quarta-feira, 4 de maio de 2011

Larga de ser teimoso e escuta aqui!!! Uma hora a ficha cai...


Nem sempre as coisas que precisamos ouvir são as mesmas que queremos ouvir. De quem é a culpa por isso?

Vou facilitar a resposta:
(a) do coelhinho da páscoa
(b) do abominável homem das neves, vulgo Pé Grande
(c) da vovó da chapéuzinho vermelho
(d) sua

Pois é.

Eu marquei a letra "b": do abominável homem das neves - vulgo Pé Grande. Achei a resposta mais glamourosa. E vocês? Marcaram o quê? Por eliminação... a primeira que NINGUÉM quer marcar é a letra "d", claro...

Mas se fosse sob tortura, ou se a vida da gente dependesse da resposta correta, e vamos assumir que, no final das contas depende... Será que existe uma forma de fazer com que ouçamos numa mesma frase o que queremos e o que precisamos?

"Não, você não tem culpa de nada... foi uma pessoa super correta em relação à Fulano. Pode ficar com a consciência tranquila"

"Aaah sim! Vai ficar tudo bem. Você deu o melhor de si e fez o máximo que podia, agora as coisas irão se ajeitar".

Que tal? São exemplos clássicos de quando ouvimos o que queremos e precisamos. Bom e quando é verdade. Normalmente é consolação (ou seja, mentira).... ou então não é bem isso que ouvimos... ISSO é o que gostaríamos de ouvir... o que ouvimos é:

"Rapaz, você sabia que estava criando expectativas e que o procedimento correto a adotar com Fulano era outro... agiu dessa forma, agora seja homem e aguente!"

"Então! Vamos torcer pra as coisas se ajeitarem. Se você tivesse se dedicado, se esforçado, o resultado provavelmente seria outro. Mas deixou tudo pra última hora, agora não pode reclamar se der tudo errado."

E esses são exemplos "ok", não drásticos, não trágicos... poderia ser pior. Como? Tipo:

"P.Q.P.! Você é retardado, ou o quê? Como é que faz uma merda dessa? Que dia vai aprender a agir feito homem, rapaz? Deixar de ser moleque!? A arrumar as burradas que faz sozinho!? A partir de agora eu não movo uma palha pra ajudar você! Tá entendendo?! Cansei de passar vergonha porque você não sabe se comportar feito gente, seu cabra safado! Suma da minha frente. Vá!"

"Sabe de uma coisa?! Eu quero mais é que se estoure! Pra ver se você aprende a ter responsabilidade! Quantas vezes eu falei que fizesse as coisas direito? Que levasse a sério? Tá pensando que vai ter alguém atrás de você a vida toda? Quando vai aprender a resolver seus problemas sozinho? Fazer as coisas bem feitas? É melhor começar a rezar pra as coisas se ajeitarem, porque senão ajeitarem o negócio vai ficar feio pro seu lado. As coisas vão mudar por aqui, meu jovem. Escreva o que estou lhe dizendo!"

Não. Nem sempre o que queremos ouvir é o que ouvimos. Mas as vezes precisamos ouvir algo diferente daquilo que queremos pra ver se tomamos jeito.

Só que existe um outro detalhe: não adianta nada quando, de fato, ouvimos o que "precisamos", mas não entendemos. O que queremos ouvir está tão forte martelando dentro da nossa cabeça. Estamos repetindo a nós mesmos aquilo que queremos acreditar com tanta veemência... que NÃO processamos, não entendemos o que precisamos, o que necessitamos aprender para que as coisas mudem, se encaixem a partir dali.

E então continuamos como estamos... nada muda!

É o velho e conhecido de todos nós: ENTRA TUDO POR UM OUVIDO, E AÍ SAI TUUUUDO PELO OUTRO do jeitinho que entrou. Intacto e inútil.

A ficha precisa cair. Cedo ou tarde. E ela sempre cai.

Uma vez eu falei do Stélio. Um cara que conheci aqui, espiritualista. Ele diz que existem dois tipos de pessoas no mundo (alguém lembra disso?): os inteligentes e os sábios. Os inteligentes são os que aprendem com os próprios erros. Os sábios são os que aprendem com os erros alheios.

Eles falava isso. Caia na gargalhada e dizia: COMO TEM GENTE INTELIGENTE NO MUNDO, MEU DEUS! hahahahaha


Bom. O que eu não tinha parado pra pensar... o que Stélio não tinha me dito... era que existem graus de inteligência. Nem todo mundo é inteligente "do mesmo tanto" e vai aprender errando UMA VEZ SÓ! Ou será que é o contrário? Que tem gente que gosta tanto de aprender com o erro que repete ele várias vezes pra aprender beeeem aprendidinho? Vai ser inteligente "assim" loooonge de mim, rapá! Tá doido?!

