segunda-feira, 30 de julho de 2012

Onde reina a Paz?! E vai como? De trem?


"There is no path to peace. Peace is the path."
 (Mahatma Gandhi)




Era uma sexta feira, aproximadamente  13:30h. Eu estava almoçando no mesmo restaurante onde almoço  praticamente todos os dias da semana. E esses são os momentos em que coisas interessantes, curiosas, acontecem: no lugar comum de nossas vidas.

Hoje é um dia diferente dos demais? Sim. Por que? Por tudo. Pelo fato de que hoje é hoje. Nenhum dia é igual a outro na minha vida. Nunca foram. Eu acho isso mais um dos muitos privilégios que Abba me concede. Só que, ainda assim, coisas se repetem, por mais que os dias sejam diferentes uns dos outros.

Além disso, acho que estou na TPM, ou saindo dela. Esse estado de espírito que se apossa de mim mensalmente desde os 26 anos mais ou menos. Mais uma das ocasiões em que posso dizer sorrindo da "piada": eu era feliz e sabia. Que maravilha a vida pré TPM. Estou eu, com TPM, numa sexta feira, um dia após o aniversário da minha mãe - na quinta - quando estava indo trabalhar e tocou no rádio "Gatinha manhosa", Adriana Calcanhoto cantando, e eu fiquei malzona. Minha mãe cantava essa música para me pôr para dormir quando eu era pequena. Quase choramos - ou melhor, choramos - quando liguei para dar-lhe os parabéns. Passei o dia borocoxô. Minha mãe está ficando velha, um dia ela irá embora... e eu estou longe dela. Eu estou só. Eu vivo só (sentiu, né? meu estado de espírito?). Na semana em questão nenhum dia fui na academia pela manhã. Fui à noite, quando muito. Fiquei as manhãs bolando na cama e me aninhando na colcha e no meu ursinho Teddy (e AI de que falar qualquer coisa dele! Têm um problema com meu ursinho Teddy? Hãnm!). Sexta, mais uma sessão de "é só hoje porque estou de TPM que vou ficar GORDA, OLEOSA e PREGUIÇOSA na cama, sem me odiar (muito) por causa disso"

Então levantei - gorda, oleosa e preguiçosa, verdadeiramente horrível - escondi da melhor forma que pude meu estado espiritual e físico (?) e fui trabalhar.

Estava almoçando. Ando distraída. Ando tão distraída... Me distraí. Só percebi um tempo depois. Embora acho que tenha sentido imediatamente... a familiaridade, sabem? Senti, mas não sei como registrei.

Não digo que me distraí porque comecei a falar de mim. Isso faz parte do meu sincericídio e da minha sozinhice. Não resisto. Falo meeeeeermo. rsrsrsrs Afe. Tenho até vergonha depois quando me lembro do tanto que falo de mim. E falo CADA coisa que "Jesus, Maria, José"!

Foi quando me fizeram uma pegunta. A pergunta que me fizeram foi a seguinte: "Quando você tem paz?" Bom, foi isso que me aconteceu... essa pergunta. E essa pergunta revela muito sobre quem faz a pergunta. É sempre bom encontrar uma pessoa que faz perguntas assim para pessoas que entendem perguntas assim.

Pois é. Engraçado que eu entendi perfeitamente a pergunta. Isso em si já tem um significado muito relevante. Acho que meu interlocutor, pelo pouco - nada - que o conheço, sabe tão bem disso quanto eu. Essa pergunta tem a função básica de não ser entendida.

Eu não só entendi como respondi imediatamente, talvez até meio na defensiva, não contra o "perguntante", mas contra mim, contra o mundo. Eu disse: "Eu tenho tido paz ultimamente". E ele devolveu: "Tem? Em que momento?" 

Ai ai.



É o seguinte: as pessoas "normais" acham que têm paz, pra efeitos práticos elas "tem" paz. Ou não sabem que não têm paz, enfim... é a mesma coisa, embora seja o oposto. Elas não pensam sobre isso, não se afligem com isso. Sabem? Isso pra comeeeeeço de conversa. Ou, se não ESTÃO em paz porque estão, digamos, "chateadas", elas encaram isso como um problema transitório. Quer dizer, realmente, as pessoas "normais" não entenderiam essa pergunta. hahahahah Dependendo do nível de "normalidade" até se ofenderiam ou estranhariam muitíssimo ouví-la. Não é - para a "normalidade" - uma questão de "ser", mas de "ter", como, aliás, quase tudo no mundo para "eles".

(Um parêntese: 


Engraçado que tem "vários tipos de gentes" no mundo. As vezes eu acho que reconheci ou encontrei uma pessoa do "meu modelo" (e haaaaaaaja aspas, né? mas e o jeito?!)... e acaba que é alarme falso. Logo depois de um tempinho eu percebo que neeeeem neeeeeeeeem. A pessoa nem sabe do que eu tô falando. Pensa que é um código secreto e fica lá toda minha brother e eu "ROINC".. pensando... "Aaah nem!".. kkkkkkk Não é que o "meu modelo" tenha nada de especial. É só um povo que pensa muito, que filosofa até (uns sem saberem ou admitirem), que gosta de ler e saber sobre todas as coisas, que presta atenção nos outros de um jeito que a maioria não presta, que presta atenção nos detalhes das coisas, que têm muita  curiosidade, têm uma certa cumplicidade entre si... não sei explicar. É um jeito de ser, de ficar sozinho, de sofrer, de estar triste e feliz, de se importar também, de perceber a beleza/tristeza/presença/ausência/estado das coisas. De ser persistente e de ser flexível ao mesmo tempo. Tipo: nunca admitir que é flexível porque tem orgulho de ser teimoso, mas não gostar de ser chamado de teimoso porque se considera muito flexível! hahahahaha Um jeito de envolver os outros ao seu redor, de se tornar conselheiro, de entender de "medicina", de ser dono da verdade e ainda achar que tem a humildade de reconhecer quando está errado (e reconhecemos mesmo, mas nunca estamos! kkkkkk). Enfim...


