sou trezentas!) e por causa do trabalho! Solamente!!!

Se eu for pra a Jamaica daqui a 1 ano, não sou EU quem vou pra a Jamaica. Vai ser "a Eduarda de daqui a 1 ano" e não "EU de agora" indo pra a Jamaica. Vai ser outra viagem. Eduarda hoje ou vai hoje ou não vai mais nunca pra a Jamaica... Entendem? A Eduarda de amanhã terá vivido algo que fará a viagem diferente pra ela do que seria pra mim...

A vida não se adia. Não se delega a vida, o VIVER pra o "você de amanhã". O VOCÊ DE HOJE nem sabe que tipo de "você", VOCÊ será amanhã!!! Tem que ser hoje! Agora! O momento passa. Lá vem Herótodo: "O homem não se banha duas vezes no mesmo rio." As águas correram e tudo mudou.

Mas eu faço planos. Eu compro coisas, eu penso no futuro, eu idealizo (o que é fácil de confundir com planejar)... só que não me engano. Sou tântrica! hahahahahahaha

Eu falei pra essa pessoa mais ou menos isso:
"A gente não sabe se vai ter saúde, ou nossos familiares... Se vamos precisar mudar tudo pra manter a sanidade ou perder a sanidade pra manter tudo! A gente não sabe se vai ficar só... se vai ter família, quando nossos pais vão 'embora'... Se vai haver um golpe militar, um atentado terrorista. Racionamento de água! Se vão descobrir um novo planeta ou uma pirâmide antiga no Egito. Não sabemos se alguém vai achar a cura pro câncer. Se os carros irão flutuar igual no desenho dos Jetsons! Fazemos o nosso melhor até que o futuro se revele, só isso."

Sabe o que Winston Churchill, bem mais esperto e sabido do que eu disse? "Coragem é o que se requer para levantar-se e falar. Coragem é também o que se requer para sentar-se e ouvir".

Mas o que é levantar e falar? Ou sentar e ouvir? Levantar e falar o que não quer ser ouvido. Sentar e ouvir o que não quer ser falado.

Quando levantamos e falamos aquilo que precisa ser dito, precisamos ter a coragem de lidar com as consequencias. Como diz Shakespeare "heróis são pessoas que fazem o que é preciso ser feito, aceitando as consequencias." E não é nenhum pouco mais fácil do que isso sentar e ouvir aquilo que ninguém deveria querer falar, mas é preciso que se ouça.

Penso nisso quando visto a camisa do "vá lá e viva!" E olhe que eu acredito em reencarnação. A vida não é uma só, mas é uma só de cada vez. Cada uma é única, diferente e especial. Como somos, o que vivemos, o que sofremos e aprendemos e ensinamos! Tudo isso não se repetirá exatamente como foi nesse momento! Então não vivemos várias vezes a mesma coisa: vidas. Vivemos uma grande VIDA, uma existência, composta de muitas vidas-VIVÊNCIAS, todas elas únicas.

Por isso eu digo... VIVA. Viva com alegria e com sobriedade. Com consciência. Consciência absoluta? O que é isso!? Consciência bastante. Beeeem melhor, hã?! Bastante que lhe permita ser o melhor que puder, mas você mesmo julgando o que é esse melhor, especialmente quando "o melhor" não for bom o suficiente...

Acontece que é preciso seguir a alma. É preciso forçar-se conforme a alma! E a alma deve seguir a consciência: o crivo de certo e errado, justo e injusto que está dentro de nós. A consciência é o legado de Abba para todos nós, é nosso software.

Fazer algo que é "certo", contrariando a alma, é errar duas vezes. Primeiro porque contrariamos nossa alma. Segundo porque é uma hipocrisia. Por isso que estou insistindo aqui que "o melhor" é o que é melhor pra você!!! Não existe um "melhor genérico". Que farmácia é essa!?

Quando entendemos isso, tudo muda. TUDO.

Vejam esse livro que estou lendo (Trem Noturno pra Lisboa) por exemplo! Agora a questão é: quando você irá absorver isso? Sempre o "quando"... Depois que sua vida tiver passado e que lhe sobre tempo pra que "você" seja VOCÊ, mas bem menos tempo do que seria preciso pra que você saiba quem "você" poderia ser hoje se "você" tivesse sido VOCÊ há mais tempo!?

É preciso sentir. Perceber. Deixar que sua alma lhe diga o que ela está sentindo. Compartilhar da energia do mundo! Não sou eu, é a física quântica que diz: tudo, tuuuudo tudo tudinho é energia.

Ontem eu fui a um jogo de basquete: Brasília e Franca pela final do campeonato brasileiro. Foi bem legal. Lá pras tantas eu vi um senhorzinho vendendo churros. Não consigo evitar... minha mente dispara, minha alma vibra. É em pequenas coisas que entramos em sintonia com o todo que nos cerca. Pensei se os seus pés lhe doíam. Pensei se teria filhos ou netos ou uma mulher doente em casa dependendo dele. E se estariam preocupados com ele na rua aquela hora, sua segurança, sua saúde, suas vendas... Se todo o seu sustento viria da venda de churros. Como ele faria nos dias (a maioria dos dias do mês, até onde sei) em que não há eventos assim onde ele possa vender churros? Será que vende em uma parada de ônibus ou na rodoviária? Pensei se ele sabe fazer algo que não churros... Como ele poderia incrementar seu negócio? Mas como um senhorzinho carregaria, por exemplo, cervejas!? Pensei que ele deveria estar dividido entre a vontade de ir pra casa - cansado - e a de que não terminasse tão cedo o jogo até que tivesse vendido tudo. Pensei se ele não seria sozinho por causa de algum vício e lutava pra sobreviver... E se sentia-se sozinho. Pensei quais seriam suas pequenas alegrias no dia a dia... Pensei, pensei, pensei, pensei!!! Até a hora de ir embora varri com os olhos o ginásio atrás do senhorzinho.

Por que eu sou assim? Não sei. Mas não queria nem me imagino sendo de qualquer outro jeito. Não queria ser como todo mundo que olha o velhinho do churros e pensa: "Ah! Olha o velho dos churros!" Vira pro lado e esquece. Alguém tem que pensar. Alguém tem que se importar. E é fundamental que além dos de casa, "estranhos" façam isso. Até porque nem todo mundo tem "os de casa"... Imaginem só! Entendo que não podemos sair por aí mudando o mundo, vivendo a vida das pessoas e os problemas delas por elas. Isso também é errado, é extremamente agressivo e não é eficiente. Mas daí a ignorar?

As vezes, voltando a Churchill, sentar e ouvir também é um pouco disso: de prestar atenção. De se voltar para os outros e suas necessidades.

Eu não sou uma pessoa excepcional. Tenho um bando de defeitos braaabos! Difíceis de conviver. Mas procuro ser uma alma boa. Em fazendo isso, me sinto bem. Me sinto alegre no espírito... estou respeitando minha consciência e minha alma.

As pessoas sorriem pra a gente diariamente, e por trás daquele sorriso se escondem dores e problemas dos quais nem sequer suspeitamos. E fazemos o mesmo, alguns também diariamente, outros ocasionalmente. Mas o sorriso que nós devolvemos a esta pessoa é diferente do que ela nos deu. Ela quer passar força ou indiferença... nós passamos simples e puramente calor humano. Este tipo de sorriso tem um poder raro... ele exorciza o medo e a solidão.

Já acredito tanto e com tamanha naturalidade que nem percebo. Acredito na vida.

Hoje pela manhã dei bom dia pelo facebook e recebi um "Bom dia, Dona Alegria". Fiquei feliz em constatar que sou "alegre sem querer" e que consigo transmitir meu "calor humano" com tanta naturalidade. É uma enorme recompensa à alma e, por conta disso, passei o dia inteiro me sentindo intensamente VIVA.

A intensidade com que me sinto viva, VIVA num sentido muito maior e vestido de um significado real... isto é inconfessável, inefável.

O que o amanhã me reserva? Gente! Já me preocupei TANTO, mas tanto com isso!!! Hoje eu não sei e pronto! Eu finalmente entendi o que Shakespeare (Bill) disse e que pra mim sempre pareceu meio irresponsável e ilógico: "Depois de um tempo você aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão."

O TEMPO! Sempre o tempo...

E aí? Em quanto tempo você irá aprender isso? Que o que precisa ser feito, precisa ser feito hoje! Porque amanhã você será outra pessoa resultado do que você FEZ ou então DEIXOU de fazer HOJE! Amanhã o que você fizer vai mudar o amanhã. O tempo não volta. E Bill disse também que "levamos muito tempo pra nos tornarmos a pessoa que queremos ser, e o tempo é curto."

Nem sei se é possível isso: se tornar a pessoa que se quer ser... mas se você deixar pra tentar nos últimos minutos da prorrogação... ou no fim do segundo tempo (como Gregorius do livro)... quão próximo você vai conseguir chegar do que quer? No máximo irá gastar o resto do tempo tentando entender como perdeu tanto tempo!? Mais perda de tempo ainda!