Então é isso! Uma hora o cabra aprende. Nem que seja de tanto errar. Água mole e pedra dura, tanto bate, até que fura. Pode ser uma vez, um milhão de vezes. Uma hora a ficha cai.

É que tem ficha que é pequeniniiiiiiiiiiinha... Tem ficha que tem formato de pipa... que fica voando, empinando no vento! E tem ficha que é uma bolinha de chumbo! Cai rápido! Zuuuuuuuum! Tem ficha que é um meteoro arrasador de ferro e gigantesca! Cai de um jeito, com uma velocidade e em cima da cabeça da pessoa que eu invés de ajudar a entender deixa a pessoa confuuuuuuusa! Tonta! Vendo passarinhos, sabem? Igual desenho animado...? Aí tem que cair outra ficha que explique o caimento da primeira ficha! Que confusão!

Há um tempo tratei diretamente do delicado assunto do livre arbítrio dando minha opinião nua e crua. Pois bem. Já que o "estrago" está feito, continuo achando a mesma coisa, que se aplica perfeitamente a este post: o nosso único livre arbítrio, hoje, enquanto seres humanos ligados a este mundo neste tempo, no plano espiritual e no plano material, é optar QUANDO iremos fazer a coisa certa. Quer dizer, nosso livre arbítrio constitui, basicamente, na escolha de como iremos dispor do tempo que nos é dado.

Por isso insisto que o TEMPO é o nosso bem mais valioso. Por mais que seja infinito e eterno é escorreito. Depois que passa não volta atrás. É como as águas do rio de Heródoto: nenhum homem se banhará no mesmo rio duas vezes, nem viverá o mesmo momento duas vezes. É como a frase que diz que "existem três coisas que não voltam atrás: a palavra dita, a flecha atirada e a oportunidade perdida."

O tempo que passou só servirá para que aprendamos. Podemos demorar o quanto quisermos para aprender uma coisa que poderia ser aprendida num curto período... o custo disso é o nosso bem mais valioso: o nosso tempo.

Agora ponho questões "retóricas" aqui.

Se temos todo o tempo do mundo para frente. Que diferença faz o tempo que gastamos aqui e agora? E se eu quiser gastar muito tempo? E se eu não tiver pressa de chegar lá na frente? O que tem lá na frente, de qualquer modo? Algum dia acaba essa odisséia? Estamos nos dirigindo a algum lugar? E se temos todo o tempo do mundo para chegar lá, quando chegarmos, ficaremos lá pela eternidade e não teremos mais um percurso a seguir... então não é melhor que demoremos? A vantagem de evoluirmos seria nos livramos dos processos dolorosos envolvidos na evolução? Mas não será uma vida de tédio chegar ao fim do percurso, livre de dores e sabores? Seremos todos amebas? Ou chegando lá poderemos retornar e ajudar os que estão no começo do percurso porque é um ciclo infinito e sempre haverão novas almas saindo das forjas divinas e migrando ao final da odisséia? Nos tornaremos espécies de anjos? Esses anjos, que não mais precisam do tempo para tomar as decisões certas, porque já as tomaram, o que é feito de seu livre arbítrio? O livre arbítrio pleno existe quando todas as opções cogitadas pela mente do indivíduo lhe conduzem a um mesmo resultado que é o bem? É assim que podemos compreender um espírito do calibre de Jesus?  O livre arbítrio pleno só é alcançado por aqueles que conseguem chegar ao final do caminho que percorrem os que gozam de livre arbítrio parcial? Nunca existirá um dia em que todos seremos "anjos", então? Se assim fosse seríamos anjos ociosos sem almas recém forjadas a socorrer! Mas a população não tende a crescer insuportavelmente dessa forma? O que Deus haverá de fazer? Criar novos mundos até o limite do infinito? Nunca cessará o ato de criação? Novas almas, novos mundos, novas almas, novos mundos? O espaço físico no Universo é infinito? Ou Deus pode criar e aumentar o espaço físico já existente no Universo? O que é o espaço físico do Universo? É algo que possamos compreender? Podemos ver? Sentir? Este lugar em que habitarão todos estes anjos é um lugar invisível, para espíritos? E o lugar em que habitarão as almas em evolução será algo parecido com a Terra? Com a Via Láctea? E assim se criarão tantas Vias Lácteas quantas forem necessárias? E em todas elas, ou na maioria delas o homem se perguntará se está só no Universo? E Deus tem irmãos que Lhe ajudam em todas essas Galáxias? E quem criou Deus? Como Ele surgiu? Ele é uma força inteligente concentrada em uma mente, em um ponto? Ou é uma força inteligente dispersa em todo o espaço que possa ser ocupado pela energia? Como compreender algo incompreensível como Deus? Será que ESSA ficha um dia vai cair? Quando formos anjos?


