terça-feira, 30 de novembro de 2010

Ame como o amor ama... por Fernando Pessoa.


"Amo como o amor ama.
Não sei razão pra amar-te mais que amar-te.
Que queres que te diga mais que te amo,
Se o que quero dizer-te é que te amo?

Quando te falo, dói-me que respondas
Ao que te digo e não ao meu amor.

Ah! não perguntes nada; antes me fala
De tal maneira, que, se eu fora surda,
Te ouvisse todo com o coração.

Se te vejo não sei quem sou: eu amo.
Se me faltas [...]
... Mas tu fazes, amor, por me faltares
Mesmo estando comigo, pois perguntas -
Quando é amar que deves. Se não amas,
Mostra-te indiferente, ou não me queiras,
Mas tu és como ninguém foi,
Pois procuras o amor pra não amar,
E, se me buscas, é como se eu só fosse
Alguém pra te falar de quem tu amas.

Quando te vi amei-te já muito antes.
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver para o mundo.
Não há cousa feliz ou hora alegre
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que o não fosse porque te previa,
Porque dormia nela tu fufuro.

E eu soube-o só depois, quando te vi,
E tive pra mim nelhor sentido,
E o meu passado foi como uma ´strada
Iluminada pela frente, quando
O carro com lanternas vira a curva
Do caminho e já a noite é toda humana.

Quando eu era pequena, sinto que eu
Amava-te já longe, mas de longe

Amor, diz qualquer cousa que eu te sinta!
- Compreendo-te tanto que não sinto,
Oh coração exterior ao meu!
Fatalidade, filha do destino
E das leis que há no fundo deste mundo!

Que és tu de mim que eu compreenda ao ponto
De o sentir...?"


Fernando Pessoa
(XXI - Da falência do prazer e do Amor)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

RECOMEÇO


" Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe."
(Oscar Wilde)



Eu devia realmente escrever sobre o que está acontecendo no Rio de Janeiro... Até disse duas frases sobre o assunto no facebook... Mas se comecei o post dizendo que "devia"... é porque não vou né?

Outro dia comecei toda empolgada a escrever sobre a resgate dos mineiros chilenos. Parei e até hoje não terminei. Acho que foi o único post que não voltei pra "resgatar" e concluir. Na verdade não era exatameeeente sobre o resgate DELES... Eu estava lendo uma reportagem sobre a "ex" mulher de um mineiro lá que teve a vida exposta durante a tragédia, quando descobriu - junto com o mundo - que o marido tinha outra, e que chamava por ela lá de dentro do buraco - a outra - e inclusive pediu a presença das duas (ahnnã!) quando fosse retirado da mina (é mole?)... e isso, pra variar, me fez refletir sobre como uma mesma situação afeta de maneiras infinitamente diferente as pessas envolvidas (aaah! a esposa traída não foi e ele ainda achou ruim!)! E as vezes o que é a dor física comparada com a dor emocional? Acho que ainda volto lá... nesse post começado/inacabado... nessa idéia e nesse pensamento desabrochado... mas hoje não!

Eu podia até escrever sobre quem matou Saulo da novela das 20h na Globo... Mas não sei se já descobriram! Não acompanho... Ouvi dizer que ele era gay! É verdade? hahahahaha Não, não... não se preocupem! Não vou escrever sobre Saulo! Defitivamente!

O tema de hoje é RECOMEÇO.

Hoje, no dia 29 de novembro de 2010 estou recomeçando.
Abraham Lincoln disse que "o melhor sobre o futuro é que só chega um dia de cada vez".  Esta é uma lição, como eu disse pra vocês em outras oportunidades, que demorei um pouco para aprender. Na verdade, foi uma das muuuitas lições que só absorvi depois que cheguei em Brasília. Até então, o futuro era um cronograma muito bem delimitado, onde tudo tinha o lugar, a hora e o porquê de acontecer exatamente conforme meu planejamento... Senão eu enlouquecia! Era insônia, ansiedade, fome, falta de apetite, refluxo, mal humor, depressão, desespero!

Sabe que agora lembro desse tempo como algo tããão distante que é curioso?! Como pode, né? Eu sempre falo que vivemos a vida e não os planos que fazemos para ela.. e também que os planos de Deus são melhores que os nossos, não é? Pois vi uma frase de Wood Allen muito boa! Só que tem dupla interpretação... como EU só penso o melhor do Meu Pai do Céu, que sempre, SEEEMPRE faz o melhor por mim... interpreto como aquele sorriso carinhoso... que a gente dá quando vê uma criancinha tentando aprender a andar ou falar... a gente acha graça que ela esteja tentando de um jeito tão desengonçado.. mas jamais caçoaríamos dela! Então! Wood Allen diz: "Quer ver Deus rir? Então conte seus planos a Ele..." hahahahahahaha Tipo isso... Acho que ele ri como quem diz... "Eeeesse meu filho... não tem jeito!"

Mas lá vou euuuu... fugindo do assunto! Menina avoada!
É que eu tenho esses meus "timings". Andei enfiando não um... mas os dois pés na jaca! E foi bom! Sabe? Outro dia eu estava com minha mãe e meu padrasto num parque chamado Hot Park .. "Hot num sei que lá" perto de Caldas Novas e tem uma praia artificial lá. Aí tinha uma menininha sentada na areia com umas bonecas... um baldinho, aquelas forminhas coloridas de conchinhas, estrelas... pázinha! E ela lá.. com aquele biquine pink com amarelo com areia por TUDO QUANTO É CANTO... enchendo um copo de areia.. com água... aí comia a batata frita do pai e da avó... sentava... colocava a boneca de cabeça pra baixo dentro do copo com areia e água... E eu lá olhando toda pensativa. Minha mãe neeeeem reparou. Lá pras tantas eu falei toda séria: "Ô mãe, vem cá... deixa eu perguntar uma coisa..." E ela: "Diz, Duda..." (com aquela cara de láááá veeeem as perguntas únicas da minha filha, mas eu acho que ela gosta, porque tava se segurando pr não rir!) "Mãe... quando eu era pequena que nem aquela menininha ali... Tá vendo? Eu ficava sentada na areia desse jeito? E brincava assim? Porque eu acho que eu lembro que brincava... e ficava com a bunda cheia de areia e com a mão à milanesa, e passava no nariz e depois comia batata frita deessseeeee jeito, igual essa menina?" E fiquei super séria. Pronta pra qualquer resposta! Eu sobrevivi, afinal! E ela respondeu, dando de ombros, como se até esperasse outra pergunta! "Claro, Duda! Era igualzinha." Aí eu fiquei calada com aquela cara de "Ahhh tá... eu já sabia"... e soltei... "Credo... mas deve ter areia no meu útero até hoje!" E ela nem riu! Mamãe não acha minhas piadas engraçadas... Mas eu estava até falando sério! Eu tenho horror a areia no meio dos meus dedos dos pés! Imagina em mim INTEIRINHA! hehehehehe

Bom, isso tudo é pra dizer que tem momentos que estamos no clima de ficar à milanesa dos pés à cabeça (literalmente.. por mais que areia no cabelo seja esquisito) e tem horas em que estamos com vontade de tomar banho de jaca! Passado o momento... time to move on.