O tempo, minha gente, é a medida do que chamamos de livre arbítrio. O livre arbítrio é o quando. O tempo gasto é o indicador de como temos usado, se sabiamente ou não, o livre arbítrio que nos foi dado.

Ora! Se com uma "impressão de livre arbítrio", resumido ao quanto de tempo que gastamos para fazer o que precisa ser feito e não para que façamos OU não (já falei disso no blog....). Todos devemos agir em determinados sentidos que sabemos perfeitamente quais são. Só nos resta optar por quando. O "não fazer" nunca foi uma opção. As opções são "não fazer agora"... "não fazer tããão cedo!".

Vinicius de Moraes escreveu: "nasço hoje, morro amanhã, ando onde há espaço. Meu tempo é quando". Acho simplesmente perfeita aqui! O tempo e o quando numa sentença só, e ainda a convicção de que o "quando" é a medida do livre arbítrio.

Se MEU tempo é quando, é porque minhas escolhas são tomadas no tempo certo.

E o tempo certo é o quanto antes. As vezes, de preferência, quando a coisa fica madura. As vezes, necessariamente, antes que fique madura. A fruta madura demais cai da árvore, bate no chão, apodrece! Melhor desfrutar da fruta verde do que padecer de desejos não satisfeitos. Afinal, o que a maturidade tem de dependência com o tempo!? NADA! Shakespeare também explicou isso: "maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que quantos aniversários você celebrou."

Que venha a vida. Não sei se estou preparada, mas estou pronta!

Não consigo deixar de recorrer, muitas vezes, às mesmas citações que se tornaram tão valiosas pra mim e que em um pequeno trecho trazem uma grande carga... "A vida é como tocar violino em público e aprender o instrumento enquanto se segue." (Samuel Butler)


Eu digo uma coisa... quando coloquei a questão de que "se só vivemos uma parte de nossa vida, o que acontece com o resto?", não esperava encontrar uma resposta no final do post.

Não sei se posso dizer que estava enganada e que encontrei, mas posso dizer que compreendi. Compreendi que vivemos a PARTE de nossa vida que é resultado e fruto das escolhas que fazemos. A outra parte que não vivemos, é de todas as coisas que optamos não viver... por nossos motivos certos ou errados, sejam lá quais forem.

O que acontece com o resto? Com tudo aquilo que não vivemos? Nada. O vazio de não ter existido, muitas vezes sequer em nossos pensamentos. Coisas que poderíamos ter vivido, conhecido, experimentado, testemunhado... mas que nem passaram por nossas cabeças.

O que eu penso disso?

Que, se você tiver a coragem, só se realmente a tiver, deve pensar em todas as possibilidades que conseguir, por mais mirabolantes que lhe pareçam num primeiro momento, para que se você não viver nada daquilo essas coisas possam ter "existido" e "sido vividas" ainda que por uma fração de segundos, dentro da sua mente.  São essas experiências que irão tornar suas escolhas reais mais ricas e realizadoras.

E viva a parte da sua vida constituída do que você acabou decidindo da forma melhor e mais intensa possível. Para que não precise pensar nas coisas que descartou... para que não se sinta traído pelo tempo, pelos "quandos" e pelos "e se´s..."

Se perceber que a coisa está ruim. MUDE. Não "espere só mais um pouquinho pra ver o que acontece", porque é o seu tempo que está passando, e as coisas não vão mudar sozinhas pelo simples fato de que assim seria melhor. VOCÊ PRECISA AGIR. Mude, e tudo mudará. Ajuda-te e o céu te judará! É bíblico! hehehe Mude tantas vezes quantas forem necessárias, porque se tiver que se arrepender, que seja por ter tentado tudo, e não por ter tentado muito.

Tentar muito não é bom o suficiente. Você tem que tentar tudo até conseguir. ACREDITE.

ACREDITE até o âmago da sua alma. Ouça sua alma... sinta!!!


Espero que um dia, quando lermos esta frase novamente "Se só vivemos parte de nossa vida, o que acontece com o resto?" você possa sorrir e pensar convicto:


Não importa! A parte que me interessava, eu vivi.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Um plano que não podemos ver, as linhas tortas de Deus e a vida que segue...



 


Oiê, povo! É o seguinte... estou com um bando de coisa atrasada que preciso falar! Umas eu até tinha começado a escrever. Só que não quero (dessa vez) misturar tudo num post só. Então vamos lá....

Vou tentar uma coisa diferente... posts tratando coisas diferentes que estão precisando "sair de dentro de mim".  Se preparem!

Quanto de tudo isso será que consigo desafogar?

Antes de mais nada, ouuuuuutra vez vou explicar que eu chamo Deus de "Abba" porque é a palavra hebraica pra Papai... coisa que aprendi com um irmão mais velho chamado "Jesus" =)

Quando Jesus estava de rolé aqui pela Terra, pra choque e constrangimento (não era pra causar isso, mas que causou, causou) dos sacerdotes da época, deu pra chamar Papai do Céu, até então Deus-Todo-Poderoso, de Papai, Abba... É que o nosso Pai, para ele, como para mim, era um pai... uma figura próxima amorosa, acessível, presente. Diferente do que pregava a religião no momento em que apenas os religiosos poderiam se dirigir a Deus, Deus super brabo, rígido, sério, rancoroso, cisudo.

Descobri isso em um livro (heehehehehe... pra variar!) chamado "Operação Cavalo de Tróia". É um livro de ficção não-religioso que simula a descoberta de como viajar no tempo (pelo governo americano, obviamente), e envia dois pilotos americanos para testemunharem a via crucis. É isso. Até agora foram 9 livros que li (todos, claro!) e me ensinaram bem mais que uma palavra - Abba - mas me deram uma visão fantástica do que era o mundo naquele tempo, geográfica e culturalmente também, mas o mais valioso, de alguns apóstolos e, especialmente de Jê... Jesus que, para mim, era uma pessoa doce, bem humorada, até engraçada!, carinhosa, enfim.. muito gente! Muito filho do meu Pai. Do nosso Abba...


Já li muito livro que falava de religião como tema principal, nenhum mudou minha concepção religiosa como esse romance histórico.

E agora, em segundo lugar, preciso trazer de volta um velho conhecido de quem falei há certo tempo. Ele me procurou semana passada. Ele estava triste.

Vocês lembram de dois posts que escrevi sobre uma "alma aí" de 28 anos que ficou viúvo? Não bastasse isso - a dor da viuvez ao 28 - ter que ter estômago pra as mediocridades do mundo! Falei dele em dois posts:  Just a bunch of thoughts! (agosto/2010 - http://eduardachacon.blogspot.com/2010/08/uma-historia-de-amor-dor-despedida-e.html) e All flowers in heaven (outubro/2010 - http://eduardachacon.blogspot.com/2010/10/all-flowers-in-heaven.html).

Bom... Ele ficou viúvo em agosto do ano passado, by the way... há menos de 1 ano. Mas a vida segue. E segue aos solavancos. As pessoas continuam agindo nas nossas vidas sem levar em conta as tribulações e as provações que tivemos que passar. É como disse Shakespeare (e não é a primeira vez que cito essa fala aqui no blog): "não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte". Ou como diz Leminsky (também já citei!): "Sentei numa pedra para ver o mar, o mar não parou para ser olhado. Foi água pra todos os lados".

E eu não estou falando que as pessoas que tem dado dor de cabeça pra o meu amigo são aquelas que sabem melhor do que ele como é melhor que ele viva sua própria vida! Nem são os que querem lhe arrumar uma namorada nova a qualquer custo. Também não são os que querem que ele fique de luto eternamente... Sim! Todas essas pessoas ele tem conseguido administrar. E não são poucas.

Estou falando da família que ele achou que tinha ficado de legado de toda a dor e amor que ele viveu. Dos que ele achou que poderiam apóia-lo e entendê-lo quando batesse uma saudade que ninguém mais fosse capaz de compartilhar.

Enfim! O problema, como sempre, é dinheiro. Quer dizer... é e não é. Eu acho que nem é! Eu disse isso pra ele. É mais desespero e mediocridade... nem sei! Ele abriu mão de tudo, agora querem que ele venda a casa dele, que ele comprou sozinho, com o suor do trabalho de dia após dia, para dar metade "de herança". E tudo o que ele abriu mão? Bem mais que meio apartamento... lojas, bens imóveis. O problema aqui nem é financeiro pra ele, é cardíaco! Punhalada assim dói, as vezes até mata.

O que eu lhe disse foi que as vezes essas "oportunidades" surgem assim, meio disfarçadas de "grandessíssima sacanagens" quando Abba não encontrou outras formas de nos fortalecer e precisa mesmo que a gente sofra um baque graaaaaande, pra ver se acordamos!

Então Ele (Abba) tem que ser meio ignorante mesmo: "Presta atenção aqui, filho! O mundo não pára quando estamos tentando nos recuperar de um dor. Mesmo que seja a maior dor que existe. Você precisa se fortalecer e enfrentar a vida porque, infelizmente, as pessoas são como são, não como esperamos que sejam." Os pais fazem isso. Puxam mesmo nossa orelha.

