quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sorvete de pimenta com chocolate

TEORIA DOS ICEBERGS

Divido as pessoas em grupos...
Os icebergs são pessoas que vivem 90% submersos, tendo a aparência de um bloco comum de gelo... de forma a não afugentar nem provocar a ira e a inveja destes... nós apenas manipulamos estas pessoas.. para ajudá-las ou para conseguir o que precisamos.. claro que sempre podemos usar isso para o mal... é o livre arbítrio e a personalidade de cada um que determina seu comportamento.
Os blocos de gelo são as pessoas comuns... não há muito o que dizer sobre elas.
Os falso-icebergs são blocos de gelo... que se passam por icebergs, ou que conseguem nos detectar algumas vezes, e usam isso em proveito próprio ou em prejuízo alheio... são os pseudo-sábios... na verdade, não são exatamente inteligentes, mas possuem uma inteligência parasitária... têm pavor dos icerbergs conscientes... dos que são realmente inteligentes e podem desmascará-los ou neutralizá-los... Normalmente vivem rodeados de outros blocos de gelo, dentre os quais se sentem superiores e se comprazem.. ou de icerbergs inconscientes... que usam para se auto-projetar à revelia de suas alavancas...
Os falso blocos de gelo são os icerbergs que nunca se descobriram.. os potencialmente dormentes... aqueles que vivem como bloco de gelo há tanto tempo que usam sua inteligência e percepção como forma de auto-sabotagem. São usados por todos.. pelos outros icebergs, pelos blocos de gelo e pelos falso-icerbergs... são os que mais precisam de orientação, entretanto, sofrem bem menos que os primeiros icerbergs... porque em momento algum se dão conta de que tanto de si (90%!) estão submersos e ignorados por todos.. inclusive por eles mesmos....
Há pequenas variações dentro destas 4 categorias principais...
Fica muito interessante ler Maquiavel sob esta perspectiva...ele está sempre ensinando ao Príncipe como se portar, para o caso de ser iceberg... e principalmente para o caso de não ser...

Salmão ao molho de amoras e risotto de limão

Cansei (22.12.1999)*


cansei de representar

cansei de mentir pra você

e cansei de mentir pra mim também

cansei de olhar no espelho e rir

cansei de deitar no chão e chorar

e cansei de rir e chorar só

cansei de calar sempre

cansei de falar demais

e cansei de gritar em silêncio

cansei de sonhar acordado

cansei de ter os pés tão no chão

e cansei também de fazer o que é certo

cansei de errar

cansei de acertar

e cansei de nunca tentar novamente

cansei de cansar

cansar de coisas que nem sequer fiz

cansar de coisas que fiz demais

quer saber?

cansei de não saber mais nada

cansei de achar que sabia tudo

cansei de planejar minha vida

agora, planejo só viver

cansei de sofrer sem ter por quê


*outra poesia que escrevi há quase dez anos atrás...

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Chá de limão?

Escrevi essa poesia em novembro de 1999... Há quase dez anos... Primeira vez que exponho assim aqueles sentimentos da aurora de minha vida.


Medo (24.11.1999)

fuga

fugir de mim

pra longe de mim

estou com medo

medo de me encontrar

de me descobrir

de saber quem sou

imaginar o que penso

pensar o que imagino

mas só de saber

o quão pouco sei de mim

sinto medo

medo porque me desconheço

medo porque tenho medo

medo porque sinto frio

me sinto só

medo porque há tanta coisa

em tão pouco espaço

medo porque me atrapalho

me desespero

medo de ter o meu mundo

dividido entre sentido e razão

medo, pois tanto confundo

minha mente é o centro do mundo

mas quem manda é o meu coração

quinta-feira, 16 de julho de 2009

couvert artístico

Tem tocado no meu carro a semana toda... Oswaldo Montenegro. Essa música eu adoro. Escuto no repeat as vezes! rsrsrsrs