É possível que todo mundo tenha um amigo assim.. mas pra esse amigo ter OUTRO amigo assim não é tão fácil. E tem muita gente que gosta de fingir que é assim... como se fosse bonito. Nem é. Tem boa parte do tempo que é até doído... "do-í-do, não doido.. do verbo "doer".. dolorido, sabem? Mas é muito doido também... de "que coisa doida!" Somos meio chatinhos e meio bairristas... Yeah! Quando nos reconhecemos um ao outro é "mó bom"... já somos praticamente íntimos, afinal, é tanta semelhança, tanta compreensão, tanta dor e tanta inquietação, tanta dúvida que partilharmos! Isso nos aproxima mesmo do mais recente ex estranho que seja do nosso modelo... mas não somos excludentes dos outros, de modelos diferentes, até porque acho que uma característica nossa é ver com o olhar do outro (até mais do que com o nosso as vezes, embora não sejamos machos o suficiente de admitir essa "falha" com frequência: essa de que não gostamos muito de focar em nós e nos priorizar - embora nos analisemos tanto!)... e também porque conseguimos antecipar as coisas: eventos, atitudes, consequências, "coisas". Isso também nos deixa ora mais pacientes (porque sabemos o que nos irá chegar) e ora mais desesperados/ansiosos/impacientes (pelo mesmo motivo). Eu, particularmente, costumo ficar calma quando antevejo coisas boas e ansiosa quando estou incerta ou quando acho que é algo não-bom. 


Sei que passamos a impressão de afastar as pessoas... e afastamos algumas mesmo. Temos enorme apreço pela solidão... Uma coisa interessante é que "autorizamos" a permanência ao nosso lado, e até achamos bom, de pessoas que sabem ficar "sozinhas mesmo perto" ou que, não sabendo, respeitam essa nossa peculiariadade e nos dão espaço. Não é preciso estar só para ficar sozinho, se você quer saber. Tenho achado, depois de "velha" rsrsrsrs, que ficar sozinho junto é bem melhor. Uma coisa que tenho também é a memória associativa mais incrível! Coisinha que pode ser fantástica e inconveniente: as coisas se conectam... as músicas, histórias, piadas, momentos, lugares... E acho que temos bom coração...Mesmo! Estamos trabalhando nesse "trilho" (mais na frente você vai saber o que é trilho).


...mas chega de divagar e vamos voltar ao assunto: eu! kkkkkk Agora "sério": a paz! rsrsrsrs )

Eu "tenho" paz as vezes. Bem, na verdade, tecnicamente, eu considero que eu até vivo bastante em "não não-paz" hoje em dia... o que não é em "paz" exatamente, mas não é também "não-paz", é "não não-paz", o que é um certo tipo de paz... paz em sentido lato. Mas quando eu tenho momentos de paz (em sentido estrito), costumo saborear bem. Acho, como disse, que se falando em "momentos", até que tenho mais momentos de paz ou de "ausência de não-paz" do que de "não-paz".

É que as vezes começamos a abrir concessões pra as determinações que fizemos para nós, a partir das experiências que tivemos, e descobrimos que estamos perdendo a paz por nossa própria culpa. Isso é muito ruim. Bagunça a "não não-paz" e a paz da gente.

Também não acho que se trancafiar nesse perímetro pré estabelecido pelas experiências pregressas seja  "viver em paz" e ser feliz. Apesar de que quem fez/faz essa escolha, com certeza, me olharia com uma cara muito feia agora me desafiando a mostrar de que modo ele não vive na mais absoluta e invejável paz, numa vida bem melhor e mais alegre do que os "outros" que insistem em escolhas infelizes. Bom, na minha opinião - e no MEU blog a MINHA opinião é que vale (Noooosssa, ter um blog é muito bom pra quem não gosta de ser contrariado! Anti stress total!) - como eu ia dizendo, na minha opinião, se a pessoa vive numa zona segura, sem as "escolhas infelizes, erradas, equivocadas, controversas, whatever", ela pode não ter a ausência de paz causada pelo desgosto, pelas frustrações, pelos recomeços, pelos embates, blá blá blá, o que é lindo e ótimo, mas também ela não tem as recompensas dos acertos, o tempero de se arriscar em termo de relacionamento e de ser bem sucedido. A verdade é que, secretamente ou confessamente, todos queremos arriscar, mas não sob as mesmas condições. Alguns precisam de mais incentivo, alguns precisam de bons argumentos, alguns precisam que seu coração bata num ritmo que de orquestra.. não de Michel Teló. Viver no perímetro da ausência de conflito pode até deixar de fora a "não-paz", mas não confunda a "não não-paz" com a "paz". A paz tem um quê... um tempero de felicidade.

Tá bom. Confesso que tenho me sacaneado ultimamente no quesito paz. Por isso que a pergunta me deixou tão na defensiva. Por um lado foi bom, não porque tenha me mostrado isso - que eu já percebi, espertinha que sou - mas porque é um peso a mais na balança da "acordação", aquela do verbo "acordar". Acordar pra cuspir, pra Jesus, essas coisas.


"I am not only a pacifist but a militant pacifist. I am willing to fight for peace." 
Albert Einstein




Eu estou disposta a comprar essa briga comigo mesma, seja lá com quem for, pela minha linda paz. Só que, eu sou osso duro de roer, e não é fácil me dobrar. Tem coisas que preciso fazer e que fico ali, no enrolation-tion-tion, e isso rouba minha paz também, claro. O tique-taquear do relógio me enlouquece. Sim. Mas de que adianta uma louca estanque? Sou eu. Mudanças num ritmo muito lento quando se trata de eu, eu mesma e myself dentro do interior de mim mesma.