Ele aceita todos os filhos como são, com seus defeitos. Mas isso não significa que vai deixar que uns sejam "sacanas" com os outros... Se não pode "endireitar" uns, pode abrir os olhos dos outros.

Esses dias eu li "A Cabana"... achei fraaaaaco! Muito raso, muito previsível. Me surpreendeu como alcançou um número tão significativo de vendas e uma crítica tão positiva. Mas, enfim! Bom pro autor! Como na natureza nada se perde... tem uma coisa, uma lição que tirei do livro que me foi valiosa. Muito interessante. É que normalmente a melhor forma de entender "as linhas tortas de Abba" é mesmo com essas analogias pais-e-filhos, e em A Cabana tem uma que achei muito válida.

Vou retomar as melhores que já vi:

1) Se um filho faminto pede um pão para seu pai, que pai daria uma pedra ao invés do pão a esse filho faminto? Se nós imperfeitos não somos capazes de tamanha "insensibilidade", como seria Deus, que é perfeito? - está na Biblia e no Evangelho

2) Por mais que um pai ame um filho com toda alma e coração, não poderá impedir que este filho caia e se machuque, que acredite em alguém e se decepcione, que se apaixone e parta o coração, que se fruste, que sinta raiva ou desespero. Mas poderá ficar ao seu lado, para auxiliá-lo em todos os momentos de dificuldade, na primeira oportunidade em que seu filho aceitar ou procurar ser ajudado. Assim é Abba. Não pode evitar que as coisas ruins nos aconteçam, mas estará lá para nos ajudar a nos reerguermos, quer O vejamos, quer não. - está num filme chamado "As vezes o amor chega suavemente".

3) Se um pai tem vários filhos e alguém chega para ele e lhe diz: você decide quais de seus filhos irão para o céu e quais irão para o inferno. O que fará esse pai? Como escolher? Por mais que um filho seja ou esteja difícil ou rebelde, o que há por trás daquele comportamento? E se sempre foi assim, que esperança há de mudar enviando-o para o inferno? O pai não dirá "deixe que eu vá no lugar de meus filhos para o inferno porque não sou capaz de condenar nenhum deles!"? Qual é o filho mais amado? A resposta não é "aquele que mais estiver precisando de mim naquele momento"? "Todos e nenhum, porque cada um tem algo que amo especialmente?" E como responsabilizar este pai pelo mal que um filho faz ao outro? E ainda criticá-lo, rejeitá-lo por um mal que um filho faz ao outro? Como exigir, ainda assim, que este pai julgue e condene um de seus filhos? Imagine, se você tem irmãos, ou tios... como seu pai ou seu avô poderia fazer isso? Por mais que esteja sofrendo? E sendo Abba o pai de todos nós, isto não se aplica pra Ele de forma mais pura, mais intensa, mais inderrogável? - está em "A Cabana".

Eu disse a esse meu amigo, enquanto conversávamos, o quanto gosto daquela frase de Kierkegaard: "A vida compreende-se para trás, mas vive-se para frente".

As vezes não entendemos o porquê das coisas agora, mas isso não é desculpa para que não as vivamos. Depois, no tempo certo, entenderemos tudo.

É que os planos de Abba são escritos em folhas bem grandes.

Imaginem uma folha grande, vai ajudar a entender! Uma folha maior do que o estacionamento de um hipermercado! E estamos em pé, em cima dessa folha enorme, que mais parece um mapa... e tudo o que conseguimos ver são pequenos trechos à medida que nos movimentamos.

Não conseguimos entender o contexto e nem como tudo está ligado até que tenhamos uma visão panorâmica da coisa, como a que Abba tem... e isso só acontece quando, finalmente, podemos nos posicionar num observatório privilegiado e em Sua jurisdição. Nunca enquanto estamos aqui, limitados pelo nosso corpo, pelo nosso "tempo", pela nossa ignorância.

Por isso também não entendemos as coisas ruins. Meu amigo está com a fé abalada. A velha história: "rezei tanto, acreditei e pedi de todo o meu coração, mas ela morreu mesmo assim".

Cada vez que eu acreditei em Deus, e que eu tive certeza que as coisas ficariam bem, elas ficaram.

No livro "O Segredo" se conta a história de uma mulher que queria um marido e, acreditando que se ela realmente agisse como se aquilo fosse uma certeza em sua vida, ele chegaria, ela desocupou metade dos guarda-roupa e passou a parar o carro na vaga "dela" da garagem. E em pouco tempo estava casada com um homem maravilhoooooso. É o que diz o livro.

Sabe? Tem gente que chama isso - acreditar e agir como se o que realmente desejamos estivesse prestes a acontecer - O Segredo. Tem gente que chama fé. Tem gente que chama pensamento positivo.

Uma rosa é uma rosa e não importa o nome que você dê, ela será sempre uma rosa. Acreditar e saber que algo bom estava a caminho me deu o que comer, o que vestir, onde morar e um emprego depois que resolvi vir morar em Brasília. E esta convicção me trouxe onde estou hoje, o começo de uma subida íngreme na qual continuo minha caminhada, mas com as pernocas tonificadas!

A mulher conseguiu um marido maravilhoooooso porque ela o atraiu com sua energia? Sua vibração? O Universo conspirou? Ou por estar certa ela relaxou e deixou as coisas acontecerem?! Não sei. O que eu sei é que ela quis uma coisa do fundo do coração, acreditou e tomou uma atitude POSSÍVEL. Acredito em fazermos o que está dentro do nosso alcance, a nossa parte. E confiar em Abba, que tem a visão integral do tal plano que desconhecemos completamente.

Bom... foi aí que ele me fez a seguinte pergunta, que apertou meu coração:   
"Duda, quanto vale um amor?"
E eu respondi:
"Mais do que qualquer um poderia pagar."

E ele me disse exatamente essas palavras (porque estávamos no msn): "certa vez eu li no seu blog que eu tinha sorte de ter vivido tudo que vivi, hoje não penso assim, a dor que existe só existe porque eu vivi o que vivi, teria valido muito a pena se hoje pudesse tê-la comigo, mas a lembrança de tudo que vivemos é muito boa, e isso me faz sentir pior. Desculpe desabafar assim com você, é a única pessoa que fico a vontade para isso."

Owwwww gente!!! =/

Mas eu num alisei não, viu!? Disse pra ele que não acreditava que ele preferisse viver a vida inteira sem conhecer a sensação que conheceu estando com ela "só" pra não precisar experimentar viver com a lembrança desta mesma sensação. Perguntei se era realmente uma escolha sincera. Contei que Alice (do país das maravilhas) perguntou pro coelho uma vez: "Coelho, quanto tempo dura a eternidade?" E e ele respondeu: "As vezes, apenas um instante." Esse um instante costuma nos acompanhar para sempre! Só que apenas poucos privilegiados viveram algo assim. E nenhum deles, que eu tenha ouvido falar, preferia a ignorância de do que a "mágica" vivida.

Quantos filmes, livros e relatos de pessoas fictícias e reais que dizem que tudo valeria a pena por um minuto que passaram ao lado da pessoa que amaram?

Eu fui dura? É que eu sei que a mediocridade das pessoas é dificil de engolir quando já vivemos num nível muito superior de valores e sentimentos. E eu sei que ele está sofrendo por conta disso. Mas se deixarmos que essa mediocridade contamine quem somos, se desejarmos sermos mediocres para que os mediocres não nos persigam mais, então talvez mereçamos ser como eles. E eu não gosto de pensar nele se submetendo a isso.

“Cuidado com o que deseja, pode se tornar realidade.” Joanne Kathleen Rowling

Eu acho que na hora não percebi uma coisa. O que ele tinha de mais valioso a perder, já perdeu. Ok. Mas ele ainda tinha algo a perder: dignidade e um restinho que sobrou de paz. A paz dos justos e dos que fizeram tudo o que podiam. E pensar que isso poderia ser arrancado dele pelos outros ou por si mesmo... Não é justo.

O que eu tinha que dizer pra ele, sobre se Abba ouviu suas preces, é que eu acredito que sim, claro! Só que levá-la não foi não ouvir as preces... tem relação com aquele diacho daquele plano grandão, do tamanho do estacionamento de um hipermercado. Deus a levou porque tudo que ela e meu amigo conseguiam enxergar era o amor que sentiam e a vontade de ficarem juntos e construírem uma vida unidos. Mas Abba via além, e se não fosse melhor pra ela, se ela não merecesse realmente, Ele não teria feito isso.

Falamos com cara feia quando alguém "ruim" escapa de morrer: "Se fosse um homem de bem teria morrido." Ou "vaso ruim não quebra". Bom, o Evangelho diz que é a pura verdade. Que se fosse um homem de bem, provavelmente teria mesmo morrido, e voltado "pra casa", e largado as amarras e as limitações do corpo. Que se estamos aqui é porque temos pendências, compromissos, lições para aprender. Que se fosse um homem bom, mas boooom, boooom meeeesmo, então já teria feito o que veio fazer e estaria livre pra "voltar pra casa" em paz. E voltaria mesmo EM PAZ, como voltou Derek.