Acho que conheço bastante gente em Brasília, considerando o pouco tempo que moro aqui e, neste período, considerando especificamente o pouquíssimo tempo que passei saindo pra rua, balada, night! A fama de que é difícil fazer amizade nessa cidade definitivamente não se aplica a mim e não consigo evitar abrir um sorriso sempre que me perguntam o que acho dessa história... Pelo contrário... Normalmente tenho mais dificuldade em dar atenção a todo mundo que conheço e acabo sempre negligenciando alguém! Aaaai! Sou meio desnaturada, mas não é de propósito! É muito sem querer... faz parte do meu jeito desligado de ser. Gosto mesmo à distância, me preocupo... só que não sou muuuuuito de ligar, de procurar... só espero que todos saibam que podem contar comigo.

Depois de uns quatro meses de intensivão na rua bombando na balada... click! Meu "fuso" mudou! É algo que acontece comigo. É como se eu fosse um relógio mesmo e de repente bateram as badaladas todas e o ponteiro deslocou para outro momento. Me acalmei. Me pacifiquei. Me centrei em mim.

Me deu saudade de outras coisas... vontade de outras coisas... E uma "eu" que estava adormecida acordou para que a "eu" que estava acordada possa descansar também. Não é que "nós" não interajamos (eu1 e eu2). Só que sempre há o predomínio de uma e, sendo bem franca... a minha "eu" predominante é esta que está sentada agora escrevendo e respirando calmamente com um sorrisinho no canto dos lábios! Hey! I´m back! :)

Com calma e confiança, deixo para trás o vício na euforia e a busca pelo incerto. Agora tenho um foco e sei o que quero. Hoje, neste momento, tenho mais certezas do que dúvidas.

Victor Hugo disse que "O futuro tem muitos nomes. Para os incapazes o inalcansável, para os medrosos o desconhecido, mas para os valentes a oportunidade". O meu futuro se chama oportunidade.

Hoje é, mais uma vez, o primeiro dia do resto da minha vida e cada vez que acordar, a partir de hoje, uma oportunidade de recomeçar e fazer tudo certo. E eu IREI fazer tudo certo! Não foi Chico Xavier que disse que não podemos mudar o que passou, mas podemos começar de novo e fazer um novo fim? Pois nós podemos começar de novo a todo instante! Se hoje foi um dia médio, amanhã pode ser bom, ótimo... se hoje foi ótimo.. amanhã será excelente.... se hoje foi excelente... amanhã será fantástico, inacreditável! Nada é mais motivador do que o começo: começo de namoro, de casamento, de emprego, de amizade, de férias, de viagem! Começar dá fôlego! Pois comece todos os dias!

Tem tanta coisa que quero fazer! Que quero viver! Quero andar de balão, fazer um mestrado, ter filhos, escrever um livro, plantar um jardim, saltar de para-quedas, conhecer Veneza, ir à Machu Pichu, mergulhar com cilindro, ser uma profissional bem sucedida, ser feliz no amor, ir a um show de Michael Bublè, casar em Vegas, conhecer o templo da LBV (aqui em Brasília e eu nunca fui!), ficar velhinha ao lado da minha família, perder meu abuuuuso de lavar louça (DETESTO!)....

Recomeço hoje.

Recomeço porque me sinto em paz comigo depois de muito tempo em aflição e insatisfação. Porque estou incomensuravelmente grata a Deus (eu e Ele sabemos porquê). E também pela saúde, pela família, pelos amigos aqui em Brasília que me acolheram com tanto carinho... pelos que estão espalhados pelo mundo afora. Recomeço porque tenho fé! Fé em mim, nas pessoas, no bem e no Amor. Recomeço porque não tenho medo de tentar, de seguir... de continuar.... E porque venho sendo recompensada por isso com dádivas cada vez mais lindas! Porque não guardo mágoas no meu coração. Tudo me aproxima do bem, do amor e da paz.

Sofro. Sofro sim.... as vezes sofro pra caramba! Mas saio muito mais fortalecida e nunca mais amarga, sempre mais tolerante. Por que? Não sei. Por que não?

E não é que o Universo conspira? E não é que Ele atrai mesmo aquilo que desejamos de verdade? Aquilo que buscamos e que esperamos fidedignamente receber Dele? Se você ainda duvida... então é porque ainda não está na hora... mas se está lendo este texto até aqui... é porque está disposto a começar em algum momento. Cedo ou tarde. E quando a gente começa nem desconfia que cada dia é um recomeço.

Não existe fim... todo dia é uma bela e nova oportunidade. Peça, e o céu se abrirá! Simples assim. Parece loucura ou fanatismo ou fábula!? Sei lá! Eu seeeeei! hahahahahahaha Mas se chama lei da atração. Fé. Magnetismo. Energia. Sinergia. Equilíbrio vibratório. Se chama a lei do amor.

Adoro a passagem (não sei se é da bíblia ou só do evangelho) que diz mais ou menos assim: "Qual o pai que tendo o seu filho lhe pedido um pedaço de pão, e tendo ele esse pedaço de pão, dará ao filho uma pedra? E se nós homens, com toda nossa imperfeção não somos pais maus ou egoístas e nem teríamos coragem de negar um pedaço de pão aos nossos filhos, como poderia Deus, do alto de sua Magnitude fazê-lo?" Pois é. Como poderia, não é?

Eu digo às pessoas próximas de mim uma coisa na qual acredito com todo o meu coração. Respeito todos os livros sagrados e escrituras e acho que são fundamentais. Mas creio que os mandamentos-bíblia-corão-testamento-evangelho-seja-lá-que-livro-religioso-você-seguir estão escritos dentro de nossas consciências. Temos o discernimento do que é certo e errado, justo e injusto, verdadeiro e falso. Quando ouvimos ou vemos algo, aquilo imediatamente é filtrado em nossa consciência e, quer acreditemos, quer não, intuitivamente temos a resposta. Só que por estarmos cansados, irados, ou até momentaneamente cegos, nem sempre queremos encarar ou aceitar o que intuimos.

Quando falo a vocês certas coisas aqui no blog, falo com todo o meu coração, procurando ser o mais fiel possível à minha consciência. Se os deixar confusos ou chateados, por favor, antes de qualquer coisa, parem, respirem, e consultem as suas próprias consciências. Não se contentem em recorrer aos conceitos pré-formados, às verdades pré-estabelecidas... Uma mentira contada muitas vezes também se torna "uma verdade". E, além disso, sempre estou à disposição, através dos comentários ou do meu e-mail, para conversar ou sopesar novas idéias e sugestões.

Já disse que tenho o "simancol" de saber que este blog aqui não é só meu. Sei que posso falhar ao tentar me expressar (já que "nem sempre os próprios pensamentos são passíveis, com sucesso, de serem traduzidos em palavras) e aceitarei as sugestões e as críticas de todos para reformular e até para repensar o que foi dito. Se todo dia é um recomeço, também é uma oportunidade de fazer emendas.


"Eis um teste para você saber se a sua missão na Terra terminou: se você está vivo, ainda não terminou."
(Richard Bach)



domingo, 28 de novembro de 2010

O que houve com a pedra de Drummond?


No  meio da pedra

No meio da pedra tinha um caminho
tinha um caminho no meio da pedra  
tinha um caminho.
no meio da pedra tinha um caminho.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio da pedra
tinha um caminho
tinha um caminho no meio da pedra
no meio da pedra tinha um caminho 
.

No meio do caminho
Carlos Drummond de Andrade

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

A alma livre!