O comodismo é o inimigo mais mordaz da paz. Tendemos a espernear contra as ameaças externas à nossa paz, mas deixamos que o comodismo a sufoque lentamente, assistindo imóveis, desde que, definitivamente, confortáveis. Conforto é tudo!

Existem coisas pontuais que nos dão paz ou felicidade que, sei lá, se confundem as vezes: a paz e a felicidade, entendem? Elas se confundem as vezes!... Para mim a leitura, a música, cozinhar quando tô afim (mas aí tem a louça pra lavar depooooooiissss aaaaarrrghhh), atividade física não obrigatória, o sol na minha pele quando estou com frio, observar o mundo no parque.. na rua..., aprender coisas novas, viajar (iuppppppyyyy), filmeeeeees, shoppinterapia (quando tenho dinheiro... droga!), ver coisas boas acontecendo aos outros (pois é...), terminar um trabalho ao qual me dediquei direitinho. Continuar dormindo quando estou com muito sono. Ter a casa cheirosa e arrumada! Não é preciso muita coisa. Sou facinha! =)

Hoje cheguei a essa conclusão maluca - imaginem só - de que quase tudo, praticamente tudo que acontece conosco faz parte de uma decisão que tomamos. E a paz, a santa paz, não é exceção. Só que essa decisão pode ser consciente ou inconsciente.

Engraçado... pensando melhor.. eu não já escrevi sobre o poder das decisões? É tipo isso. Sob nova luz.

Ter certeza de algo! Isso é bem amplo, certo? "Aaaah! Mas EU tenho certeza." Uuuuiii! Para quem pensa antes de falar... não que este seja um grande grupo... mas, enfim, ele existe... afirmar a certeza não é assim simplizinho. "Eu tenho certeza". Pois muito bem, senhores e senhoras. Ter certeza é uma escolha: ter certeza de que é feliz ou triste. Ter certeza de que encontrou ou não o amor da sua vida! Ter certeza ou não de que se encontrou profissionalmente. Escolhas!!! Quando você decide que tem umas dessas certezas - e aqui é indiferente se você está maluco ou não, certo ou errado, respaldado ou não - é isso aí, mermão! Fechou, partiu!

A "certeza" só é confiável nas leis: leis da física, leis da matemática, etc! No campo dos pensamentos e decisões, ela é uma ilusão que nos dá segurança. Decidimos e, então, nos convencemos de que iremos fazer aquilo porque "temos certeza", e não porque, simplesmente, decidimos.



Vejam bem. Não estou falando que você decidir, que você escolher faz com que a coisa seja real automaticamente, apesar de que, com o tempo, quem sabe? Mas você passa a ter certeza. Ora, um sujeito pode resolver ter certeza de que é o Rei da Escócia, e aí? hahahahaha Vai ser chamado de louco, vai dizer que é uma conspiração - claro que é um exemplo chulo! - mas ele é o Rei da Escócia para si e pronto. Mas a feiosa pode resolver concorrer a Miss convicta de que é linda. E se eu resolver que tenho certeza de que sou bonita, ou de que sou excelente profissional ou de que amo o Fulano, para mim, quer o MUNDO concorde, quer não, eu sou bonita, sou uma profissional do caramba e Fulano é o homem da minha vida! Quem quiser que relinche! Que se explooooooooda! Booooooooom!

Então, melhor decidir conscientemente o que PUDERMOS, o que LEMBRARMOS e o que CONSEGUIRMOS! "Sou feliz, tenho paz, me encontrei na minha profissão". Beleza. Isso de "amor da vida", aí o buraco é mais embaixo porque envolve dois malucos tendo certeza da mesma coisa, senão dá merd@, então aconselho que a pessoa pense um pouco antes de "ter certeza"... maaaaas, né?

Pois então! Eu estava num casamento outro dia e vi os noivos lendo seus votos cheios de convicção. Quem disse? Eles. Eles disseram. Eles "tinham certeza". Pronto. Basta. 

Decida. Decida não sofrer. Decida gostar da sua companhia. Decida apreciar o que você faz, o que você tem, quem você é. E decida mudar para melhor tudo que estiver ao seu alcance. E MUDE. Decida mudar e mude. Seja macho! hahahahahaha

Decida correr riscos, mais ou menos calculados, e arcar com as consequências deles, sabendo que as vezes as recompensas compensam os riscos e que as decepções são proporcionalmente menores do que os benefícios almejados. Decida e encare. Ou decida não encarar e viva com isso. Viva bem com isso. A vida é sua. Tenha certeza de que você é uma pessoa excepcional: que vale a pena. Ninguém muda o perfil de ninguém, mas as vezes você mesmo muda o seu perfil por alguém. É assim que o mundo gira. 

Eu tenho certeza. Certeza absoluta, de que vale a pena tentar. Tentar o que? Ah! Um monte de coisa! Quer ver? Tentar ser feliz para começar. Tentar viver em paz, tentar se tornar uma pessoa melhor (o que vai deixar você feliz e em paz), saltar de pará quedas, se endividar para comprar uma coisa que você quer muito, deixar de se endividar e deixar de comprar uma coisa que não quer tanto assim, conhecer melhor as pessoas, assumir quem você realmente é, assumir que nem sempre quem você realmente é é tão legal, ver ópera, ver o futebol que você não gosta com o Siclano, perder um dia todo dormindo, acordar cedo para ganhar um dia! Sem fórmulas! Se não existissem tantas coisas legais diferentes no mundo, não haveria tanta gente também diferente para nos dar a oportunidade de experimentá-las a todas elas. Fazer as coisas que o outro gosta vale a pena tentar. Sim. Eu acredito nisso. Pela felicidade do outro, pela sua felicidade, pelo companheirismo... porque não teria graça um mundo de pessoas iguais nem um mundo mais individualista ainda. Experimentar coisas não tão legais é bom também, fornece parâmetro, ensina valores.