O que meu amigo chama "morrer", EU chamo "voltar pra casa".

Sabem uma coisa? A única vantagem de ter lido "A Cabana" (já falei como é um livro clichêzinho) foi essa sacada do escritor lá: não é fácil ser Deus. Muitas coisas meus pais me dizem (e eu me irrito!) que só vou entender quando (e se) tiver filhos. Mas ISSO eu entendo: nós sempre achamos que NÓS e não ELES sabemos o que é melhor pra a gente.

Se estamos certos ou errados, bem, ao menos podemos argumentar que temos o mesmo campo visual que eles têm das "coisas" aqui. Eles têm a experiência, mas nós dizemos que temos o direito de adquirí-la sozinhos. Muito bem! Só que quando é Abba fazendo o que é melhor pra a gente, com uma visão bem privilegiada do "plano da vida", não apenas porque consegue entendê-lo e vislumbrá-lo por inteiro, mas porque o escreveu... nosso único argumento é "Ele não me ama, ele não me ouve, perdi minha fé."

Fazemos isso pra dar o troco. Igual quando nossos pais levam a melhor e tentamos castigá-los com comportamentos impróprios, piadinhas, chantagens emocionais, sendo malcriados. Castigamos a Deus duvidando dele... tal e qual São Lucas. E ao tentarmos convercermos (a quem? aos outros ou a nós mesmos) da ausência Dele a quem estamos enganando?

As vezes temos dificuldade em nos amarmos. Em ver o bem e o bom que há em nós. É bem comum isso ocorrer. Pois muito bem. Engraçado como as idéias as vezes pop out na minha cabeça. Sinto que tenham sido sopradas por anjos que cuidam de mim.

Fui assistir a uma palestra espiritualista que falava de uma passagem bíblica na qual está escrito que antes de depositarmos a oferenda a Deus no altar devemos nos reconciliar com nossos inimigos. Algo assim. Que, caso contrário, a deixemos nos pés do altar e saiamos a nos reconciliar com eles, para depoooois voltarmos numa boa com Papai do Céu.

E começou o debate. "Quem são meus inimigos" "E se meus inimigos não quiserem se reconciliar comigo?" "E se eu não souber a quem eu ofendi" blá blá bláááá...

Aí... BuuuuUm! Caiu a ficha pra mim...

Entendi que aquele negocio lá (a passagem) era uma segunda versão do mandamento "amar a Deus sobre todas as coisas e ao proximo como a si mesmo".

Jesus não falava por parábolas para que as coisas fossem compreendidas dentro da capacidade das pessoas na época e depois, oportunamente, pelas gerações vindouras, sempre de acordo com suas necessidades e condições?

Então segura essa: A maior oferenda a Deus é nosso amor. Mas o que é o nosso amor?

Vamos a Abba oferecer o nosso amor, mas chegamos lá e não nos amamos. Que amor é esse que estamos oferecendo? Uma promessa de amor? É como vender uma casa e entregar ao comprador um terreno vazio, entendem?

E se somos pessoas que não nos amamos, que não nos gostamos mesmo... então também não amamos ao próximo! Ora, devemos amar como a nós mesmos e não nos amamos, logo, se não nos amamos não amamos o próximo! O mandamento não é "Se ame E ame o próximo" mas sim "Ame ao próximo COMO a si mesmo". Não é pra nos "obrigar" a amar muuuito ao próximo, é para nos obrigar a NOS AMARMOS primeiramente ---- o que não é ser egoísta ou vaidoso, para os espertinhos de plantão!

E então não entendemos o significado de AMAR. É só "teoria"! Sei o que é uma casa... mas daí a construí-la e habitá-la...Ôôôôô!!!

E devemos amar a Abba sobre todas as COISAS, certo? Mas amar Deus é amar a si, e amar e ao próximo como (do mesmo tanto e do mesmo modo que) a si mesmo. Até porque não podemos fazer nada para Deus ou por Deus diretamente. Primeiro porque ele não "precisa" (nós precisamos), segundo porque não está na nossa "alçada".

O que podemos fazer diretamente para Deus? Ou dar-lhe? Precisamos agir POR MEIO de outras pessoas (dentre elas, nós mesmos) para demonstrar a Deus o que sentimos e de que modo pensamos Nele quando sentimos algo.

Demonstra-se o amor a Abba dessa forma: amando a si mesmo primeiramente e amando ao próximo como a si mesmo, em consequencia disso. E, então, devemos amar as pessoas sobre todas as coisas. Eis o primeiro e maior mandamentio de todos.

Que "oferenda" temos a entregar, senão nos amarmos? Nenhuma. Ninguém entende isso. Não é preciso amar Deus, nem fazer as pazes com ninguém. Só amar. AMAR INCONDICIONALMENTE.

Bom, isso tudo foram as coisas que acabei dizendo pro meu amigo... que não estava muito in love com ele mesmo. E que também não estava se valorizando e se respeitando. E ele precisa.

E, quer ele opte por se conciliar com Abba agora, quer não, isso é indiferente pra Abba... coisa de pai coruja. A falta quem sente somos nós. É importante pra ele que se reconcilie com Abba. Por isso que eu me senti compelida a falar. Como me senti compelida a escrever aqui, caso mais alguém precise ler alguma dessas palavras... caso alguém se identifique de alguma forma com essas linhas.

Coisa difícil que é se mover pelo tabuleiro da vida sem conseguir ver muito mais que as "casinhas" sob nossos pés e aquelas ao nosso redor. Coisa mais complicada é fazer escolhas sem saber quais as peças e os obstáculos ou recompensas adiante nesse grande "jogo da vida". Estranho oscilar entre war, jogo da vida, detetive, xadrez, banco imobiliário... Incômodo sentir que as vezes sequer passamos de peças. Mas pior seria a ignorância. Pior seria sermos enganados e conduzidos por mentiras. É importante conhecer e dominar as regras e a estratégia do "jogo".

Sóbrios e conscientes de quem somos, podemos ver o mundo e a vida pelo que são. Não se trata, minha gente, de ser mero estrategista ou viver alheio... à la Don Quixote. A questão é a seguinte: Abba não irá nos condenar, mas nossa consciência sim. Você vai ser do tipo que vive conforme ou contra esse julgamento?  Você vai jogar contra si mesmo ou a seu favor?

O resto é consequência.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Livros


Eu estava conversando com um amigo e ele disse que não costumava ler muito. Disse que começou a ler Harry Potter e gostou, mas parou porque achou que já que não lia muito, não devia usar o "tempo de leitura dele com um bruxinho gente boa".

Eu tinha dito-lhe que li desde os sete livros de Harry (o que não disse é que li mais de uma vez todos eles) a vários de Shakespeare e Jane Austen. Mas quando ele me disse isso (de não gastar o tempo de leitura blá blá blá) eu soube na hora o que dizer. Lembrei de Oscar Wilde também com sua cérebre frase: "não existe livros morais e imorais (bons e maus?), apenas livros bem ou mal escritos."

Eu disse pra ele:

Livro é igual ao bom perfume e ao bom vinho. Não importa o rótulo, mas o bem estar que lhe causam. É que a gente tem curiosidade de provar os famosos.

Ele falou que era uma frase muito boa. Então estou colocando aqui. Só peço que tenham cuidado. Não confundam a curiosidade de provar os bons livros com obrigação de fazê-lo.

Pra esse meu amigo eu digo: gostou de Harry? Leia! Quer ler mais do que só Harry? Leia MAIS!

O prazer da leitura se perde na compulsoriedade. Por isso é tão difícil ler livros técnicos quando a leitura não é opção, mas imposição acadêmica, por exemplo. Quando temos interesse genuíno, sede, gosto... é um verdadeiro deleite! Nos permite aprender, esquecer, viajar, fugir, encontrar, perder, entender, imaginar, espairecer, crescer, amadurecer, enrubecer (!), nos deixar seduzir, sermos sedutores, sermos nós mesmos, sermos pessoas totalmente diferentes...

Não existe droga nenhuma no mundo que provoque efeitos tão diversos e intensos quanto um bom livro.

E viva o bruxinho gente boa, que foi agradável ao paladar de tanta gente!

Me perdoem se exagero, mas sabe o quê mais?

Livro é igual religião: bom mesmo é aquele que lhe faz bem. O título na capa e o nome que se dá ao autor são o de menos.


E TENHO DITO!


terça-feira, 10 de maio de 2011

"Tupperware" pra mágoas (vai ao freezer)



Cuidado.
As vezes a gente deixa alguém ir muito fundo.
Nós nos transformarmos (porque ninguém pode nos mudar, nos transformar só nós podemos, lembram?) em pessoas que não somos.