Então é assim que se sente uma alma livre!!!

Charles Bukowski disse: "a alma livre é rara, mas podes reconhecê-la quando a vês - basicamente porque te sentes bem, muito bem, quando estás perto dela ou com dela."

Acho que reconheço isso em mim e também reconheço que os outros "reconhecem isso em mim", principalmente ultimamente.

Que alívio traz a liberdade da alma... o assumir-se, o expor-se, se for preciso, se for útil!!! Que delícia! A liberdade de você ser quem é e pronto!

Como posso me sentir mal por estar assim?

Ser quem eu sou me deixa confortável comigo mesma.

Sabe o que descobri? Eu achava que as pessoas ficavam constrangidas de fugir ao padrão social "pré-estabelecido"e serem autênticas... mas que coisa interessante! Não me canso de me surpreender com o bicho homem! Descobri que muita gente, especialmente as pessoas mais inteligentes e orgulhosas/vaidosas, se sentem bem mais incomodadas em aceitar que simplesmente gostam e preferem seguir os padrões sociais.
Essas pessoas ficam por aí esbravejando que são autênticas e que não precisam provar nada pra ninguém. E que, por isso, não vão dar satisfações à sociedade e  não vão seguir esta ou aquela regra...  Quando o que elas realmente queriam era exatamente seguir a tal regra!
Que criatura estranha o homem! Olha só isso, gente! Nunca satisfeitos meeesmo, né? Uns se matando porque tudo que queriam era poder fugir ao pré-estabelecido... só que não conseguem. Outros se roendo porque adorariam seguir o pré-estabelecido... só que não admitem! Go figure!

Que dificuldade que o ser humano tem de distinguir auto-preservarção com negação e não-enfrentamento... comodidade! Que coisa fantástica o quanto que confunde exposição com transparência! Tudo tão (in)conveniente... tão (des)complicado! 

Calma! Deixa eu colocar todo mundo em perspectiva aqui!

Bom. Embora o que eu estou passando na minha vida seja tecnicamente conturbado, já tenho um vislumbre de como será meu amanhã. Graças ao meu bom Abba, que como sempre, muito meu chapa, está sempre cuidando de mim com um zêlo e um carinho que, definitivamente só podem ter explicação no AMOR... porque merecimento pra tanto, Deus, sei que não tenho.

Apesar de que, pela very first time não sigo nenhum "planejamento preparatório/antecipatório" (vivo literalmente um dia de cada vez), acordei? ótimo... abro o olho... respirando? beleza!, levanto, resolvo o que posso, espero ter o discernimento daquilo que não posso resolver... no fim do dia vou dormir...espero ter feito todo o bem que podia e evitado todo o mal ao meu alance... mas, honestamente, estou longe ao menos desta primeira meta. Infelizmente, e por inércia minha, assim como a grande maioria de vocês.

Apesar disso estou bem como nunca estive e acho que estou atraindo coisas boas... Estou conseguindo alcançar aquilo que desejo, senão na velocidade que espero, provavelmente na velocidade com que posso administrar tudo de maneira menos caótica! :) Sei que andei plantando sementes ao longo da vida... algumas cairam em terreno fértil e, como diz a Bíblia (!)... a semeadura é facultativa... mas a colheira é obrigatória! Viva!

E no processo, agrego pessoas ao meu redor e sinto que as faço bem e que sou querida por aquelas com as quais me importo, me envolvo!

Percebo que o que sentimos é genuíno e mútuo... e que, de algum modo, nunca antes experimentado por qualquer das partes, cada experiência é trasnformadora. Parece que Abba sai colocando no meu caminho peças "chaves" para que eu possa abrir as "portas" certas.

Sinto que posso experimentar o melhor de cada um, e que também eles sentem isso... que seu melhor pode vir à tona... e as vezes eu consigo ajudá-los a identificar isso! Vivenciar isso... e até orgulhar-se ou refletir sobre isso, o que é extremamente gratificante! Quase mágico. É uma coisa de almas... eu sinto assim. Como se conseguisse me comunicar não apenas com a parte pensante de cada pessoa qual esbarro nesse "mundão"... sinto que, de alguma forma, falo às suas almas! :)

Consigo dar o melhor que tenho em mim dentro das necessidades específicas de cada pessoa ao meu redor. Não sei explicar de que forma. É intuitivo... simplesmente sei o quê ou como estimular...  O que precisam ouvir, ou onde afagar, ou pressionar, ou ser dura. E também quando partir. Naturalmente nos envolvemos, como em um projeto comum que irá cominar em um resultado de realização mútua. Não existe, de fato, um beneficiário, apenas benefícios.

Não me canso de me surpreender com um depoimento ou um sorriso.
Sempre me encanta saber como um gesto, uma palavra ou um post podem despertar, estimular, encorajar, confortar, importar! E por estarmos compartilhando disso, inexplicavelmente, entramos numa comunhão, numa sinergia que é inefável!

Meus pais ficam super preocupados com minha "alienação".

Embora seja sempre tão obstinada! Foi uma criança tão programadinha... Agora vive assim... "um dia de cada vez", "no mundo da lua! Com essa conversa de que vai ficar tudo bem! hahahahahaha

Tem hora que fico esperando me pedirem um exame toxicológico!

Fico super triste quando me dizem que não tenho aprendido nada ultimamente e que estou perdendo meu tempo.

Não posso contra-argumentar porque o que eles querem é segurança, estabilidade! E não amadurecimento, crescimento, "comunhão com o mundo".

Adquiri auto-conhecimento. Me encontro e me pacifico um pouco mais a cada dia! Me livrei da insônia... meu coração não me manda sinais de arritmia e taquicardia como antes... Ser livre, feliz e autêntico parece terapêutico!

Os compreendo - aos meus pais - e apenas aceito os conselhos que me dão sem discutir, procurando extrair algo que possa colocar em prática para que fiquem orgulhosos e mais tranquilos.

Aguardava uma oportunidade de provar que estava na direção certa rumo ao ponto de chegada que me comprometi alcançar nesta jornada. Agora parece que, antes do que jamais pude imaginar, nem nos meus mais otimistas devaneios, poderei dar um pouco de tranquilidade aos meus pais e de segurança quanto ao método, quanto ao "viver" que escolhi pra mim. Espero que compreendam. Espero que se sintam ao menos mais relaxados.

Sabe que no começo eu pensava que esse blog visava garantir minha sanidade? Ou se não visava, pelo menos era uma mão amiga! Mas sabe o que descobri? Este blog não é tão meu assim! hahahahaha Acho que tem um pessoal que bem pode entrar com usucapião! Sei lá! E também ele se presta a um fim maior, que nem mesmo eu posso abraçar agora! Nada, NADA é por acaso.

Uma vez ou outra alguém me diz que encontrou uma resposta, um consolo, uma identidade, um norte, um alíííííívio! Fico pasma... Sério que algo que eu escrevi chegou tão longe? Tocou tão fundo? Foi tão importante pra alguém? Mas foi só uma coisa que eu tava pensando ou sentia e resolvi escrever! Pouxa! Que legal! Que incrível!