Eu não posso responder o por quê da minha ausência de sensação de paz, ou melhor, da minha consciência a respeito disso.Não posso responder com plena convicção, mas tenho lá meus palpites... uns compartilháveis, uns íntimos, uns que tenho preguiça de ficar explicando... acho que é multifatorial.




Acredito que estamos aqui, no mundo, para aprender, para ensinar (por que não?), para compartilhar experiências. Para nos tornamos pessoas melhores. Sim. Mas melhores do que quem? Do que nós éramos? Quando? Do que os outros? Que outros?

Acho que isso aqui não é concurso público! hahaha Não estamos concorrendo para ver quem é melhor. Mas é tipo um "ano letivo", temos que dar o nosso melhor, tirar a nossa nota mínima de aprovação... eu acredito em auto-aprovação... não em aprovação divina. Acho que Abba não tem qualidades e vícios humanos do tipo orgulho, vergonha, ofensa... Se tiver bom para a gente, está bom para ele. Então, pela minha lógica, nós temos que passar "de ano" conforme nosso potencial. E se existisse uma média? Média 5!? Bastaria um 5? Isso deixaria você em paz? Feliz? Se sim... então tá. Por hoje basta. Acho que independente da média, o que importa é o aluno. Um 5 para um aluno 4 é mais que 10.

Eu sempre fui nerdzinha... CDF, sabem? Na faculdade uma vez o professor de filosofia do direito passou uma programa gigante de estudo... na hora da prova só havia uma questão: "que nota você acha que merece tirar e por que?". Coloquei que merecia tirar um 10 porque havia estudado para tirar 10, e não 9. Essa sou eu. Pois é. Só que eu acho que na vida eu não tenho estudado para tirar 10 em toda prova... em toda matéria... e aí fico com essa "coisa". Posso até tirar boas notas... mas eu merecia?! Tipo fazer por onde... E isso não me deixa tão em paz assim.

E o que faz um aluno nota 10? Quem é ele? É o Stevie Jobs ou o Chico Xavier ou quem!? 

Um dia eu li a história de um grande sábio grego que viveu muuuuuuitos anos, mais do que a maioria dos sábios viviam e do que os homens de seu tempo. Ele se dedicou durante tooooda a vida a estudar filosofia, arte, música, ciência, línguas. Era um homem tão culto que se dizia que não havia outro como ele. Para poder estudar e aprender o máximo, se isolou e durante todo o tempo que viveu, esteve na companhia de estudiosos e de livros, mal falava... Um dia, perto do fim, lhe chamaram para que visse uma pessoa que tinha sido próxima a ele na juventude, alguém por quem um dia nutriu grande afeto. Essa pessoa estava doente, sofrendo muitas dores em seu leito de morte e lhe implorou: "Consola-me, conforta-me, diz-me palavras doces para que eu saiba que ainda me amas". E então, estupefato, o sábio se deu conta de que não sabia como fazer isso, não sabia como demonstrar sentimentos, como amar e cuidar de outro ser humano. E deixou a seguinte lição: "Construí durante toda minha um único trilho de trem, longo e sólido, mas  solitário. Hoje sei que o trem, para correr, necessita de dois trilhos paralelos. Não me resta tempo, contudo, para que volte ao início de tudo e construa ao lado do primeiro trilho, o segundo. Precisaria, para isso, de outra vida. Perdi toda essa minha existência, é assim que me sinto. Um trem precisa de dois trilhos e eu só construí um trilho para o meu. Sem sentimentos, de nada vale toda a minha inteligência. Falo fluentemente várias línguas, mas fiquei mudo diante do sofrimento."




Penso eu que, para ter paz, seria preciso a consciência de estarmos construindo os dois trilhos do nosso trem. Sem prestigiar um em detrimento do outro. Que teríamos que nos trabalhar como seres humanos em duas frentes: a emocional/moral e a intelectual. Podemos viver na "não não-paz", achando que temos paz porque vivemos a ausência de conflitos, mas quando nos dermos conta de que falta um trilho, saberemos que perdemos um tempo do qual não dispomos mais. Perdemos uma vida. Perderemos tantas "uma vida" bastem até que aprendamos? 

Esse dilema, essa angústia, me rouba "um pouco" a paz. Mas saber que não vivo na ignorância e que, por mais que seja minimamente, sou um ser melhor hoje, do que fui um dia e que, por mais que não possa ir longe, meu trem pode se adiantar um pouquinho que seja... porque por mais que estejam desiguais, estou construindo dois trilhos... E isso me dá paz. Me dá momentos de paz. 

Lendo o livro - o livro que mais me tocou nos últimos anos, um dos mais sensacionais que já li - Trem Noturno Para Lisboa, vi a história de um homem que comprou um piano de cauda. Já mais velho olhava para aquele piano como quem olha para um verdugo: o piano era a lembrança constante, era a presença da passagem do tempo. Ei-lo ali com o piano de cauda que nunca aprendeu a tocar e que agora já não tinha tempo de aprender... e que por não ter tempo de aprender, não se dignava a começar... e que por não dignar-se nem sequer a começar, sentia-se cada vez uma fraude maior. Todos temos pianos de cauda, reais ou potenciais. O fato de não podermos mais nos tornar (notórios) pianistas não significa que não possamos nos tornar (dedicados) alunos.

Isso lembra aquele poema que se atribui a Eduardo Alves Costa:



No caminho com Maiakóvski

"[...]
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
[...]"