Sempre Não é Todo Dia
Composição: Oswaldo Montenegro / Mongol

Eu hoje acordei tão só
Mais só do que eu merecia
Olhei pro meu espelho e ah....
Gritei o que eu mais queria
Na fresta da minha janela
Raiou, vazou a luz do dia
Entrou sem me pedir licença
Querendo me servir de guia

Na fresta da minha janela
Raiou, vazou a luz do dia
Entrou sem me pedir licença
Querendo me servir de guia

Eu que já sabia tudo
Das rotas da astrologia
Dancei e a cabeça tonta
O meu reinado não previa
Olhei pro meu espelho e ah....
Meu grito não me convencia
Princesa eu sei que sou pra sempre
Mas sempre não é todo dia

Olhei pro meu espelho e ah....
Meu grito não me convencia
Princesa eu sei que sou pra sempre
Mas sempre não é todo dia

Botei o meu nariz a postos
Pro faro e pro que vicia
Senti teu cheiro na semente
Que a manhã me oferecia
Eu hoje acordei tão só
Mais só do que eu merecia
Eu acho que será pra sempre
Mas sempre não é todo dia

Eu hoje acordei tão só
Mais só do que eu merecia
Eu acho que será pra sempre
Mas sempre não é todo dia

fundo musical...

Faça um dia de domingo

Façam tardes as manhãs
Façam artes os artistas
Faça parte da maçã
A condenação prevista
Façam chuvas os Xamãs
Façam danças as coristas
Façam votos que esta corda
Não sabote o equilibrista

Façam Beatles "For No One"
Faça o povo a justiça
Faça amor o tempo todo
Que amor não desperdiça
Faça votos pra alegria
Faça com que todo dia
Seja um dia de domingo

Façam tardes as manhãs
Façam artes os artistas
Faça parte da maçã
A condenação prevista

Façam Beatles "For No One"
Faça o povo a justiça
Faça amor o tempo todo
Que amor não desperdiça
Faça votos pra alegria
Faça com que todo dia
Seja um dia de domingo

Oswaldo Montenegro

(composição indisponível)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Um copo de leite quente com açúcar mascavo...

A hora íntima

"Quem pagará o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?
Quem, dentre amigos, tão amigo
Para estar no caixão comigo?
Quem, em meio ao funeral
Dirá de mim: – Nunca fez mal...
Quem, bêbedo, chorará em voz alta
De não me ter trazido nada?
Quem virá despetalar pétalas
No meu túmulo de poeta?
Quem jogará timidamente
Na terra um grão de semente?
Quem elevará o olhar covarde
Até a estrela da tarde?
Quem me dirá palavras mágicas
Capazes de empalidecer o mármore?
Quem, oculta em véus escuros
Se crucificará nos muros?
Quem, macerada de desgosto
Sorrirá: – Rei morto, rei posto...
Quantas, debruçadas sobre o báratro
Sentirão as dores do parto?
Qual a que, branca de receio
Tocará o botão do seio?
Quem, louca, se jogará de bruços
A soluçar tantos soluços
Que há de despertar receios?
Quantos, os maxilares contraídos
O sangue a pulsar nas cicatrizes
Dirão: – Foi um doido amigo...
Quem, criança, olhando a terra
Ao ver movimentar-se um verme
Observará um ar de critério?
Quem, em circunstância oficial
Há de propor meu pedestal?
Quais os que, vindos da montanha
Terão circunspecção tamanha
Que eu hei de rir branco de cal?
Qual a que, o rosto sulcado de vento
Lançará um punhado de sal
Na minha cova de cimento?
Quem cantará canções de amigo
No dia do meu funeral?
Qual a que não estará presente
Por motivo circunstancial?
Quem cravará no seio duro
Uma lâmina enferrujada?
Quem, em seu verbo inconsútil
Há de orar: – Deus o tenha em sua guarda.
Qual o amigo que a sós consigo
Pensará: – Não há de ser nada...
Quem será a estranha figura
A um tronco de árvore encostada
Com um olhar frio e um ar de dúvida?
Quem se abraçará comigo
Que terá de ser arrancada?

Quem vai pagar o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?"

Vinícius de Moraes

Rio de Janeiro, 1950

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Feijoada à moda.