Mas não me surpreeeendeu taaaaaaaanto assim porque eu acho que Papai do Céu tem uns planos aí pra mim, sabe? E que eu preciso levar umas coisas paras as pessoas. Não só esse bem estar que AGORA consigo levar para quem convive comigo.. mas também algumas idéias, pensamentos, também a presença Dele de uma forma mas suave... mas companheira e menos formal... Owww... Quem foi que disse que divindade é sinônimo de sobrenaturalidade? Hã? Isso me soa agressivo. Me incomoda e me irrita. Deus é bondade, generosidade, amor e ternura. Não sobe em pedestais e nem se eleva. Porque não experimenta os sentimentos vis que nós, pobres homens, experimentamosAbba de tal ato? Deus não age levianamente. Se não há coincidências no mundo... não há comportamento aleatório por parte do Nosso Pai.

Tem gente que me diz que eu "avicio"! hahahahaha Vicio mesmo, viu? O Ministério da Saúde deviiiiaaa advertir! hahahahahahaha Eu as vezes digo "brincando" que mudo vidas! hahahahahahaha Mudo mesmo! Só que as supostas "mudanças" só podem ser permanentes se forem reais, se forem desejadas... se forem de dentro pra fora! Mas não "avicio" permanentemente. A vida não é "invivível" sem ninguém e minha passagem constuma ser transitória... aliás... "passagem"! A palavra é auto-explicativa.

Não poderia esperar nada das palavras que deixo aqui. Só o fato de poder lhes dar vazão já é um conforto, de poder compartilhá-las! Se isto serve para alguém! Nooooossssaaaa! É um presente! Uma honra e um privilégio que nem mereço. Mas graças a este blog, recebi uma chance, que espero em breve compartilhar com todos, de iniciar uma nova fase na minha vida! Enfim, encho os pulmoões de ar!!! Que delícia!!! Respirar é MUITO bom! Não é porque fazemos isso a todo momento que devemos esquecer o quanto é gostoso, gente. Quem aí tem sinusite, alergia, nariz entupido? hahaahahahaha Olhem, olheeeem! Respirar é bom demais!

Não sei se vou conseguir cumprir todas as metas que a espiritualidade e eu estabelecemos para esta minha jornada. E nem sei, com toda honestidade, como dizer hoje, agora, que estou tentando ou dando o meu melhor. Mas ao menos posso afirmar que tenho sido honesta. Que não hajo com hipocrisia ou com má vontade. Que realmente tenho fé e que procuro me orientar pela voz da minha consciência que acredito ser o sopro divino dentro de cada um de nós.

Cada pessoa que eu ajudar, direta ou indiratamente, sou EU quem tenho que agradecer: "Obrigada, Pai, pela chance de retribuir tanto bem e assistência que recebo fazendo ao menos esse tiquinho, esse tantinho por um irmão".

Pelo apoio incondicional do meu Abba, dos amigos, da espiritualidade... talvez o silêncio seja mais eloquente que as palavras... mas saibam: estou absolutamente ciente de seu amor, dedicação, zelo e solidariedade de todos.

O preço de "ser diferente", ou de "ser igual" é pago no mesmo valor, em moeda equivalente. A variável será cobrada onde (i) não saceitemos aquilo que somos; (ii) não nos esforcemos para nos tornamos pessoas melhores e (iii) quando, conscientes de que nós mesmos precisamos mudar, critiquemos ao nosso próximo. Que Deus nos ajude.

Estou absolutamente grata e lisonjeada pela presença e auxílio constante dos amigos. Pelo amparo indiscutível dos queridos e dos "queridos dos queridos", mas especialmente dos estranhos, que ajudam pelo simples prazer de fazer o bem.

Essa semana começo a renascer. Sou fênix. Parto das cinzas e me fortaleço a partir do que vivi e do que me tornei. O cordão umbilical já não pode mais me sufocar nesse momento.  Não agora, quando sinto o ar em plenos pulmões. Agora sinto o sol, a chuva, o vento e os abraços que me transmitem ou me pedem força, e somos uma corrente em vibração... inquebrantável!

E assim seguimos. Um ciclo. Uma cadeia. Uma grande família de estranhos, tão semelhantes em suas diferenças e tão diferentes em suas semelhanças.

Que possam todos conquistar a liberdade da alma.
A alma livre é rara, de fato.
Mas não é difícil reconhecê-la.

Apresenta um brilho... é sempre um convite.... é como uma música que não podemos ouvir com indiferença.

A alma livre é aquela que se libertou de si mesma, e não temendo os seus próprios traumas, preconceitos, vaidades e orgulhos, não se importa com os rótulos que se lhe possam ser atribuídos pelos outros, mas especialmente, não se atribui, ela mesma, rótulo algum.

Ela é simplesmente livre.

Nenhuma restrição, que não "o certo" e "o justo",  podem exercer apelo sobre ela.

sábado, 27 de novembro de 2010

A minha ou a sua algema?


Sei que não é o estilo do blog! Mas vou contar um estória muito engraçada. E a partir dela quero digredir um pouco... divagar! 
Que coisas esquisitas que somos os seres humanos!
Uma amiga minha terminou um namoro há seis meses atrás. Vou chamá-la aqui de Zefa. 
Pois bem! Zefa namorava Mané... (qualquer semelhança NÃO é mera coincidência).
Terminado o relacionamento, Mané não pareceu aceitar bem que Zefa resolveu tocar a vida sem ele. Fora o usual "não estava dando certo"... digamos que a família de Zefa não era muito fãaa do casal.. Mané era meio folgado mesmo. Aquele estilo que "chega chegando", deita no sofá e fala alto: Maaas é muita frescura sua mãe não me deixar dormir aqui! A gente namora há quatro anos! Ela pensa o quê? Que a filhinha é "virgi"?
Enfim... O rapaz podia ter sido mais sutil.. mais recatado.. mas agora já era!
Mané, se toca! O namoro acabou há seis meses e Zefa não lhe quer mais! 
Beleza? Beleza!
Hááá! Lêdo engano!
Pois está Zefa um belo dia saindo de uma aula de cursinho à noite quando liga o celular, que estava desligado, e vê vários "te ligou" de um número estranho.
Que era melhor não atender Mané, isso já estava óbvio... Sempre o mesmo papo: E aí, gata? Tá por onde? Vamos recordar e viver hoje? Que tal um vale a pena ver de novo?  
Pois não é que quando Zefa retorna as ligações atende Mané do outro lado da linha, uma barulheira danada e diz:
- Ô Zefa! Onde "cê" está? Eu tô aqui num barzinho em meio a uma discussão muito séria com meus amigos e preciso passar na sua casa agora. Quero pegar imediatamente todas as lingeries que lhe dei. Com outro macho você não usa!
- Mané! Pelo amor de Deus! Não acredito que você está me ligando pra isso, homem! Não vá na minha casa que não lhe abro a porta! Onde já se viu? Pegar de volta calcinha?
- E as algemas? Você acha justo? Eu acho muito injusto isso! Eu lhe dei e você vai usar com outro!? Vou passar pra buscar. Vai ficar tudo comigo. Ou você quer usar hoje, nós dois juntos, como nos bons tempos? (ele não PODIA perder a chance!)
- Olhe, Mané! Estou saindo de casa agora. Nem venha. E vou jogar tudo isso fora. Não vou usar nada, pronto!
- Aaaah não! A algema é minha. Não é justo. Como vou saber se você jogou mesmo? Eu quero.
- Então tá bom, Mané. Essa algema vai chegar até você. Mas não venha aqui. Isso é pretexto pra vir aqui? Deixo na sua casa. Agora tchau!
tu tu tu tu tu tu tu

pliiiiiiim pliiiiiiiiim pliiiiiiiim
- Diiiiiga, Mané...
- Ôoo Zefa... mas minha flor... você não vai me ver mesmo? Você entende que a algema não é justo? Que eu preciso dela de volta? De tudo, Zefa! De tudo.
- Mané.. mas tu é um mané mesmo! Pelo amor de Cristo! Tá vendo que eu não vou usar isso com ninguém! Pare de me perseguir, criatura! Vou lhe devolver as algemas e vou jogar fora as roupas íntimas. Não me ligue pra tratar desse assunto ridículo que a vontade que dá é dizer que não vou usar aquelas porcarias com homem nenhum não é nem por consideração, é por vergonha!
tu tu tu tu tu tu tu