É isso! A ausência de si mesmo. A inércia. O acovardamento diante da vida. Ser um aluno nota 5 quando você é um aluno nota 10. Isso é brabo.

A paz é, basicamente, um estado de espírito. É a certeza de que não somos devedores para conosco, ou o esquecimento de que somos. Da mesma forma que não se pode impôr ao homem o sentimento de inferioridade, não se lhe pode jamais roubar a paz. É uma daquelas coisas em que somos nós a nos espoliarmos, somos nós os carrascos, nunca o outro. O outro somente leva a culpa.


E com você? Tudo na santa PAZ? ;)








A Paz
Gilberto Gil

A paz invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais

A paz fez um mar da revolução
Invadir meu destino; A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz

Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz

Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Sincericídio à parte, sinceramente, viu?!


Ontem li um artigo do Ivan Martins na Época on line sobre sincericídio (http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/ivan-martins/noticia/2012/07/sincericidio.html).

O tal artigo do sincericidio falava de uma visão bem venal, banal da coisa, com foco exclusivamente em relacionamento... não NA VIDA como um todo.

Fiquei pensando... (Oooohhhhh!!!! Eu pensando?!) existe o sincericídio "homicida" que visa matar o outro do coração... e existe o "suicida" que é você mesmo se destruindo. Que coisa esquisita essa compulsão de ser sincero demais, por motivos nobres, vaidade, escárnio ou sarcasmo, para chocar e para testar, porque sim... e "por que não?".

Sincericídio não é ficar fazendo ciuminho pro namorado/namorada. Se promovendo e coisa e tal. E aquela velha história do "Amiga do céu, como te deixaram sair na rua horrorosa desse jeito hoje? No dia em que você me vir assim me despacha de volta pra casa correndo porque eu não vou estar nada bem." É aquele "É meu amigo, se ela te traiu é porque não gosta de você mesmo. Todo mundo sabe que ela ficou com o fulano." "Estuda, estuda e se esforça porque senão você não passa nem no raio da prova pra GARI, Fulaninho!" "Olha, me desculpa, mas a sua vida está uma bosta - e está mesmo - mas a culpa é sua, que está aí vendo o tempo passar e se tornando 10% da pessoa que poderia ser." "Que preguiça que eu tô de te aguentar, hoje! Se você soubesse nem falava comigo..." "Eu não te cumprimentei porque fiquei com vergonha, tal era o seu estado quando você chegou, pelo amor de Deus, Siclano!" "Essa mulher é uma gata! Linda, inteligente e divertida, e se você não agir feito homem, ajo eu! Melhor eu, que sou seu amigo, do que o vizinho!" "Não vou ao almoço que não tô com saco de aturar a família alheia hoje!" "Quando você for metade da pessoa que eu sou, você pode vir me dar lição de moral" "Eu tenho pena de você."

Quem quiser que fale mal. Todo mundo é sincericida em alguma medida. Uns são sem querer, querendo, na verdade só estão em busca de se promover ou de magoar o outro (que era bem o tema do artigo). Outros usam isso como ferramenta de espezinhamento social recreativo... Outros usam - ou acham que usam - como utensílio educador, mais eficiente do que a palmada na mão dos alunos com a régua. Tem os que usam porque podem, porque conseguem manusear tão bem as palavras... usam para ver se as pessoas conseguem captar a sutileza de sua sinceridade, ora homicida, ora suicida. São assassinos e kamikases vernaculares.

As palavras são armas poderosas. Têm efeitos devassadores. Sorte que aqueles mais sujeitos a sofrê-los, os efeitos das palavras, são exatamente os que costumam empunhá-las. Que vença o melhor quando dois sincericidas resolvem se confrontar... porque então ocorrerá um duelo do qual decorrerá ou uma amizade, ou um desastre.

Sinceramente? Não dou a mínima se todo mundo concorda comigo ou não. Escrever é falar sem ser interrompido. "Fuck U, vc".

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O superherói que há em você e essa tal auto-sabotagem.


"Felicidade é estar de acordo consigo mesmo".
Luis Buñel



Eu, você, todos nós e cada um de nós somos pessoas excepcionais. Fantásticas. Master mega blaster ultra power jason jobster wong crazy wow!



Temos algo que nos torna únicos no meio da multidão, especiais, distintos e insubstituíveis. Dignos de muito amor e de muita felicidade.

Sim, somos iguais. Não somos melhores que ninguém. Mas também sim, somos todos diferentes. Merecemos atenção, afeto e reconhecimento. Merecemos sermos amados e valorizados e temos também que entregar ao outro esse nosso tesouro, nosso "elixir" secreto, essa nossa "coisa" que depois que ele - o outro - provar, entenderá o quanto somos especiais e irá nos olhar como criaturas inigualáveis. É como disse a raposa, no Pequeno Príncipe, "quando cativas alguém, te tornas único no mundo para ele, e ele único no mundo para ti".

E isso é com mãe, pai, irmão, amigo, vizinho, professora, babá, namorado, sogra, com todo mundo. Cativar é exercício contínuo.



Tudo muito bem, muito bom... E aí a gente se decepciona, se ressente, se encabrunha. Claro! Porque faz parte. É natural... é decorrência de estar vivo, de respirar. Não é banal, nem devemos ser indiferentes a isto. Só que irá acontecer.

E aí vem aquela velha história: o importante não é o que acontece a você, é o que acontece com você quando algo acontece com você. Isto é, é como você irá sair destas experiências, sejam negativas e até sejam positivas.

Dizem que "cachorro mordido de cobra tem medo de pau".



Tem uns que não. Mas deviam. E tem uns que sim... mas também é demais... putz! É só um pau! Entende? Uma experiência ruim deve deixar a pessoa mais ressabiada? Beleza? Mas não deve impedí-la de viver. Pelo menos de navegar.. hahahahaha "Navegar é preciso, viver não é preciso..."