Na verdade, viramos pessoas que fazem coisas que não deveríamos fazer. Nos tornamos "estocadores" de tupperwares.
Primeiro criamos um freezer mega potente dentro de nós. E aí começamos nosso estoque.
Pode ser potente e pequeninho, do tamanho de um mini-frigobar ou de uma daquela adegas de vinho bem pirrototinhas... mas aí colocamos aquele tupperware que também pode ser de todo tamanho... a gente deixa ele lá, no congeladinho... e acha que tá esquecido, conservado e congelado. Mas não.
O que acontece é o seguinte... (Eu sei que parece que não tô falando nada com nada. Calma aí!)
Então.. o que acontece é que a gente se magoa.

Só que não queremos admitir isso. Não aceitamos a mágoa. Achamos que é injusto.

Existem mágoa e mágoas, sabem?
Tem hora que botamos tanta fé, somos tão bacanas, tão corretos, abrimos nosso coração, nossa vida de uma forma tão pura, tão sem maldade... e aí a pessoa vai e se mostra mesquinha, covarde, má, egoísta, enfim! É uma lapada, uma porrada tão forte exatamente de onde não esperávamos... e não podemos aceitar aquela mágoa!!!
Essa mágoa não....  Isso foi TÃO errado!

Outras vezes, a pessoa que esperávamos que nos protegesse, que nos guiasse, ou pelo menos que se abstivesse de nos julgar... aquela que poderia ter nos perguntado o que houve, a que poderia ter nos dado um abraço, que poderia ter nos feito uma visita surpresa... ESSA pessoa é a que nos trata com maior indiferença e "displicência"... Quando finalmente resolve nos "perceber" é sempre estranho. Ou porque é pouco, ou porque temos aquela sensação de algo errado, ou é sempre tudo tão escorregadio... Como podemos contar com sua presença? Não podemos.

Essa mágoa da ausência... da inconstância, do desleixo...É um tipo de mágoa que também não podemos encarar. Não assumimos. Não engolimos. Não conseguimos extravasar!
O que fazemos então?

Repetimos em voz alta, para que finjamos que é sério e que acreditamos, que não iremos permitir que aquilo nos faça mal. Mas ao contrário das mágoas comuns, essas "da vida", as colocamos nos nossos tupperwares e pomos nos nossos freezers devidamente acondicionados e então pensamos que com elas "ali" estaremos seguros. Mas não estamos.
As mágoas comuns, com as pessoas cretinas, mentirosas, falsas, egoístas. Com as frustrações, com a ingratidão de pessoas nas quais depositávamos expectativas comuns... essas aí engolimos, digerimos e - com o perdão da palavra - excretamos! Pronto! Lavou, tá limpo! Tudo certo!

As mágoas que sabemos que fazem parte do "jogo" encontram resistência nos nossos anticorpos, são barradas pela nossa superiodidade de caráter.
Mas essas outras que não ousamos tentar digerir e guardamos nos tupperwares... Bom, cedo ou tarde, nos daremos conta de que possuem a capacidade irritante de nos machucar. Capacidade essa que somos nós que lhes conferimos em "certa medida".

Nossa necessidade de acreditar, de ter fé, faz com que sonhemos, com que deixemos nossas defesas eventualmente abertas. faz com que nos recusemos a ver o mal em determinadas pessoas e situações. A capacidade e necessidade de persistir, de ter esperança na  beleza e na bondade da vida nos deixa vulneráveis.

Somente as pessoas corajosas pagam um alto preço pela sua fé e esperança porque as sentem proporcionalmente à sua coragem. Então, quando magoadas, também a frustração é maior. E a dor que ela irá causar-lhes.

Os covardes não se magoam porque não se arriscam a acreditar no improvável.
Por que estou falando disso hoje?
Porque eu estava pensando aqui no post que escrevi antes deste, sobre o Derek, e me veio uma coisa na cabeça..

Não é a primeira vez que eu falo no blog que enorme dor que é perder alguém em vida. É que quando a pessoa morre, sabemos que ela já não está mais conosco porque morreu. Bem, via de regra, o consolo está no fato de que se ela estivesse viva, então ela estaria conosco. Tipo... Seeee DEPENDESSE DELA ela estaria conosco.
Perder alguém em vida significa saber que a pessoa está viva, mas que ela OPTOU por não estar conosco. Quer dizer... DEPENDIA DELA e ela não está!
É isso sim dói: a rejeição...

O "quê" da questão é que eu não tinha parado pra pensar no óbvio.
Ok, ok... Toda moeda tem dois lados. Com as histórias é mais complicado... os lados são tantos quanto forem os envolvidos. Então... "Derek morreu". Quem está de luto? Quem perdeu Derek! Ok. Fácil entender.
Mas se duas pessoas vivas "se morrem em vida", quem está de luto? Depende. E foi aí que eu entendi uma coisa que pode ser muito triste. Se duas pessoas que deveriam se amar ficam longe, mas só uma delas fica de luto... ela tem que ficar de luto pelos dois? É um luto muito grande? É uma mágoa muito grande que vai precisar de um super tupperware? ´Tipo... no caso de dois familiares... Ou não existe isso de "deveriam se amar"? Ou os dois sempre irão sofrer, mesmo que calados? Ou realmente é possível que um não esteja neeeem aí?!

E se uma pessoa decepciona e faz muito mal a outra que abriu completamente seu coração pra ela, e faz isso na maior cara lavada e depois some, então é claro que essa pessoa não está se sentindo mal, né?! E a que se enganou toda na história e está magoada pra caramba e ainda por cima se sentindo a maior idiota... Pô! Como ela pode ficar de luto por alguém que lhe fez mal assim? É tão injusto isso. Mas obviamente se alguém ficar de luto vai ser a pessoa trouxa e não a sem caráter que a envolveu e enganou profundamente!

É tão injusto este luto que não é pela "morte em vida", é pelo outro ser capaz de inflingir um sofrimento assim à gente sabendo que somos "inocentes" na história toda. É um luto pela morte da hombridade! É indignação, frustração, ausência de forças... IMPOTÊNCIA. E tudo isso é muito revoltante.

Não somos "inocentes" inocentes porque sabíamos que o outro tinha defeitos. O que só torna tudo pior. Porque estávamos dispostos a superar isso. A amar e apoiar "apesar de" e não "por causa de". Então a incoência vem da ingenuidade de acreditar que o outro queria que as coisas realmente dessem certo. "Aaaah... mas ela falou"... "Não! Mas você não sabe o que ele me dizia!"... Pois é.

Banalização! Os sentimentos, a força das palavras, as expectativas que podem ser criadas nos outros seres humanos, a dor que pode ser evitada/causada, os sonhos que podem ser construídos/destruídos... tudo isso está sendo mais e mais banalizado. Fala-se por falar. Só que o detalhe aí é que alguém acreditou, alguém realmente meant it. Uma pessoa... uma pessoa quando eram preciso duas.

Vemos novelas, gibis, filmes, livros, músicas de todos os tipos imagináveis, programas de TV, peças de teatro... tudo retratando os sentimentos e as relações e, enquanto umas pessoas sabem separar ficção de realidade, outras não sabem. Resultado? Na hora de viver aquilo, umas pessoas sabem quando e o que se deve falar e a importância, o compromisso que há naquilo... outras só queria poder dizer também. Poder dizer o que durante tanto tempo viram e ouviram. Queriam ser parte daquilo, mas não fazem a mínima idéia do que significa. Banalizaram o amor. Massificaram a mágoa.

O luto talvez não seja pelo otro que vivo, morreu para nós. O luto deve ser pela morte realmente da hombridade. Da seriedade, do comprometimento, da credibilidade que as promessas e os sentimentos já carregaram. Agora, como saber? Vivemos todos expostos.

O risco é se envolver com alguém acreditando que se trata de um ser humano íntegro e descobrir depois que era só um idiota disfarçado de gente, uma fútil com aparência de pessoa. É quase que uma involução: a ignorância e o senso animal turvando os sentimentos e sentidos mais nobres. Homens e mulheres que nada mais são do que macacos sofisticados, prontos a acasalar, alheios ao significado nobre do amor.

Nos magoamos conosco. Por nos deixarmos magoar assim com quem é capaz de não se importar com o mal que nos causa... ou com quem é capaz de ter paz de consciência vivendo alheio às consequencias de seus atos (ou omissões) sobre nossa vida.

Como podemos nos envolver com "macacos"?! Ficamos possessos e, ao mesmo tempo, abatidos conosco. Essas "auto-mágoas" também serão aconchegadas em seus tupperwares próprios e personalizados e escondidas de nós mesmos. Não as queremos encarar por muito tempo. Nos faz sentir grandissíssimos imbecis e pior: faz com que questionemos se não somos inaptos a fazer determinadas escolhas.

Não queremos ser inseguros. Não queremos nos transformar em covardes. Queremos acreditar que temos discernimento de seguir em frente... coragem de nos aventurarmos. Não sei se ISSO ainda é coragem ou se já virou apenas imprudência.

Não seria covardia colocar um monte de mágoa dentro de tupperwares por não sermos capazes de encará-las ou lidar com elas? Nos tornamos cada vez mais contraditórios e isso nos incomoda profundamente! Mas temos a hombridade de assumir e a valentia de continuar acreditando. De tentar tantas vezes quantas forem necessárias.