Não sei como consigo pensar as coisas que penso. Não sei como consigo escrever as coisas que escrevo. Abba me colocou aqui. Sou um pedaço de seu grande plano. Menos do que um parafuso... sou uma volta na haste de um parafuso.

Nada nesse mundo acontece por acaso.

É absolutamente imprescindível que paremos de nos enganar. De nos convencermos de coisas que sabemos que não são verdade. Precisamos aceitar quem somos, reconhecer nossos limites, valorizar nossas qualidades e sermos o melhor que pudermos ser sem nos compararmos com ninguém.

Precisamos de leveza na consciência. De serenidade.

É fundamental que se alguém nos disser algo que não gostemos, seja por falta da pessoa que nos fala, e não nossa! Que ao deitar a cabeça no travesseiro à noite possamos pensar: dentro da realidade, afinal não sou super herói nem Dalai Lama: "fiz todo o bem que podia, e evitei todo o mal que podia." That´s it!

Basta que tenhamos integridade de caráter (isso não é nome de remédio, isso é uma opção de vida) e que optemos em dar o melhor de nós para que tenhamos motivo de orgulho. É como uma frase de Picasso que eu dou o maior valor! Não acho que seja falta de modéstia, acho que é prova de auto-realização:

"Minha mãe me disse: 'Se você for um soldado, se tornará general. Se você for um padre, se tornará Papa.' Ao invés disso fui pintor. E me tornei Picasso."
[PABLO PICASSO]

Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap!



É isso! Depende de nós! Picasso não se sentiu intimidado... Ele comprou o desafio lançado! E não apenas o venceu, como o superou. Quantos generais e Papas existiram no mundo? E quantos Picassos? Entendem!? A vida terá as cores com as quais decidamos pintá-la! Sejemos todos "Picassos"... artífices do nosso Ser.

Nem sempre ouvimos o que queremos. As vezes precisamos ouvir uma coisa diferente. Muitas vezes alguém até tenta nos ajudar. Outras vezes, pode ser que alguém queira nos derrubar também. O filtro é com cada um.

Agoooora... tem um aspecto interessante: é preciso aprender a ESCUTAR aquilo que nos dizem, até mesmo para que possamos separar o joio do trigo.

Não saber a diferença entre ouvir e escutar, ou seja, distinguir as palavras de absorver e entender o que nos é dito, faz toda a diferença. É frustrante para ambos - tanto para quem fala e quanto para quem ouve (mas não escuta) não saber a diferença entre ouvir e escutar!

Aquela conversa que se repete mil vezes. O papo cabeça chato. A bronca que já está decorada. E as vezes até mesmo a declaração de amor que nunca recebeu o devido valor... Nunca foram escutados!

Simplesmente se ouve. Você percebe os sons, reconhece as palavras, registra o significado delas, mas não reflete. Não pensa porque a pessoa está falando aquelas coisas. O que ela está sentindo. O que ela quer?!

Pode se preparar: até que o outro se dê por vencido, o episódio da D.R. (discussão da relação) vai se repetir. Quando realmente nos importamos com alguém só paramos de "brigar" (de falar a mesma coisa, cada vez com menos paciência) em duas circunstâncias: quando finalmente nos entendemos, ou quando desistimos.



Se você apenas escutasse. Se procurasse entender, absorver. Se colocar no lugar do outro... Se, se, se, se... SEEEEE!

Um dia a ficha cai. Mas "um dia", normalmente, é daqui a muuuuito, muuuito tempo. Aí já é tarde demais.

"Um dia" é uma expressão que o homem inventou para usar quando não tem coragem de dizer "tarde demais" ou "nunca".

Eu só acho que não é tão difícil quanto parece procurar entender. Procurar acertar. Pelo menos PROCURAR. Tentar encontrar o Picasso que existe dentro de você. De todas as vozes que devemos escutar, a minha sugestão é a seguinte:

comece pela voz da sua consciência.



Nenhum comentário:

Postar um comentário