Por que estou escrevendo hoje? Estava pensando... eu sou um "cachorro" meio sem noção. Teve ocasiões na minha vida nas quais pensei: "não preciso passar por isso", "não vou mais passar por isso", "se isso voltar a me acontecer eu vaso!" hahahahaha E o que eu fiz quando voltou a me acontecer? Nada. Fiquei lá.. vendo se a cobra ia picar mesmo... se não era um pau.

Então resolvi escrever. Escrever sobre as oportunidades que temos de sermos felizes. De sermos queridos, de conquistarmos coisas boas. Sobre o tanto de pessoas com as quais cruzamos nas nossas vidas que querem a nossa felicidade, o nosso sucesso, o nosso amor. Resolvi escrever sobre isso para mim e para vocês, para que pensemos sobre isso um pouco. Para que tenhamos um pouco de consciência a respeito da infinidade de oportunidades que Abba põe em nossas frentes de que toquemos o céu.

Por que tantas vezes viramos as costas a tantas destas coisas para insistir naquilo que não é tão bom? Naquilo que não é tão possível? Não que seja ruim. Não que seja mau. Mas não está ao nosso alcance e nós sabemos. Mas queremos insistir no que não é nosso, no que não podemos ter. Deixamos de aproveitar oportunidades reais, de buscar coisas palpáveis, e pra quê? Pra insistir em "possibilidades" cujos resultados, sendo francos, já vislumbramos. Não. Para nos sentirmos insuficientes, falhos, fracassados. E nós somos excepcionais! Somos fantásticos. Somos milagres.

Sabotagem. Auto-sabotagem. Chega.

Nascemos para sermos felizes. Não digo plenamente felizes. Mas felizes. Placidamente felizes. Regularmente felizes. E isso não é muito mais do que poderíamos pedir? E não é mais do que muitos temos? E não é exatamente o que buscamos? E por que a sabotagem? Por que sistematicamente abrir mão disso? Por que acordar triste pela manhã sentindo falta de algo que não se sabe nomear? Uma saudade estranha?


Pois é possível nomear. Saudade de sentir-se feliz. De encontrar-se em si mesmo. De não estar se ferindo em sabotar o próprio espírito. Chega! Todo mundo já foi feliz assim, sem estar ferindo a si mesmo, e sabe do que estou falando. Todo mundo já acordou um dia se sentindo estranhamente feliz... inexplicavelmente bem... rindo à toa! Tão boooom! Uma sensação de "fazer parte"... de que ia ficar tudo bem. E por que a maior parte da nossa vida tem que ser o contrário disso?

Se um dia você jurou que não iria mais se submeter a uma situação de tristeza desmerecida. Se não ia mais esperar pelo que não vem... Procure se lebrar quando for necessário e cumpra com o prometido! Eu sei o que é isso. E sei que é difícil. Aaah se sei! Porque sempre achamos que iremos entortar o ferro. Que iremos vencer os desafios. Somos ninja! Mas a questão é exatamente essa: não precisamos disso. Não é mais gostoso assim. Não é mais bonito assim. Não tem mais mérito assim. Assim só dói mais e funciona menos. Só.

Os sentimentos, as companhias, os reconhecimentos... devem ser espontâneos. Assim que é bom. Assim que faz bem! Quando é sossegado, fácil, natural, beleza da creuza. Paremos de nos enganar. De PERDER tempo. De ser bobos, trouxas. A melhor hora para ser feliz? Agora! Ontem! Já!

Sorrir! Amar! Estar perto! Ter certeza! Segurança! Fé! Companheirismo! Amizade! Entendimento! Que delícia!


Vinícius de Moraes disse: "amigos não encontramos, reconhecemos". E se isso é a mais pura verdade com os amigos... que são uma espécie de amor, imagine com o amor-amor, que é outro amor... não precisa fazer ginástica, nem subir montanha, nem ter paciência.. precisa mesmo É DE TER. Quem não tem, não tem e pronto. Aceite e siga sua vida. É fácil? Não! Não é. Mas é inteligente. E por que tanta gente inteligente fica tão estúpida nessa hora? Não sei. Eu também! Por que achamos sempre, em tudo na vida, "que comigo vai ser diferente"? Mas NÃO vai! "Eu não vou sofrer acidente", "Eu não vou tirar zero na prova", "Meus pais não vão morrer", "Meu coração não vai partir", "Eu, ele vai aprender a amar", "A mim ela não vai trair"... Meeeeeeeeu amigo!!!!

E o que isso muda? Nada. Porque ninguém é especial nesse sentido que você quer. Você vai sofrer um acidente se beber, vai tirar zero se não estudar, seus pais vão morrer, ele vai quebrar seu coração porque ele gosta dela, ela vai te chifrar porque ela chifrou todos os outros. É a VIDA. Com você não é diferente porque você não tem o poder de mudar o outro nem de mudar a ordem natural das coisas...  Lei da ação e reação.
Nós temos que mudar o que depende de nós. Ninguém muda o outro. Quer mudar o mundo? Muda naquilo que depende de você... Ao seu redor! O seu mundo! O outro não é o seu mundo. Hel-low! Sacou? Claro que você consegue, afinal você é uma pessoa fantástica! Lembra? Você é o Cara! Filho ou filha do Cara! Irmão ou irmã do Cara.. de J.C... Jesus Man! Bota quente e mostra que você não veio no mundo a passeio. Toma as rédeas da sua vida e vá ser feliz agora! Right now! Yes U Can. Obama pôde, todo mundo pode! hhuahuahuahuahua