Pronto! Melhor deixar de lado certos questionamentos retóricos e keep moving, certo?! Somos sãos. Somos loucos.

Mas, somos poucos?!

Definitivamente não deveríamos estar estocando tupperwares cheios de mágoas! Sobretudo levando em consideração todos esses singelos argumentos, não é?

Só que não me perguntem como! Não sei que solução dar...
Eu sou uma "estocadora". hahahahahaha

Só espero que quando meu freezerzinho encher, pelo menos eu comece a fazer uma faxina e a substituir alguns tupperwares antigos por outros novos. Colocar um freezer novo mega blaster horizontal é que não rola, né? hahahahahaha

Só sei que minha vontade de ir sempre fundo é ainda maior que a minha tupperware-fobia.
Fazer o quê?

:)


O último post: antes de morrer, ele tinha algo a viver.





Muito bem.

Quer dizer. Muito bem? Não... Também não é muito mal. Huuum. É a vida. O que acontece é o seguinte... Eu acordei, me arrumei (depois de provar umas três roupas diferentes e ficar mal humorada por motivos absolutamente ridículos), peguei meu carro, parei numa padaria, comprei um sanduíche de pão francês com peito de peru e ovo, cheguei no trabalho e comecei a rever um Memorial.

Olhei e-mails, conversei com meus colegas de trabalho. Pensei sobre a vida. Comentei no meu facebook. Fiquei feliz ao lembrar de uma colega do escritório que descobriu no fim de semana que estava grávida. Vi uma foto do meu sobrinho e afilhado no dia das mães. Um dia normal... desses que a gente "dá valor" sem dar valor especial algum...

Aí entrei no G1 (site de notícias), vi que a Microsoft comprou o Skype e que a Lacraia (negão travesti que dançava funk) morreu. E aí aconteceu uma coisa. Quer dizer. Aconteceu uma pessoa: Derek.

A notícia falava de um cara que deixou um post para ser publicado depois que ele morresse. Estava com câncer e sabia que não tinha muito tempo. Parece meio macabro, meio esquisito, né? Fora os milhões de acessos: mais de 8 milhões de leitores, não sei o que me impressionou logo de cara... acho que foi a coisa do enfrentamento da morte. O artigo citava alguns trechos dirigidos à esposa e mencionando as duas filhas e dava o endereço do blog no qual Derek havia escrito por 10 anos.

Vejam... criei esse blog em 2009, mas comecei a escrever realmente em agosto de 2010. Há menos de 1 ano. O dele tinha dez. Quis ver. Quis ler o que Derek pensou em dizer por último. Logo eu, que tenho minhas idéias tão bem definidas sobre "a morte", que não é,  para mim, senão uma transição . Fui até o http://www.penmachine.com/.

Nós não concordamos. Derek e eu... quer dizer... no dia em que ele escreveu o último post dele a gente ainda não concordava. Porque eu sou tão segura e certa do que acredito que acho que agora ele já descobriu que eu estou absolutamente certa! hahahahaha :) Espero que sim!

("Espero que sim", leia-se: que ele já tenha descoberto que eu estou certa, porque que eu estou certa, é fato! kkkkkkk Mas nem sempre assim que desencarnamos a "ficha cai" automaticamente. Cada caso é um caso... Tudo a seu tempo!)

E isso é ainda mais surpreendente. Porque, acreditando no nada, no FIM, que uma vez que morresse, tudo acabaria, Derek se considerou sortudo e não demonstrou amargura ou mediocridade em momento algum. Pelo contrário! Foi capaz de encorajar aos seus entes queridos, de agradecer pela sua lucidez... de amar sua família, de dizer-lhes do tanto que os amava e de sonhar com a vida que teve e com o mundo que não estaria aqui para conhecer. Como é possível tanta serenidade, acreditando no "porvir do vazio"? Do nada?! Fantástico, né? Impressionante... Me surpreendeu e me cativou!

Uma parte do que Derek escreveu eu gostaria de copiar aqui e traduzir... quem quiser ler na íntegra, é só acessar o blog dele, ok?


"Missing out (Perdendo)


Why do I mention all this stuff? Because I've come to realize that, at any time, I can lament what I will never know, yet still not regret what got me where I am. I could have died in 2000 (at an "old" 31) and been happy with my life: my amazing wife, my great kids, a fun job, and hobbies I enjoyed. But I would have missed out on a lot of things.
Por que eu menciono todas essas coisas? Porque eu me dei conta que a qualquer momento eu poderei lamentar o que nunca saberei, e ainda eu não me arrependo do que me trouxe aonde eu estou. Eu poderia ter morrido no ano 2000 (com "avançados" 31 anos) e ter sido feliz com minha vida, minha mulher maravilhosa, minhas crianças fantásticas, um emprego divertido e hobbies dos quais eu gostava. Mas eu teria perdido um monte de coisas.

And many things will now happen without me. As I wrote this, I hardly knew what most of them could even be. What will the world be like as soon as 2021, or as late as 2060, when I would have been 91, the age my Oma reached? What new will we know? How will countries and people have changed? How will we communicate and move around? Whom will we admire, or despise?
E muitas coisas irão acontecer agora sem mim. Enquanto eu escrevo isso dificilmente sei o que a maioria dessas coisas sequer poderá ser. Como será o mundo tão logo chegue o ano de 2021, ou tão longe quanto em 2060, quando eu teria 91 anos, a idade que meu Oma (acho que é o avô dele) alcançou. O que saberemos de novidade? Como os países e as pessoas terão mudado? Como nos comunicaremos e circularemos por aí? Quem iremos admirar ou desprezar?

What will my wife Air be doing? My daughters Marina and Lolo? What will they have studied, how will they spend their time and earn a living? Will my kids have children of their own? Grandchildren? Will there be parts of their lives I'd find hard to comprehend right now?
O que minha esposa Air estará fazendo? Minhas filhas Marina e Lolo? O que terão estudado, como terão gasto seu tempo ou o que estarão fazendo para ganhar a vida? Terão minhas filhas seus próprios filhos? Netos? Haverão partes de suas vidas que eu acharia difícil de compreender agora mesmo?

What to know, now that I'm dead (O que saber, agora que morri)


There can't be answers today. While I was still alive writing this, I was sad to know I'll miss these things—not because I won't be able to witness them, but because Air, Marina, and Lauren won't have me there to support their efforts.
Não é possível conhecer as respostas hoje. Enquanto ainda estou vivo escrevendo isso, eu estou triste em saber que irei sentir falta dessas coisas, não porque eu não poderei testemunhá-las, mas porque Air, Marina e Lauren não me terão aqui para apoir seus esforços.

It turns out that no one can imagine what's really coming in our lives. We can plan, and do what we enjoy, but we can't expect our plans to work out. Some of them might, while most probably won't. Inventions and ideas will appear, and events will occur, that we could never foresee. That's neither bad nor good, but it is real.
Acaba que ninguém pode imaginar o que realmente irá acontecer em nossas vidas. Nós podemos planejar e podemos fazer o que gostamos, mas não podemos esperar que nossos planos funcionem. Alguns deles até poderão, enquanto é mais provável que não. Invenções e ideias irão aparecer, eventos ocorrerão que nunca poderíamos ter previsto. Isso não é bom nem ruim, mas é real.

I think and hope that's what my daughters can take from my disease and death. And that my wonderful, amazing wife Airdrie can see too. Not that they could die any day, but that they should pursue what they enjoy, and what stimulates their minds, as much as possible—so they can be ready for opportunities, as well as not disappointed when things go sideways, as they inevitably do.
Eu penso e espero que isso é o que minhas filhas tirarão da minha doença e morte. E que minha maravilhosa e incrível esposa Airdrie possa ver também. Não que elas possam morrer qualquer dia, mas que elas possam procurar o que gostam e o que estimula suas mentes tanto quanto possível - e assim que elas possam estar preparadas para as oportunidades, e para não se desapontarem quando as coisas desabarem, como inevitavelmente acontece.

I've also been lucky. I've never had to wonder where my next meal will come from. I've never feared that a foreign army will come in the night with machetes or machine guns to kill or injure my family. I've never had to run for my life (something I could never do now anyway). Sadly, these are things some people have to do every day right now.
Eu também tenho sido sortudo. Eu nunca tive que me perguntar de onde viria minha próxima refeição. Eu nunca temi que um exército estrangeiro chegasse noite a dentro com facões e metralhadores para matar ou ferir minha família. Eu nunca tive que fugir para salvar minha vida (algo que eu não poderia  fazer agora de todo modo). Infelizmente, essas são coisas que algumas pessoas precisam fazer todos os dias, neste instante mesmo.

A wondrous place (Um lugar extraordinário)


The world, indeed the whole universe, is a beautiful, astonishing, wondrous place. There is always more to find out. I don't look back and regret anything, and I hope my family can find a way to do the same.
O mundo, de fato o universo inteiro, é um lindo, atordoante e extraordinário lugar. Sempre há algo mais para encontrar. Eu não olho para trás e me arrependo de coisa alguma e eu espero que minha família encontre um modo de fazer o mesmo.