PÁRAAA!
Pára tudo!
Vamos refletir sobre isso.
Que é uma história real. Realíssima.
Embora não tão engraçada... mas ainda assim bem cômica!
Mané, o rapaz é, tenha esse nome ou não.
Todo mundo acompanhou? Não. Não foi a louça inglesa. Não, não era a mesa da sala, nem o carro, nem a prataria. Era um par de algemas. Um par de algemas que, segundo me confidenciou a própria Zefa, era de "pelúcia de zebrinha". Zebrinha!

Primeira coisa que me chocou: imaginar minha amiga de algemas! hahahahahahahahaha Estranho, né? Gente! Mas é que vocês não conhecem a "Zefa"... Definitivamente eu acreditaria mais facilmente se ela me dissesse que usava uma burca! E não é por isso que "quem vê cara não vê coração? "Dá-lhe, Zefa!

Mas e isso das algemas? Qual a moral da história? 

Então...
O casal começa o namoro.. o relacionamento evolui... começam as intimidades... o tradicional fica tradicional demais... e surgem os "incrementos"... Até aí tudo bem.

Até aí não é exclusividade de ninguém... aconteceu com Zefa e com Mané.. pode acontecer com qualquer casalzinho.

Agora... O que devemos extrair da experiência de Zefa?
O casal tem que formalizar de quem é custódia legal dos brinquedos? Ou cada um tem os seus? "Amor... hoje a gente usa a minha ou a sua algema?"
Infelizmente ou felizmente... Bom. Há quem diga que o test drive (a grande maioria das pessoas, acredito eu, embora prefira permanecer neutra) diz que é fundamental experimentar... conhecer... variar antes de escolher o dito ou a dita cuja.
Outros sentem falta dos tempos antigos em que era tudo mais personalizado, digamos assim... 

Com esta troca de casais hoje em dia... 
Experimentação de parceiros... 
Vivências de relacionamentos diversos..
Isso de "acaba e começa namoro" (quando você é do tipo que namora) ou de "one night affair" (quando é uma pessoa moderníssima mesmo) termina criando a necessidade de se "pensar" sobre uma coisa maluca assim feito a "guarda legal da algema de zebrinha"!
Teve quem sugerisse pra Zefa: "corta no meio, dá pra ele um argola e fica com a outra!" hhahahahahahaha Tipo mitologia grega? Quem se importa realmente com a algema vai dar ela inteira pro outro!  Então tá! A Zefa vai entregar a algema pro Mané! Não sei se por amor. (à algema, claro!) ou se pra ele parar de encher o saco mesmo.
Pra evitar constrangimentos. Minha sugestão é... 
1. Evite os manés.
2. Tenha seus próprios brinquedos, se você é do tipo que precisa brincar, mas deixe pra usar com quem vale a pena!
3. Se virar motivo de briga ou de "encheção de saco", a não ser que seja encravado de cristais swarovski e tenha custado sua aposentadoria, dê essa porcaria e se livre do problema!
No mais... é pra rir e passar a diante a história da Zefa.

Quem nunca conheceu um mané, atire a primeira pedra...  ou algema!


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Procuro um mapa que me leve até este lugar.

Use o arco-íres!


O que importa é o que é importante!


Me disseram esses dias que as vezes precisamos dar um passo pra trás, pra poder dar um pra frente.
Que coisa esquisita, né?
Mas eu acho que é possível acreditar que o que tem uma aparência de tragédia à primeira vista pode se revelar uma grata surpresa no final...  Ué.. não é com o término da chuva que vem o arco-íres? Então! E não depois da tempestade que vem a bonança? E se for preciso que o tempo feche para que você tenha a iniciativa de usar um outro caminho? Um caminho melhor?
Hoje recebi gratas surpresas e estou muito feliz e emocionada. Estou tooooda derretida, gente! Pessoas que não falo há um tempo, ou que pensaria que nem lembram de mim (!) me procuraram porque leram meu post e querem me ajudar ou me dizer que estão do meu lado...
Onde foi que eu li que as vezes aquele que esperamos que nos chute quando caímos é um dos poucos que nos estende a mão? Shakespeare? Bom! Não é o caso porque graças a Abba não caí :) ... Mas quero só dizer que os seres humanos são fantásticos! Alguns deles ao menos.

Por isso que mesmo me colocando taaaaanto como espectadora da humanidade (mais do que como parte) na maior parte do tempo, não consigo deixar de amá-los profundamente...

Seja na fila do supermercado, no posto de gasolina, em todo lugar em que os vejo tentando ganhar a batalha de cada dia.

E fico encantada de me descobrir assim, retribuída pelo amor de uns...! Obrigada, Deus, por me dar a oportunidade de lembrar que alegria é se sentir importante e querida para outras pessoas...
Ahh.. huuummm.. Só que tem mais uma coisa que quero "conversar" com vocês... Quero dividir isso que aprendi hoje: quem se mete onde? hahahahaha

Hoje minha mãe me mandou um e-mail que se chamava mais ou menos assim: "Quando um filho fala para um pai 'não se meta na minha vida'".
Pensei logo: lá veeeeeeeeem! hahahahahaha Mamãe é dramática, né? Linda, sensível e dramática feito só ela! E se não fosse por isso não teria salvado minha vida no dia em que nasci.
Pois abri o bendito e-mail pra ver. Nunca diria isso para ela, claro! (essa parte do sensível e dramática...) por medo que ela cortasse os pulsos! hahahahahaha Brincadeira! Porque não ouso magoá-la de propósito.. já basta o quanto magoo sem querer ou achando que é pro bem dela.. ou pro meu...

Porque se alguém tem esse direito - se meter na minha vida - se alguém o conquistou, foi ela!
E porque sei que quando ela faz isso é com a melhor das intenções.

Um dia eu disse pra ela.. quando tinha uns 12, 13 anos., não tenho certeza.. que ela devia ter muito orgulho de mim porque eu era "pensante"! Estávamos discutindo no carro, chegando no apartamento que morávamos perto da minha escolha e ela me disse: "Ô, Eduarda! Por que você tem uma resposta pra tudo, menina? Um argumento sempre esperando?! Por que não aceita e pronto o que lhe digo?". E  eu respondi que era pensante e que sempre estava ali disponível para ser convencida (olhe como era atrevida! hahahahaha), mas que eu pensar era motivo de orgulho porque ela criou uma filha que não iria se deixar levar, que tinha personalidade e inteligência.