Você pode passar num concurso, na OAB, se curar de um câncer, encontrar o amor da sua vida, ter a casa dos seus sonhos, o emprego que você merece, o corpo que você sonha, TV a cabo! hahahaha SIM! Tudo isso e muito mais! Terminar a monografia, ser ministro do STJ, mudar de cidade, ter filhos, comprar um cachorro, viajar o mundo! Quer? Começa agora. Mexe o seu popozão! Parado é que não dá! Estuda, termina esse relacionado frustrado, trabalha duro, joga na megasena. vai correr, malhar, enfim! Dá duro, mermão, que as coisas não caem do céu! Pare de se sabotar pelo amor de DEEEEUSSS! Corre atrás que "o que é do homem o bicho não come". O que é seu está guardado, mas vai ficar guardado, a menos que você vá lá buscar! Não vem numa bandeja não... nem cai do céu. E se fosse assim, bááá! Se fosse assim a gente sabe bem, né? O ditado não é "de graça até bilhete premiado"... ninguém fala bem do que é de graça. Go and get it, baby!


Tem que dar duro! Rebolar! Meter a cara! Sair da zona de conforto... tem que dar o sangue, e enxugar o suor... não é só beber a cerveja.



A vida é bela. É MARA! O céu é azul, temos água, comida, energia. Saúde? Nem todos temos o tanto que gostaríamos, mas temos que baste para corrermos atrás! Dinheiro? Nem todos temos o tanto que gostaríamos, mas temos suficiente que baste para multiplicarmos se batalharmos. Amor? Podemos não ter de quem queríamos ou tanto quanto achemos (ou de fato) mereçamos, mas existe um mudo de gente aí disposta a nos dar amor e, no entanto, estamos fechados, esperando por quem já sabemos que não tem disposição... quem está errado: quem não nos ama ou nós? Sucesso? É um investimento! Estudos, trabalho, dinheiro, viagens, TV a cabo, casa, carro novo? Nada disso cai do céu! Tô falando alguma novidade? Não é como se eu fosse uma "gênia" e tivesse descoberto um novo continente ou a antimatéria!!!


Sabe? Ninguém NUNCA disse que era fácil. É difícil pra caray. Maaas, quando não desistimos... PUTZ! Coooomo vale a pena. É a diferença entre estar vivo e viver.

Esses dias uma pessoa me perguntou se eu gosto de viver. Bom. Eu respondi que depende. Hahahahaha E aí essa pessoa sorriu e disse que desistia. A verdade é que "estar vivo" é legalzinho. Sabe? Depende bastante do que a pessoa acredita também... mas para estar vivo ser massa, viver tem que ser muito bom. Eu gosto de viver. Sim. Só que a verdadeira pergunta que ele estava me fazendo, naquele contexto, era se eu gosto de estar viva... aí que depende. De viver eu gosto pra cacete! E aí? Eu tenho vivido? Huuuum. Menos do que um dia... sabem? Me dei conta disso. Tô vivendo menos. Viver e ser feliz estão bem próximos, sabem? Viver, meramente tentar viver, faz a gente feliz. E quando se vive, é bom estar vivo. Estar vivo te proporciona viver. Senão, tudo não passa de existir... e existir... não tem graça nenhuma. Uma pedra existe, e um copo, e uma flor. Existe beleza, existe propósito, mas não existe "joy". Pode até existir "vida", mas, e Abba me perdoe, eu sou ambiciosa demais para existir: eu quero extrair e espalhar felicidade.... pode até ser sem propósito.

E eu tô falando isso porque aplico todos esses conceitos revolucionários à minha vida? NÃO! Estou falando porque: primeiro!!! Falar alivia dores emocionais.. já dizia o velho, bom e disgramado do Shakespeare. Segundo... porque parece que a gente esquece esses trens de vez em quando. Já que ninguém vem, me bate na cara e me fala essas coisas, eu mesma me falo, que é meio que uma tapa de luva de pelica... se bem que eu precisava mesmo era de uma marretada na cabeça com uma barra de ferro cravada de prego enferrujado! Trem que não aprende nunca, eu!!! Afeeee! Bichinha mais teimosa! Cabeça dura... bicuda, bocó!


Quantas vezes tomei a resolução de não insistir no que não vale a pena e não me faz feliz? Nem sei! Perdi as contas! E quantas vezes insisti mesmo assim? Ráááaáá´! Paciência! Não sou menos linda maravilhosa mega power blaster extra plus por causa disso. Sou apenas humana. Isso pressupõe lerdesa e necessidade de apanhar na cara mesmo! hehehehehe E lá vamos nós! "Abençoados por Deus e bonitos por natureza, mas que beleza, em fevereiro tem carnaval... Eu posso não ser um band leader, pois é, mas assim mesmo lá em casa todos meus amigos, meus camaradinhas me respeitam, pois é, essa é a razão da simpatia do poder, do algo mais e da alegria".

Pois muito bem. Estamos na metade de julho. E julho é a metade de 2012. O ano está voando, que é o que os anos fazem: eles voam. E nós estamos fazendo o que? Nada. E não é nadando (o que os peixes fazem), é nadando do verbo fazer NADA mesmo, que é o que as pessoas lerdas e tapadas fazem.



Bom. Tudo muito lindo (cof, cof), muito bem (cof, cof, cof), mas é hora de ACORDAR! Acordar pra J.C. - Jesus Cristo da Silva, acordar pra cuspir, acordar pra bater e até para apanhar. A-cor-dar!