What is true is that I loved them. Lauren and Marina, as you mature and become yourselves over the years, know that I loved you and did my best to be a good father.
O que é verdade é que os amei. Lauren e Marina, enquanto você amadureçam e se transformem em si mesmas no decorrer dos anos, saibam que eu as amei e fiz o melhor que pude para ser um bom pai.

Airdrie, you were my best friend and my closest connection. I don't know what we'd have been like without each other, but I think the world would be a poorer place. I loved you deeply, I loved you, I loved you, I loved you.
Airdrie, você foi minha melhor amiga e a pessoa mais próxima a mim. Eu não sei com o quê o mundo teria se parecido sem você, mas eu acho que seria um lugar medíocre. Eu a amei profundamente. Eu a amei. Eu a amei. Eu a amei."

[Derek]

As vezes eu assisto a um filme em que duas pessoas se amam e não podem ficar juntas... ou que um membro de uma família morre, dilacerando o coração dos outros, normalmente um filhinho ou filhinha... As vezes é um jovem na guerra partindo o coração da namorada apaixonada e dos familiaras de uma lapada só!!!

Quando assisto a filmes assim fico super triste... E não consigo evitar de pensar em todas as pessoas de "carne e osso" que poderiam estar juntas e não ficam por besteira! Penso nas pessoas que não conseguem se comunicar, nas que não sabem valorizar o amor e o respeito que recebem. Orgulho, traição, picuinha, vaidade, ignorância! Temos tantas "coisas" que poderíamos trabalhar e consertar, nós seremos humanos!

Penso em como eu gostaria de viver um amor como esses que eu vejo nos filmes... eu que também me sinto normalmente sozinha nesse aspecto "romântico da vida". Outro dia falei pra um amigo meu que vou começar a jogar! hahahahaha Certeeeeeeza que vou ter sorte no jogo, porque no amooor... ih! O negócio tá feio pro meu lado! =/

E aí tanta gente com a oportunidade de ter uma relação legal, duas pessoas que se gostam, mas que não ficam juntas! É tão frustrante!

Penso nos "e se". E se tivessem tomado cuidado com isso? E se tivessem tentando aquilo? E se, e se, e se...........?

Só que o Derek não é personagem de um filme. Nem a Airdrie, nem a Lauren e nem a Marina. São pessoas de "carne e osso" como as que eu penso. Pessoas que agora não PODEM mais ficar juntas.

E isso me deixa tão P. da vida com as que PODEM e não dão um pingo, nem um pinguinho de valor... Pronto! Quem manda escrever sobre isso na TPM? Só pra ficar toda chorona, né?

Mas é indignante, né? A visita que não foi feita... o pedido de perdão... o "eu te amo"... o abraço... a companhia. Tudo o que ficou faltando... Fazer questão que o outro saiba que realmente não está só.

Só existe uma coisa mais triste do que perder alguém que morreu: perder alguém que está vivo.

É difícil sermos pessoas excepcionais no dia a dia. Grandes demonstrações em situações extraordinárias é algo que uma pessoa pode se programar para fazer. Mas ser uma boa esposa, um bom marido, um bom pai, um bom filho, uma boa filha, um bom vizinho, um bom aluno... é diferente.

Ser uma boa pessoa é ter constância de caráter. Ou você é, ou você não é. Não tem como representar diariamente. A máscara acaba caindo.

"Nas coisas grandes, os homens mostram-se como lhes convém; nas pequenas mostram-se tal como são." (Nicolas de Chamfort)


Bom, gente... ainda escreverei sobre a morte aqui no blog. Hoje não. Hoje o assunto é, por mais estranho que pareça, a VIDA.

Acho que o que ficou do último post de Derek foi uma lição de vida, e não uma lição de morte. Não vi linhas de despedida, de tristeza, lamento, incerteza, nada relacionado às ideias tradicionais de morte e pesar. Vi conselhos valorosos para a vida. Vi curiosidade pelo futuro. Vi amor pela família e força para a continuidade da jornada que é viver. Vi gratidão e bom humor. Vi amor. O foco em momento algum foi dor ou morte.

E sendo assim, a única forma de homenagear a vida,  a que ele viveu e a que não se viverá DIRETAMENTE, mas através do exemplo, do legado, dos conselhos, é conservando e respeitando o espírito de dignidade e superioridade de caráter.

Espero, do fundo do meu coração, que a história real que todos acabamos de conhecer e compartilhar possa servir de exemplo e de guia, porque é como disse Derek, por mais que nos planejemos, o futuro acontece à revelia da nossa vontade e das nossas expectativas. Então, existem certas coisas que não podem ser deixadas para depois...

Que nunca deixemos acabar um dia sem que as pessoas que são importantes para nós saibam o quanto isso é forte e verdadeiro, o muito que as amamos.




quarta-feira, 4 de maio de 2011

Larga de ser teimoso e escuta aqui!!! Uma hora a ficha cai...


Nem sempre as coisas que precisamos ouvir são as mesmas que queremos ouvir. De quem é a culpa por isso?

Vou facilitar a resposta:
(a) do coelhinho da páscoa
(b) do abominável homem das neves, vulgo Pé Grande
(c) da vovó da chapéuzinho vermelho
(d) sua

Pois é.

Eu marquei a letra "b": do abominável homem das neves - vulgo Pé Grande. Achei a resposta mais glamourosa. E vocês? Marcaram o quê? Por eliminação... a primeira que NINGUÉM quer marcar é a letra "d", claro...

Mas se fosse sob tortura, ou se a vida da gente dependesse da resposta correta, e vamos assumir que, no final das contas depende... Será que existe uma forma de fazer com que ouçamos numa mesma frase o que queremos e o que precisamos?

"Não, você não tem culpa de nada... foi uma pessoa super correta em relação à Fulano. Pode ficar com a consciência tranquila"

"Aaah sim! Vai ficar tudo bem. Você deu o melhor de si e fez o máximo que podia, agora as coisas irão se ajeitar".

Que tal? São exemplos clássicos de quando ouvimos o que queremos e precisamos. Bom e quando é verdade. Normalmente é consolação (ou seja, mentira).... ou então não é bem isso que ouvimos... ISSO é o que gostaríamos de ouvir... o que ouvimos é:

"Rapaz, você sabia que estava criando expectativas e que o procedimento correto a adotar com Fulano era outro... agiu dessa forma, agora seja homem e aguente!"

"Então! Vamos torcer pra as coisas se ajeitarem. Se você tivesse se dedicado, se esforçado, o resultado provavelmente seria outro. Mas deixou tudo pra última hora, agora não pode reclamar se der tudo errado."

E esses são exemplos "ok", não drásticos, não trágicos... poderia ser pior. Como? Tipo:

"P.Q.P.! Você é retardado, ou o quê? Como é que faz uma merda dessa? Que dia vai aprender a agir feito homem, rapaz? Deixar de ser moleque!? A arrumar as burradas que faz sozinho!? A partir de agora eu não movo uma palha pra ajudar você! Tá entendendo?! Cansei de passar vergonha porque você não sabe se comportar feito gente, seu cabra safado! Suma da minha frente. Vá!"

"Sabe de uma coisa?! Eu quero mais é que se estoure! Pra ver se você aprende a ter responsabilidade! Quantas vezes eu falei que fizesse as coisas direito? Que levasse a sério? Tá pensando que vai ter alguém atrás de você a vida toda? Quando vai aprender a resolver seus problemas sozinho? Fazer as coisas bem feitas? É melhor começar a rezar pra as coisas se ajeitarem, porque senão ajeitarem o negócio vai ficar feio pro seu lado. As coisas vão mudar por aqui, meu jovem. Escreva o que estou lhe dizendo!"

Não. Nem sempre o que queremos ouvir é o que ouvimos. Mas as vezes precisamos ouvir algo diferente daquilo que queremos pra ver se tomamos jeito.

Só que existe um outro detalhe: não adianta nada quando, de fato, ouvimos o que "precisamos", mas não entendemos. O que queremos ouvir está tão forte martelando dentro da nossa cabeça. Estamos repetindo a nós mesmos aquilo que queremos acreditar com tanta veemência... que NÃO processamos, não entendemos o que precisamos, o que necessitamos aprender para que as coisas mudem, se encaixem a partir dali.

E então continuamos como estamos... nada muda!

É o velho e conhecido de todos nós: ENTRA TUDO POR UM OUVIDO, E AÍ SAI TUUUUDO PELO OUTRO do jeitinho que entrou. Intacto e inútil.

A ficha precisa cair. Cedo ou tarde. E ela sempre cai.

Uma vez eu falei do Stélio. Um cara que conheci aqui, espiritualista. Ele diz que existem dois tipos de pessoas no mundo (alguém lembra disso?): os inteligentes e os sábios. Os inteligentes são os que aprendem com os próprios erros. Os sábios são os que aprendem com os erros alheios.