E mais! Disse que eu não ia viver numa redoma, alheia ao mundo real, porque mais cedo ou mais tarde eu ia precisar enfrentar a vida e precisava estar pronta. Disse pra ela que sabia que ela queria me proteger, mas que eu precisava aprender certas coisas por mim mesma porque fazia parte do meu crescimento! Que se ela me poupasse seria ruim, porque o mundo não ia me poupar! E aí? De que forma eu ia encarar o mundo se ela me mimasse daqueele jeito? Olhe só que pirralha abusada!

Perdi as contas de quantas milhões de vezes tivemos essas meeeeeeeeesma conversa. Inclusive agora recentemente no feriado de 02 de novembro de 2010. Não adiantou, obviamente... Duas teimosas! Ela continuou me mimando.. e eu continuei argumentado. E nosso amor continua inabalável.

Quando fiquei um pouco mais velha comecei a ficar realmente magoada com tantas críticas que ela me fazia. Quando ela duvidava tanto de mim, como na época do vestibular ou da OAB. Quando me dizia que  eu não podia transformar meus namoros em projetos. Quando queria dizer quem eram os amigos bons pra mim, quando e para onde eu sair, como eu me comportar, o que eu achar das pessoas e até quanto eu gastar com livros (depois ela mudou esse conceito, quando resolvi gastar com baladas! hahahahahaha)
Ela nunca elogiava meus resultados favoráveis, mas sempre criticava quando eu ficava deprimida com uma coisa sem razão, ou dava um chilique, ou tirava uma nota abaixo do meu padrão usual, ou quando me comportava mal na opinião dela. E eu ficava doeeeeeeente. E pensava: "Puuutz! Por que bulhufas ela não pode elogiar minhas notas boas? Meus bons comportamentos? O fato de eu ler tanto (ela reclamava porque eu não podia virar a noite lendo e tinha que ter limites!)? Por que todo mundo diz que queria ter uma filha como eu e minha mãe reclama tanto???" E foi quando eu entendi.

Dividi minha descoberta com ela.. falei pra ela: "Mãe! Entendi! Descobri porque você reclama tanto de mim. Por que me critica e fica pegando no meu pé com meus defeitos e manias. (Ela ficou me olhando intrigada) É porque você sabe que não vai viver pra sempre e quer me corrigir, me deixar perfeita, me deixar esperta, madura, com a vida resolvida e com tudo organizado pra o dia que você não estiver aqui pra cuidar de mim! Mas mãaaaeeee.... isso é impossível... Eu te amo! Obrigada... Juro. Te amoo te amooo te amooo infinito! Mas eu nunca vou ser perfeita. Sempre vão acontecer imprevisto, problemas.. e eu vou precisar das memórias de amor, de força e encorajamento que você sempre me deu e continua me dando... e eu sei que você tem orgulho de mim! Então procura enfatizar essa parte!"

De lá pra cá ambas as conversas se repetiram... "Me tira da redoma, mãe!!!" ...  "Eu lhe entendo, mãee, obrigada!!!" ...  "Mããããeeee.. eu sei que você me ama... mas me ame MENOS!"... "Desculpa, mãeeee... não quero lhe magoar.. sei que é pro meu bem!"
Nuncaaaa adiantou....
Hoje em dia sei que ela sofre muito e se preocupa porque no atual momento de vida dela, não pode me ajudar financeiramente. Só com amor, carinho, apoio. Só que ela só falta me enlouquecer! hahahahaha Porque fica preocupada, tensa.. achando que o mundo vai acabar e não consegue se controlar! E o que me abala é vê-la assim.. preocupada, infeliz.. ainda mais porque eu sei, tenho 100% de certeza que vou me dar bem, vou chegar onde ela e eu merecemos que eu chegue! E vou dar muito orgulho pra essa mãe coruja e dramática...

Bom.. voltaaaaaaaaando ao e-mail.
Abri.
Era uma mensagem supostamente escrita por um sacerdote que ouviu um filho dizer pro pai "não se mete na minha vida"... e o sacerdote viaja... e fala umas coisas.. e eu fiquei muito chocada: "Éééé mesmo! Num é que ele está coberto de razão?!" Ele disse que os pais têm todo o direito de se meter na vida dos filhos se for o caso.. e que, vem cá... FORAM OS FILHOS QUE SE METERAM NA VIDA DOS PAIS."

E não é isso que diz no filme Comer, Rezar e Amar? Que filho é igual tatuagem na testa? E todo mundo não sabe que (pelo menos em tese) ter um filho muda a vida de uma pessoa completamente? Então? Quem se meteu na vida de quem? Eu. Eu me meti. Eu fiquei 8 meses na barriga dela.. quase a mato de susto no dia que nasci... era chorona e anti-social quando criança... sempre fui precoce demais... sempre dei trabalho com minhas respostas e opiniões fortes.. mato ela de saudade vindo embora de junto dela, pra longe da barra da saia! Ufa! Sou eu que me meto na vida dela porque mãe ou pai nenhum que se preze tem sossego se estiver preocupado com um filho.. mãe ou pai nenhum tem paz se o filho não estiver feliz, com saúde, com estabilidade, com equilíbrio! Imagine ser mãe de uma marciana maluca! :)

Owwww, meu Deus! Eu que me meti na vida da minha mãe! Eu que vou lá, bato no peito e digo que vou dar conta e deixo a coitada lá roendo as unhas e os dedos.. quem tá se metendo onde? hahahaha É injusto ela chegar pra mim e dizer: "Ô, Duda.. pega leve com meu coração que ele num güeeenta?"... Não mãe... é justo. Desculpa me meter assim nos seus batimentos. Nos seus pensamentos... Eu só posso lhe garantir que lhe amo muito... e que vou lhe amar sempre, viu? Desculpa e segura as pontas que eu chego lá... enquanto isso... a gente vai se metendo uma na vida da outra.. por que onde é mesmo que começa a sua e termina a minha? Ninguém no Universo pode precisar isso! Ninguém!

Mãeee.. ainda beeeeeeeem que nunca tive a falta de bom senso de lhe dizer pra não se meter na minha vida... Mas estou ciente que fazer uma escolha com a qual se que você não concorda e lhe comunicar; lhe contrariar em uma opinião; lhe criticar; lhe dar bronca, e lição de moral - levando em conta sua sensibilidade aguçada - pode ser visto assim por você. Me perdoe, então.
Pois vou ser explícita: minha vida é sua vida.

Se não fosse, nem sei! Eu acordo, vou dormir, levanto no dia seguinte e batalho pra ser vitoriosa porque quero mais que tudo lhe dar o orgulho que você merece ter de mim, mesmo sabendo que, em parte, você já tem.. e mesmo tendo certeza de que seu amor é incondicional.

Escrevo isso aqui como desabafo porque, como "todo mundo" está careca de saber.. minha mãe tem o bom senso de não ler esse blog! hahahahahahan (Ela diz que vai, mas nunca começa...)

Sei que irei deixá-la orgulhosa e feliz. Vou cuidar dela como ela merece, como cuidou de mim...
Posso errar no meio do caminho pela necessidade que sinto de fazer minhas escolhas, de vivenciar minhas opiniões. Mas nunca por falta de respeito ou consideração.


Já falei outro dia que sou convencível! Só que é complicado conseguir.