Educação.

A resposta. A raíz.
Resposta e raíz de grande parte dos problemas brasileiros.
O Ministério da Saúde adverte: a ausência de educação pode causar distúrbios psicológicos variados, inclusive distúrbios alimentares, estafa, depressão, baixa estima, além de responder indiretamente por problemas cardíacos (o cara infartou!), além de estimular o suicídio, homicídio e aborto...
A economia alerta: ignorância leva ao desemprego, à falência, à escassez de mão de obra qualificada, ao baixo poder aquisitivo e fraco padrão produtivo... entre outros males.
Os políticos, estes agradecem (a maioria...): falta de educação leva à inexistência de consciência que conduz ao voto inconsequente, comprável, equivocado, estúpido mesmo. Além disso, a ausência de educação não alimenta a concorrência política, o que fortalece ainda mais as oligarquias. Finalmente, os políticos ficam muito gratos pela ausência de fiscalização, cobrança e provocação administrativa e jurídica por parte do povo, impossíveis de pôr em prática exatamente pela falta de conhecimento - educação - a este respeito!
A Constituição da República (aquela lei suprema e hierarquicamente irrefutável, erigida sobre princípios e garantias fundamentais, que asseguram a soberania do país, a dignidade da pessoa humana, a promoção do desenvolvimento e o extermínio da desigualdade social, sabe?) dispõe explicitamente que o Estado, juntamente com a família, é responsável pela formação da personalidade do indivíduo enquanto cidadão.
Como explicar então que o Estado "crie", tenha sua quota de responsabilidade pela parcela marginalizada da população, e depois a puna/penalize por não atender às suas expectativas?
Francamente, considero o Estado aqui tão responsável pela formação da minha personalidade quanto o Himalaia!
Quem sabe quantas pessoas geniais não teríamos no Brasil, produzindo, ajudando, criando e crescendo no cenário até global se suas aptidões natas tivesses sido devidamente estimuladas?
Nossa educação básica, regular é deficitária, mas a educação suplementar ou complementar, para os alunos abaixo ou acima da média, com aptidões ou necessidades especiais, esta é inexistente.
Não basta pôr estudantes com Síndrome de Down na sala de aula, é preciso complementar esta grade curricular atendendo, com atividades motoras, fonaudiologia, psicologia, etc, as necessidades de cada um especificamente.
E quanto aos alunos com maior absorsão do aprendizado? Não é sinônimo de gênio., ok? Muitos podem ter aptidões especiais, passíveis de largo desenvolvimento sem genialidade. É o caso do músico, atleta, matemático, linguista, escritor nato.. natural.
E se estes talentos fossem estimulados e desenvolvidos desde a mais tenra infância do saber? Se pudéssemos identificar em nossos filhos, alunos, amigos, netos, afilhados, vizinhos estas características e, a partir disso, ajudá-los a alçar vôo... E se pudéssemos realmente fazer isso e nos omitíssemos? Seria reprovável?
E aí que está o problema: nós podemos.
Somos omissos também porque não fomos educados a sermos de outro modo. Somos acomodados porque fomos treinados para isso. Mas somos livres. Podemos e devemos mudar. Não serei eu, aos vinte e cinco anos de idade "ainda", jovem, que me beneficiarei.
Talvez meus filhos, talvez meus netos... Talvez ninguém da minha família, mas o médico brilhante que irá salvar um ente querido do câncer ou o atleta formidável que aumentará a estima do meu país com medalhas olímpicas de ouro.
Por que buscar as razões da probreza, da miséria, e não da riqueza, do êxito?
É chegado o momento de ajudar aos desfavorecidos melhorando o país em que vivem. Não basta dar esmolas, é preciso dar perspectivas!
"O que faz dos ricos, ricos?" Dos bons, bons? Dos bem sucedidos, bem sucedidos?
Pois vamos fazê-lo! Vamos agir em benefício de todo o povo, do Brasil...
É uma idéia vanguardista? Sim e não.
Sim, porque está ausente no presente. Não, porque é aquém do impossível. Não é inacessível.
É difícil.
Por ser difícil, maior o é mérito.
Qualquer um é capaz de apoiar uma mudança fácil e colocá-la em prática. Fazer o que é difícil custa... mas compensa.
Minha omissão é sua derrota.
Sua omissão é a minha derrota.
Educar a Educação.
Por que não?