Dá tempo de um monte de coisa. Sabe? De correr atrás! O passo número um é assumir o que é que queremos... ou pelo menos o que não queremos? Quais são as coisas das quais não abrimos mão por mera conveniência, mas que sabemos que não nos fazem bem? No que estamos nadando contra a maré e precisamos abrir mão para começar a ser felizes? As vezes insistir naquilo que sabemos que não é para ser nosso é muita perda de tempo... tempo que poderíamos estar descobrindo coisas novas, conhecendo pessoas, NOS conhecendo, NOS curtindo! Ora, se você não se curte, prefere ficar insistindo numa circunstância na qual não está sendo valorizado, está enviando uma mensagem ao Universo de que não vale a pena te curtir, investir em você: nem você mesmo se curte! Prefere ficar perdendo tempo. Sacou? Campanha de combate à auto-sabotagem! Right Now! Right Here! Presta atenção ao leriado, saca só : tão me dando valor? BEM! Não tão? AMÉM! Beijo e não me liga!

É fácil? Não!!!! É flórida! Complicado demais... E a gente escolhe do que gosta? E é fácil deixar o conhecido, o cômodo? Nããããooooo! oh God! Huum... E valer a pena? Vale a pena? Sim. Oh yes!  Como tudo que é difícil.



Não dá pra sair assim, mudar assim... no grito? Beleza. É justo.Vai se preparando. Se imunizando. Pensa nas vantagens da sua nova vida. Nas coisas boas que te esperam... em tudo aquilo que você está abrindo mão hoje e que não vai mais precisar deixar de fazer depois... nas pessoas que não está conhecendo, nas viagens que não está fazendo, no tempo que não está dedicando a você... isso fortalece muito a pessoa. Pense daqui a cinco anos. Três anos. Pense como as perspectivas melhoram quando você toma uma atitude pro seu bem! Pense como elas melhoram mais rápido quando você toma uma atitude mais rápido... porque as mudanças chegam antes! Mudanças boas. Pense que irá malhar e ficar saradones... pense que fará amizades, que sempre existem sensações a serem vividas...  Sim, você está se privando de coisas também. Se privar é válido, desde que você esteja feliz. Não está? Então não vale. Fomos feitos para sermos felizes. FELIZES.

Então vai lá, levanta, sacode a poeira e comece hoje mesmo o resto da sua vida. Depois se você esquecer, se vocês esquecerem ou se eu esquecer e começarmos a fazer asneiras outra vez... no problems: vamos tuuuuuuudo de novo... E tantas vezes quantas forem necessárias para que viver valha a pena. Né não?

A gente merece e a gente há de ser feliz, amado, surpreendido positivamente. Basta tomar essa decisão. Isso não é sorte, é uma decisão.




"Você nunca será feliz se continuar buscando saber em que consiste a felicidade; você nunca viverá se continuar buscando o sentido da vida."
Albert Camus



Nem quero mais ter razão! Mané ter razão! hahahahahaha Quero ser feliz. Até dizem que eu me acho a dona da verdade e eu respondo (rsrsrsrs): "Não tenho culpa se estou sempre certa... não é de propósito" Falta eu dizer que preferia mil vezes estar errada e viver FELIZ FELIZ FELIZ igual pinto no lixo.

Você sabem que Abba é muito meu chapa. O melhor pai que eu poderia ter. E Ele sempre quebra meus galhos e cuida tão bem de mim que até me deixa meio mimada. Não posso reclamar. Tenho uma vida muito privilegiada e estou em muitas coisas num momento muito abençoado. Agora é só extrair desse meu momento todas as alegrias e oportunidades que ele me propicia. Principalmente estudando e cuidando da minha saúde. Mente e espírito. O resto vem muito em consequência. A gente tem que parar com essa mania feia de não se cuidar e, como se não bastasse, detonar o emocional com pensamentos e atitudes que não nos levam pra frente. FALA SÉRIO! Se entre você e a sua felicidade IMEDIATA falta uma atitude SUA, então de quem é a culpa por você não estar feliz? De Fulano que não é! Capisce? Para de ser besta! kkkkkk

Se as coisas (ainda) não são como deveriam, se não são perfeitas... tá tudo bem. Tá tudo bem mesmo. Viu? Tudo bem. Eeeei! Tudo bem. Fica numa boa. Ninguém precisa ser perfeito. Ninguém precisa ganhar um Pulitzer nem um Nobel. Tá tudo beeeem. Estamos aqui. Cada dia é uma nova oportunidade. Não deu hoje? Tem amanhã... tem depois.. tem depois. Um ano é pouco? E 10? E 50? E 80? A melhor hora? É a sua. Tudo a seu momento. SEU momento. Não o MEU, o SEU. Então sinta-se bem. Respire, se reconcilie consigo mesmo. Sinta-se grato. Simplesmente grato. Pelo que? Pelo tempo. Pelo ar. Pelos dias. Pela oportunidade de estar aqui e de fazer com essa "estadia", com a sua vida, o que quiser. E então, considere a ideia de pensar em ser feliz.


Então, é isso! Sinta-se linda ou lindo. Esperta ou esperto. Abençoada ou abençoado. Feliz! Porque você é! Sim! SIIIIIIM! A diferença, muitas vezes, entre vivenciarmos ou não uma sensação é, simplesmente, nos darmos conta. A distância é um mero pensamento. No mais: não "nademos". Andemos, corramos, nos arrastemos, mas chega de nadar. Ser heróis - e lá vem Shakespeare novamente - não é ter um superpoder, é fazer o que é preciso ser feito, enfrentando as consequências. Cresçamos! Sejamos os nossos heróis. Nos salvemos. Esperar pelo outro não vai resolver. Superman, mulher maravilha ou lanterna verde, cada um tem sua vida para cuidar.


Existe um herói em você (por incrível que pareça?). E existe um vilão, que é danado pra conseguir aplicar o golpe dessa tal auto-sabotagem. Ainda bem que dizem que, no final, o bem sempre vence o mal. Se não venceu ainda, é porque não chegou no final.




"A liberdade não existe, mas a busca pela felicidade sim, e é esta busca que nos faz livres."
Carlos Fuentes