Mamãe é leonina. Digo que sou "um filhote de leão, raio da manhã". Tenho orgulho demais disso! :)

Por ela, por todos que acreditam em mim, por todos que duvidam.. por quem nem me conhece, por quem vive algo parecido, por quem lê esse blog, porque não sabe ler (!), pela família que vou ter um dia, por Papai do Céu.. e por esse coração maluco e inquieto dentro do meu peito dando cambalhotas....eu digo uma coisa: vou chegar lá!


Mãe... 
"Para desentristecer, leãozinho, o meu coração tão só... basta encontrar você no caminho..."




terça-feira, 16 de novembro de 2010

Nem o amor, nem eu e nem você


EU, VOCÊ E O AMOR ...


Me disseram que não é amor que me deixa sem conseguir respirar toda vez que eu penso em você.

E me explicaram que não é o amor que me faz checar o telefone, e-mail, facebook, TV, jornal e janela em busca do seu sinal a cada 2 minutos!

Agora estou tentando assimilar que essa ansiedade toda que me deixa assim, totalmente atrapalhado... nem é amor!

Nem essa fome maluca que dá... nem essa falta de apetite que ninguém entende! (Logo em mim? Tão bom de garfo?) 

Com a maior paciência falaram que amor não dá nada no estômago: nem dor, nem aperto e nem borboleta (e me perguntaram de onde tirei isso...)

Aí fiquei sabendo que também a disfunção no meu sono tem que ter uma explicação plausível... Aaah! Isso e a boca seca (talvez seja o clima!)

Prestativos, esclareceram para mim que a dificuldade de concentração, isso de pensar em você no meio da reunião de trabalho, na missa, na academia, na hora novela e no trânsito... não é amooor... mas ninguém soube me dizer o que era.

Então eu soube que ficar imaginando lhe encontrar... bom... não é amor! Hã? Deve ser excesso de criatividade, né???

Ainda mais porque nem nos conhecemos e todo mundo é muito incisivo em dizer que pra amar precisa conhecer, mas é absolutamente impossível amar depois que se conhece.

Vai ver que o tal do amor não existe! E nem eu e nem você... 


E se é tudo fantasia minha, então te amo sem te conhecer.

Deus alimenta os pássaros e veste as flores


Há um tempo contei a história de como vim parar aqui em Brasília (CHOICES). Vou voltar no tempo...

Nasci em Recife, Pernambuco, com oito meses numa maternidade chamada Santa Joana. No dia em que nasci, 17 de outubro de 1983, meus pais já estavam de mudança para Natal, Rio Grande do Norte.

Naquele tempo ninguém tinha celular e enquanto minha mãe ficava terminando a gestação em Recife, papai ia já trabalhando e resolvendo as últimas coisas da mudança. Estavam recém casados e eu era a primeira filha.

Na manhã do dia 17 foram ao médico, fizeram uma ultrassonografia e ficou tudo confirmado: Eduarda está bem, já está virada com a cabecinha pra baixo, nasce em mais ou menos 3 semanas e os senhores fiquem tranquilos. E com essa certeza papai entrou no carro e pegou a estrada para Natal.

Só que MEUS planos eram outros....

E minha mãe a ficar agoniada... a andar de um lado pro outro com uma intuição! "E tô me sentindo mal... e tem alguma coisa errada... e lá vai."

E minha tia Zele, que era pediatra (aposentou), acabou foi é perdendo a paciência com tanto chilique de mainha... porque a bichinha é pequeninha, mas é braba, decidida, e ligou no obstetra e disse pra ele que estava levando a gente (mamãe e eu! hahahaha) para a maternidade, que era para isso que inventaram a cesariana, e que se ele não fizesse o parto, fazia ela! Quando papai chegou em Natal o recado estava esperando: "Pode voltar que sua esposa foi ter bebê!"

Às 22h de uma segunda-feira eu nasci, TODA ROXA, com o cordão umbilical enrolado em duas voltas no pescoço. Tinha dado uma cambalhota e sentado no útero. O médico calculou que eu teria mais uma hora de oxigênio se não tivesse mudado de posição ou nascido logo. Nasci dando um escândalo, dando susto em todo mundo... Mas é que eu tinha pressa... queria viver e queria começar logo com isso! "Vamos, vamos que é segunda feira e temos a semana pela frente!"

As vezes a necessidade de me sentir VIVA é algo que sufoca. O  velho cordão parece ainda estar enrolado no meu pescoço e me asfixia de um jeito que tenho a vívida impressão de que não nasci ainda.

Lembro com uma nitidez constrangedora das vezes em que me senti "mais viva" nessa vida. 

E nos momentos que precedem a esses instantes é como se eu recebesse um alerta... como se tudo no Universo conspirasse. Acho que foi por isso que minha mãe só faltou tirar o juízo da minha tia no dia 17 de outubro de 1983... O Universo conspirou pela primeira vez na minha vida, a meu favor.

Dizem que em cada 7 anos começamos um novo ciclo. É como se fosse um renascimento. A primeira vez que ouvi isso foi quando completei 21 anos. No exato dia do meu aniversário. 

Nesse dia estava fazendo um exercício "meio de meditação" muito maluco que terminava pedindo pra a pessoa imaginar que recebia uma caixa de papelão embrulhada num papel madeira e para dizer o que via dentro dela ao abrí-la. Encontrei na minha um vaso de barro com violetas. Foi aí que soube  que a violeta é uma flor que prenuncia morte e renascimento... Foi quando me contaram como era interessante pensar nisso  dentro da "minha caixa" no exato dia do meu aniversário de 21 anos! No dia que morri para o segundo ciclo e nasci para o terceiro. Foi quando conheci essa história dos 7 anos.

Logo em seguida, no dia vinte e pouco de novembro do mesmo ano tomei uma decisão que mudou tudo ao meu redor drasticamente... Em alguns dias me senti VIVA, tão viva como nunca pensei que fosse possível! E compreendi o quão rápido a vida pode mudar... basta que nós tomemos essa decisão. Que façamos uma só ESCOLHA.

Em 2009, com 25 anos, resolvi tentar outra escolha... segui minha intuição, desafiei o mundo "racional" e ignorei os conselhos contrários para tomar um caminho novo: vim para Brasília. Descrevi a experiência num post que chamei de CHOICES - não por coincidência, mas para mostrar como escolhas e decisões são fundamentais... são imprescindíveis. Só que quando escrevi aquele texto nem imaginava que dentro de pouco tempo novamente minha existência me prenunciaria uma guinada... Uma super guinada.

Fiz 27 anos agora e estava curiosa para saber o que meu quarto ciclo de vida, em 2011, me reservava. Já sinto os sinais de surpresas, de decisões importantes que precisam ser tomadas.  Quem aí acredita em coincidência? Alguém? Destino? Hum? Lá venho eu e meu samurai... "temos que dar nosso melhor até que nos seja revelado o que se espera de nós". Acho isso. Mas não acredito em coincidências. 

Sendo assim, tomei certas decisões na minha vida de uma forma que poderia ser considerada meio maluca. Impulsiva... corajosa... egoísta? Sigo uma centelha que pulsa dentro de mim!

Em 2002 larguei o colégio no segundo ano, entrei num supletivo e passei no vestibular na UFRN (minha mãe só faltou surtar, convicta de que eu era doida, que não ia passar e que tinha saído do colégio com o único propósito de enlouquecê-la! Brigávamos quase tanto quanto agora... só que ela se impunha bem mais quando eu tinha 15, 16 anos... hahahahaha...). Fui lá! "Vim, Vi e Venci!" Viva Júlio César!