Um espresso ristretto...

"Somos obrigados, para suportar a realidade, a manter algumas de nossas pequenas excentricidades" (Marcel Proust)

Sobremesa fora de hora...

Oi quem quer minha tristeza?
Oi quem quer minha aflição?
Se quiser vendo barato.
Fiado não vendo não.
Também tenho uma saudade.
Saudade de um bem querer.
Todos dois dou até dado.
Só não quero mais sofrer...

(Vina de Moraes)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

continua à parte...

Arrematando e concluindo o assunto da privacidade de pessoas públicas (Blog Olhar Direito):

É verdade... Não se trata de questionar um direito.. mas de analisar sobre o merecimento e a fruição desse direito. Todos temos direito à vida, saúde, dignidade, liberdade de expressão, propriedade privada... mas gozar ou não desses direitos é outra história... Algumas vezes os renunciamos em exercício do livre arbítrio, outras vezes, eles nos são subtraídos à revelia do que queremos...
No caso da intimidade, privacidade... por serem direitos muito pessoais - e isto não se discute: são direitos de todos, universais - é preciso indagar o quanto de culpa cabe à sociedade, pelo interesse demonstrado, e o quanto de culpa cabe ao indivíduo. Volto à conclusão anterior: é a imposição do caráter que garante a inviolabilidade da privacidade e da intimidade.

ainda fora do Menu...

Complementação do comentário anterior quanto à questão do direito à privacidade da figura pública para o blog "Olhar Direito"

Privacidade é uma coisa. Comportamento é outra coisa. Certo. Mas o seu comportamento como figura pública pode comprometer sua privacidade. Uma figura pública tem duas facetas, como dito antes... Lhe cabe preservar ambas, resguardando sua integridade de indivíduo e sua imagem pública separadamente. O que acontece, entretanto, é o próprio sujeito expor sua vida como subterfúrgio para permanecer sob os holofotes. O que é ridículo. A figura pública só tem obrigação de deixar transparecer, divulgar os acontecimento correlatos aos motivo de seu papel enquanto homem público. Seja fomentando sua atividade empresarial, divulgando suas ações políticas, participando ao povo os eventos da realeza quando de seu interesse, respaldando causas justas e sociais... Até um certo limite, é possível dosar o nível de exposição através da imposição não da força, mas do caráter.

... por fora do Menu

Devem as pessoas publicas ter direito à privacidade?
(em resposta à pergunta postada em http://olhardireito.blogspot.com/2009/07/tema-do-dia-vii.html)

A figura pública abre mão de sua privacidade ao assumir tal status. O indivíduo merece privacidade na medida em que não se trata de questão afeta aos aspectos de sua imagem, vida públicas. O problema é a sutileza do liame entre as duas circunstâncias e principalmente, a falta de educação de muitas pessoas públicas que expõem propositadamente seu universo particular, abrindo precedentes para que seja exposta a privacidade de sujeitos outros, por iniciativa da mídia, à revelia de suas vontades... No afã de se manter na mídia, algumas pessoas vulgarizam o direito à privacidade de forma geral.
Também é interessante frisar que toda pessoa famosa é figura pública, mas nem toda figura pública é pessoa famosa. Há aqueles que são públicos por estirpe (realeza), profissão (políticos) ou situação econômica (empresários milionários, bilionários...). A fama aocntece quando a pessoa se divulga, a publicidade quando ela se expõe ou é exposta por circunstâncias que podem - ou não - ser alheias à sua vontade.

Petisco.