Eles falava isso. Caia na gargalhada e dizia: COMO TEM GENTE INTELIGENTE NO MUNDO, MEU DEUS! hahahahaha


Bom. O que eu não tinha parado pra pensar... o que Stélio não tinha me dito... era que existem graus de inteligência. Nem todo mundo é inteligente "do mesmo tanto" e vai aprender errando UMA VEZ SÓ! Ou será que é o contrário? Que tem gente que gosta tanto de aprender com o erro que repete ele várias vezes pra aprender beeeem aprendidinho? Vai ser inteligente "assim" loooonge de mim, rapá! Tá doido?!

Então é isso! Uma hora o cabra aprende. Nem que seja de tanto errar. Água mole e pedra dura, tanto bate, até que fura. Pode ser uma vez, um milhão de vezes. Uma hora a ficha cai.

É que tem ficha que é pequeniniiiiiiiiiiinha... Tem ficha que tem formato de pipa... que fica voando, empinando no vento! E tem ficha que é uma bolinha de chumbo! Cai rápido! Zuuuuuuuum! Tem ficha que é um meteoro arrasador de ferro e gigantesca! Cai de um jeito, com uma velocidade e em cima da cabeça da pessoa que eu invés de ajudar a entender deixa a pessoa confuuuuuuusa! Tonta! Vendo passarinhos, sabem? Igual desenho animado...? Aí tem que cair outra ficha que explique o caimento da primeira ficha! Que confusão!

Há um tempo tratei diretamente do delicado assunto do livre arbítrio dando minha opinião nua e crua. Pois bem. Já que o "estrago" está feito, continuo achando a mesma coisa, que se aplica perfeitamente a este post: o nosso único livre arbítrio, hoje, enquanto seres humanos ligados a este mundo neste tempo, no plano espiritual e no plano material, é optar QUANDO iremos fazer a coisa certa. Quer dizer, nosso livre arbítrio constitui, basicamente, na escolha de como iremos dispor do tempo que nos é dado.

Por isso insisto que o TEMPO é o nosso bem mais valioso. Por mais que seja infinito e eterno é escorreito. Depois que passa não volta atrás. É como as águas do rio de Heródoto: nenhum homem se banhará no mesmo rio duas vezes, nem viverá o mesmo momento duas vezes. É como a frase que diz que "existem três coisas que não voltam atrás: a palavra dita, a flecha atirada e a oportunidade perdida."

O tempo que passou só servirá para que aprendamos. Podemos demorar o quanto quisermos para aprender uma coisa que poderia ser aprendida num curto período... o custo disso é o nosso bem mais valioso: o nosso tempo.

Agora ponho questões "retóricas" aqui.

Se temos todo o tempo do mundo para frente. Que diferença faz o tempo que gastamos aqui e agora? E se eu quiser gastar muito tempo? E se eu não tiver pressa de chegar lá na frente? O que tem lá na frente, de qualquer modo? Algum dia acaba essa odisséia? Estamos nos dirigindo a algum lugar? E se temos todo o tempo do mundo para chegar lá, quando chegarmos, ficaremos lá pela eternidade e não teremos mais um percurso a seguir... então não é melhor que demoremos? A vantagem de evoluirmos seria nos livramos dos processos dolorosos envolvidos na evolução? Mas não será uma vida de tédio chegar ao fim do percurso, livre de dores e sabores? Seremos todos amebas? Ou chegando lá poderemos retornar e ajudar os que estão no começo do percurso porque é um ciclo infinito e sempre haverão novas almas saindo das forjas divinas e migrando ao final da odisséia? Nos tornaremos espécies de anjos? Esses anjos, que não mais precisam do tempo para tomar as decisões certas, porque já as tomaram, o que é feito de seu livre arbítrio? O livre arbítrio pleno existe quando todas as opções cogitadas pela mente do indivíduo lhe conduzem a um mesmo resultado que é o bem? É assim que podemos compreender um espírito do calibre de Jesus?  O livre arbítrio pleno só é alcançado por aqueles que conseguem chegar ao final do caminho que percorrem os que gozam de livre arbítrio parcial? Nunca existirá um dia em que todos seremos "anjos", então? Se assim fosse seríamos anjos ociosos sem almas recém forjadas a socorrer! Mas a população não tende a crescer insuportavelmente dessa forma? O que Deus haverá de fazer? Criar novos mundos até o limite do infinito? Nunca cessará o ato de criação? Novas almas, novos mundos, novas almas, novos mundos? O espaço físico no Universo é infinito? Ou Deus pode criar e aumentar o espaço físico já existente no Universo? O que é o espaço físico do Universo? É algo que possamos compreender? Podemos ver? Sentir? Este lugar em que habitarão todos estes anjos é um lugar invisível, para espíritos? E o lugar em que habitarão as almas em evolução será algo parecido com a Terra? Com a Via Láctea? E assim se criarão tantas Vias Lácteas quantas forem necessárias? E em todas elas, ou na maioria delas o homem se perguntará se está só no Universo? E Deus tem irmãos que Lhe ajudam em todas essas Galáxias? E quem criou Deus? Como Ele surgiu? Ele é uma força inteligente concentrada em uma mente, em um ponto? Ou é uma força inteligente dispersa em todo o espaço que possa ser ocupado pela energia? Como compreender algo incompreensível como Deus? Será que ESSA ficha um dia vai cair? Quando formos anjos?


Não sei como consigo pensar as coisas que penso. Não sei como consigo escrever as coisas que escrevo. Abba me colocou aqui. Sou um pedaço de seu grande plano. Menos do que um parafuso... sou uma volta na haste de um parafuso.

Nada nesse mundo acontece por acaso.

É absolutamente imprescindível que paremos de nos enganar. De nos convencermos de coisas que sabemos que não são verdade. Precisamos aceitar quem somos, reconhecer nossos limites, valorizar nossas qualidades e sermos o melhor que pudermos ser sem nos compararmos com ninguém.

Precisamos de leveza na consciência. De serenidade.

É fundamental que se alguém nos disser algo que não gostemos, seja por falta da pessoa que nos fala, e não nossa! Que ao deitar a cabeça no travesseiro à noite possamos pensar: dentro da realidade, afinal não sou super herói nem Dalai Lama: "fiz todo o bem que podia, e evitei todo o mal que podia." That´s it!

Basta que tenhamos integridade de caráter (isso não é nome de remédio, isso é uma opção de vida) e que optemos em dar o melhor de nós para que tenhamos motivo de orgulho. É como uma frase de Picasso que eu dou o maior valor! Não acho que seja falta de modéstia, acho que é prova de auto-realização:

"Minha mãe me disse: 'Se você for um soldado, se tornará general. Se você for um padre, se tornará Papa.' Ao invés disso fui pintor. E me tornei Picasso."
[PABLO PICASSO]

Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap!



É isso! Depende de nós! Picasso não se sentiu intimidado... Ele comprou o desafio lançado! E não apenas o venceu, como o superou. Quantos generais e Papas existiram no mundo? E quantos Picassos? Entendem!? A vida terá as cores com as quais decidamos pintá-la! Sejemos todos "Picassos"... artífices do nosso Ser.

Nem sempre ouvimos o que queremos. As vezes precisamos ouvir uma coisa diferente. Muitas vezes alguém até tenta nos ajudar. Outras vezes, pode ser que alguém queira nos derrubar também. O filtro é com cada um.

Agoooora... tem um aspecto interessante: é preciso aprender a ESCUTAR aquilo que nos dizem, até mesmo para que possamos separar o joio do trigo.

Não saber a diferença entre ouvir e escutar, ou seja, distinguir as palavras de absorver e entender o que nos é dito, faz toda a diferença. É frustrante para ambos - tanto para quem fala e quanto para quem ouve (mas não escuta) não saber a diferença entre ouvir e escutar!

Aquela conversa que se repete mil vezes. O papo cabeça chato. A bronca que já está decorada. E as vezes até mesmo a declaração de amor que nunca recebeu o devido valor... Nunca foram escutados!

Simplesmente se ouve. Você percebe os sons, reconhece as palavras, registra o significado delas, mas não reflete. Não pensa porque a pessoa está falando aquelas coisas. O que ela está sentindo. O que ela quer?!

Pode se preparar: até que o outro se dê por vencido, o episódio da D.R. (discussão da relação) vai se repetir. Quando realmente nos importamos com alguém só paramos de "brigar" (de falar a mesma coisa, cada vez com menos paciência) em duas circunstâncias: quando finalmente nos entendemos, ou quando desistimos.



Se você apenas escutasse. Se procurasse entender, absorver. Se colocar no lugar do outro... Se, se, se, se... SEEEEE!

Um dia a ficha cai. Mas "um dia", normalmente, é daqui a muuuuito, muuuito tempo. Aí já é tarde demais.

"Um dia" é uma expressão que o homem inventou para usar quando não tem coragem de dizer "tarde demais" ou "nunca".

Eu só acho que não é tão difícil quanto parece procurar entender. Procurar acertar. Pelo menos PROCURAR. Tentar encontrar o Picasso que existe dentro de você. De todas as vozes que devemos escutar, a minha sugestão é a seguinte:

comece pela voz da sua consciência.