Início de semana, de semestre...
Se criou um tabu a respeito dos "inícios", mas ao contrário do que pode parecer, começar não é nada complicado, nem um pouco difícil... o que realmente exige uma bocado de determinação e fibra é concluir.
Recentemente houve a explosão do "movimento Fora Sarney"... eu mesma cheguei a seguir o "forasarney" no Twitter! rsrsrsrs Acontece que agora já não follow mais... Não agüento ver tanta ladainha, tantas postagens, e nenhum resultado prático, nenhuma colocação inteligente, virou gozação e ando paciêncialess para isso agora.
Não que Sarney seja "a mosca no cocô do cavalo do bandido"... e não que ele não seja! O que acontece é que virou, mais uma vez no Brasil, bode espiatório e símbolo do "agora chega!"....
Só que "agora não chegou...". Mais um protegé de Lula - juntamente aos fofos Hugo Chaves e Ahmadinejad - José Sarney é um ícone.
Representante de uma oligarquia política que já consagrou herdeiros, Sarney é um convite ao enfretamento da realidade democrática no país.
George Bernard Shaw escreveu que "A democracia é um sistema que garante que não seremos governados melhor do que merecemos".
Assim seja! Nós elegemos, nós arcamos com o ônus. É preciso uma reforma educacional, uma educação eleitoral do povo, especialmente nas massas, facilmente entretidas com a velha e boa técnica do pão e circo.
Tinha mencionado no Twitter anteriormente: sempre há uma oportunidade de começar algo novo. Uma limpeza efetiva no Poder Legislativo Nacional, partindo de uma pseudo-moralização, remoção daqueles parlamentares que realmente ofendem a inteligência do homem médio roubando sem ao menor utilizar de bom senso. Shameless.
Por que não?
Bom senso para roubar, claro! Não deixa de ser um início de melhora! Mas locupletar-se de maneira absurda do dinheiro público e abusar das prerrogativas do cargo, recebendo imunidade legal ao fazê-lo é pilhéria!
Ninguém está defendendo que todos aqueles que já erraram sejam removidos. Isso não seria limpeza, mas evacuação no Congresso Nacional!
Apenas é pertinente sugerir que os menos aptos a fazê-lo ("roubar com discrição ") sejam removidos, e quem sabe? Encontrem sua vocação no ramo privado! Basta não bater de frente com os advogados, comandos de favela e donos de postos de gasolina, que já são segmentos devidamente estabelecidos e sem acesso à livre concorrência! rsrsrsrs (Eu sou advogada, gente... é um orgulho!)
Francamente, me considero uma pessoa anti-Lula... Até admito a contragosto um ou outro mérito de seu governo, mas não sem frisar que tais conquistas, em grande parte, devem-se à herança cardosista de FHC. Além do mais, sem entrar no mérito da competência executiva, é um contrassenso gigante o cara ser tão inteligente para se alçar de metalúrgico analfabeto à presidente da república, e tão estúpido que NUNCA saiba de nada de errado que se passa bem embaixo de seu nariz! O cara é um gênio ou uma porta?
Além do mais, qual o brasileiro nunca teve vontade de virar avestruz e enfiar a cabeça num buraco no chão aos ouvir as famosas pérolas do presidente? Ele é o cara? Bom, chegou lá, não foi? Fenômeno de popularidade com as massas, já sobreviveu a cuecas e mensalões, dirceus e agora sarneys... No mínimo, é o cara de pau.
Bernard Shaw sabia do que falava...
Não foi tão difícil dar início ao movimento fora Sarney quanto seria dar-lhe um desfecho apropriado. Não é difícil começar uma dieta, se matricular num curso, ler o primeiro capítulo de um livro, fazer a primeira aula na academia. Não é difícil começar uma limpeza doméstica, dar o passo inicial numa caminhada, se aproximar para discutir com alguém, comprar um instrumento musical...
Concluir. Continuar até chegar ao final. Isso é complicado...
Até na vida... o início é indolor para nós. Não tenho a mínima recordação do que sofri para nascer, das quedas que levei aprendendo a andar nem da minha frustração ao tentar, sem sucesso, articular as primeiras palavras...
Mas me apavora pensar - não necessariamente por mim, por meus pais também- no flagelo da velhice... Tenho certeza de que não será fácil ser dependente de alguém depois de idosa, perder os sentidos da visão, audição, tato... perder o equilíbrio, a autonomia, a força e, quem sabe... a fé.
Não existe teste maior à humildade do que a velhice, não existe nada mais duro do que terminar a vida. Nascimento e morte. Começo e fim. O que é mais fácil assimilar?
Noutro pórtico. Nada é tão absoluto que não possa ser relativizado. No espiritualismo, diz-se que choramos ao nascer, não ao morrer, porque a vida é eterna e o desencarne o retorno ao verdadeiro mundo, ao lar espiritual.
Lao Tse disse:
"aquilo que a lagarta chama o fim do mundo, o resto do mundo chama de borboleta".
O final de uma era, o fim de um ciclo, é o início de algo novo.
Quando uma crise termina, inaugura-se uma perspectiva diferente.
A tempestade ao findar, implica na bonança...
Mesmo quando não somos capazes de levar a cabo uma iniciativa, há, finalmente, um quê de lição, um aprendizado qualquer que segue a experiência.
Lastimavelmente, nem todos estão igualmente aptos a se beneficiar de tais lições, mas, está na Bíblia (eu acho!), que é melhor ajudar um único cego a enxergar, do que insisitir com uma multidão que se apraz na escuridão.
Vinícius de Moraes (amo! fã incondicional) diz em Para Uma Menina Com Uma Flor:
"...eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei..."
Até mesmo no Amor... o mais doce, mais gratificante, é o recomeço após os fins que o antecederam... O amor mais maduro é resultado do aprendizado adquirido com os amores fracassados... O fim conduz ao início, e não o contrário.
Nada é absoluto.
Que tenha início esta semana, este dia, este semestre... After all, in fine, consola saber que alguns desfechos são inevitáveis.
"Eles podem cortar todas as flores, mas nunca deterão a primavera". (Pablo Neruda)

domingo, 5 de julho de 2009

Aperitivo.

"Quanto mais nos elevamos, mais insignificantes parecemos para aqueles que não conseguem voar."

A despeito dos muitos antipatizantes, Friedrich Wilhelm Nietzsche tem seus méritos!
Eu, particularmente, sou fã de muitos de seus pensamentos e colocações.
No futuro, pretendo falar de alguns em especial...
Voltando ao presente, uma vez, no Rio de Janeiro, inventei de voar de asa delta.
Experiência formidável.
Mamãe me acompanhou. Segundo ela, "melhor saber em primeira mão se sua filha morre"! kkkkkk
Ela fotografou, e eu também contratei o pacote de fotos do instrutor.
Resultado: nas fotos dela, tiradas da Praia do Pepino...
eu era apenas um pontinho no céu.
Já nas fotos tiradas com a câmera presa à estutura da própria asa delta eu era uma mocinha sorridente, no meio do azul celeste, com os braços abertos e maior que o mundo inteiro abaixo das nuvens...
Embora esta expressão alcance um significado bem literal neste contexto... o sentido mais importante e mais profundo para mim é metafórico.
Somente aqueles cuja mente é capaz de alçar vôo podem entender a grandiosidade dos pensamentos de outras mentes afins.
Ao medíocre não é dado entender o profundo significado das divagações de um pensador, lhe falta a liberdade de voar, de se desprender das limitações e reconhecer novos horizontes.
Não é preciso tirar os pés do chão para pôr a cabeça nas nuvens.
Definitivamente.
Só é preciso libertar a mente!
Imaginem como seria pequeno o baobá do pequeno príncipe visto aqui da Terra.
Ou quão pequena é a vida, vista da eternidade...
E que minúsculo o conhecimento humano, diante de seu potencial imensurável!
E no entanto, sabemos que o baobá é uma árvore imensa;
consideramos a vida como toda nossa existência,
e nos gabamos frenquentemente de nossa espetacular sabedoria.
De minha parte, espero francamente me aventurar nas maiores alturas possíveis.
E faço questão de não ser vista por quem não consegue "encher a cabeça de vento"...
(ao menos uma vez ou outra!)
;)
Let's fly away, let's fly... let's fly away...