Em 2006, em março, passei na OAB... mesmo modelinho do vestibular.. na raçaaaa, sem estudar direito.. eu sabia que era pra fazer.. que tinha bagagem pra isso! EU SENTIA! Mas estava já trabalhando no TJRN há mais de seis meses na época e estava sem pressão. Nunca tinha podido exercer a advocacia até pouco tempo atrás (por causa do cargo no TJ)...

Em 2008 veio a "mensagem: arruma as malas e vai pra Brasília." Vim! Fiz a pós em relações internacionais na UNB e no meio de 2009 eu já sabia: "você não volta pra Natal no fim desse ano, Duda!"" Corri atrás! Bati perna, deixei curriculum em vários lugares, mandei pela internet, pedi a um e a outro e tchaaam! Deu certo... comecei a trabalhar num pequeno escritório (meu atual emprego), mas com uma carta de clientes muito boa. Em menos de 3 meses cuidava das causas cíveis da AmBev!

Só que há uns dois meses comecei a receber uns "sinais"... Entendi que ia sofrer um baque... um susto.. um solavanco. Que seria necessário. Estava infeliz no trabalho... desmotivada com a política de gestão humana... com a administração. Via que não era ali meu futuro. Mas quando veio a sensação desse "tempo ruim", veio também a certeza de que as coisas vão se ajeitar depois...

Mas comoooooo??? As vezes eu sinto o que vem depois (da tempestade). As vezes não. Não sei se fico em Brasília. Se volto pra Natal. Se vou pra outro lugar.. pra onde!? Como!? Fazer o quê?! Gente.. PRECISO de um emprego.

Mas eu sei que irei me sentir VIVA outra vez e isso me motiva. Me dá forças...

O problema é que é preciso egoísmo pra deixar as coisas pra trás. Pessoas, emprego, história, segurança... e também coragem e impulsividade. É preciso loucura - no bom sentido - e também fazer escolhas.... na verdade, fazer uma escolha. E se agarrar a ela com unhas e dentes.

É preciso ter egoísmo quando a sua escolha não é a escolha que alguém que você ama faria no seu lugar. Quando vai deixar saudades ou mágoas. Mas se a vida é sua, nada mais justo que as decisões serem tomadas por você, que é quem vai ter que conviver com elas. Aprendi, ou melhor, estou tentando aprender e botar isso em prática a duras penas. No final é exatamente assim: a gente precisa conviver com o que escolhe, mesmo que a gente "escolha" deixar outra pessoa "escolher" pela gente.

Pois ontem tomei uma decisão. Pedi pro forma a benção das pessoas que hoje são mais importantes pra mim e "meti os pés". Pedi porque se eu me "estrepar", é com eles que conto mesmo... mas pro forma, porque a decisão estava tomada. O que eles não sabem, e nem EU SEI ainda.. é o resto da decisão.. o resto do caminho.. ou melhor.. eu desconfio que EU saiba.

Aprendi muito em Brasília, e aprendi muito mesmo nesses últimos meses no escritório em que estive trabalhando. Caramba! E como! Não sabia nada da prática. O TJ me deixou cheia de "itis"... achitis, vaiditis, convincitis, preguicitis, importantitis! Advogando eu aprendi o que é "ralação". Aprendi o quão pouquinho eu sabia, genteeeeee!

Conheci de humildade, de malícia e de técnica. A minha lição preferida é "Duda, não adianta dizer `A` está certo, `A` está certo, `A` está certo, `A` está certo, `A` está certo, `A` está certo, `A` está certo, `A` está certo, `A` está certo, `A` está certo, `A` está certo, `A` está certo, logo, `A` está certo! Precisa dizer `A` é igual a `B` e `B` é igual a `C`, logo `A` é igual a `C`! 

Que coisa lógica, né? Mas você não consegue encontrar quase nenhum advogado dominando isso!!! Incrível!!! Frases curtas, objetivas, idéias concatenadas. Aprendi de uma tantaaaa coisa nesses 9 meses que os 5 anos de TJ só deixam muito a desejar! Sério!

Mas já tinha dado. Perdi 10 colegas em 9 meses. O ambiente era difícil. Cheguei a ficar sozinha cuidando do escritório com meu chefe. As vezes as pessoas nos marcam profundamente, mas têm uma participação por tempo determinado. Time to move on. De seguir em frente. Eu sei disso e preciso ir. Não posso mais postergar e o simples fato de aceitar uma situação pode significar postergá-la.

Hoje conversei com meu chefe e expliquei que não posso continuar no escritório. Que o respeito e o admiro. Mas que  preciso de um ambiente mais salutar, com possibilidade de projeção na carreira, de eu explorar meu potencial ao invés de cobrir buraco aqui e ali porque o quadro está constantemente desfalcado. Preciso de um trabalho que me motive. Que me inspire! Sou totalmente a favor de transpirar, mas não de resfolegar.

Agora estou com um dilema, um problema... um desafio: preciso de um emprego. Urgente. 

Preciso trabalhar. Me mantenho sozinha, sem ajuda dos "universitários". Minha mãe não tem como me ajudar e meu pai também não é muito chegado nisso de se comprometer, tem meus irmãos, a mulher dele, enfim!

Se até dezembro eu não conseguir um emprego em Brasília ou estava pensando São Paulo.. não sei! Vou ter que voltar pra Natal e não sei o que vou fazer. Sou muita palavra, muita sílaba, muito píxel... muito ar pra pouco espaço em Natal!!!

Sei que a enfurece quando digo para mamãe que Deus veste as flores a alimenta os pássaros! (Lembram disso?) Mas eu preciso acreditar nisso. E que, embora não haja destino, não há coincidência... Minha intuição há de me orientar. Sou competente, preparada. Sou obstinada (até demais!). Vou ficar bem. O Universo há de conspirar. A bonança virá.. os planos de Abba para mim são especiais... tenho um dever para com a humanidade e hei de satisfazê-lo!

Se alguém que estiver lendo este blog quiser me entrevistar! hahahahahaha Se tiver um emprego ou oportunidade numa área de atuação com meu perfil... Não se acanhe! Sou uma advogada "porreta" e sem falsa modéstia! Adoro escrever (nota-se?) E mereço, preciso (!) de uma chance.Tenho  pós em relações internacionais na UNB e topo fácil fazer um mestrado em uma área jurídica ou outra área! Em ciências políticas! Que tal? Sou incassiável por conhecimento.

"Tenho fome e sede". Quem há de me dar de comer e de beber?

A única fronteira para mim é a hesitação. Não ouso atravessá-la. Se não vai me pedir que hesite. Vou até qualquer cidade, qualquer país, qualquer lugar.

"Eu morro hoje, nasço amanhã, ando onde há espaço. Meu tempo é quando."
(Vinícius de Moraes)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Tic tAC tIc TaC tIc TaC tIc Tac tic TAC tIc tAc...


Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem... Mas vamos escrever um pouco que tô precisando desabafaaaaaaaaaaar!!!! Aarrrrrrgggggggggghhhhhhhhhhh!!!!
Parafraseando o sucesso de terapia de choque: "gusfraaaaaaaaaaaaaaba".
Tá.
O que é perda de tempo?
Se existe algo que consegue agir sobre mim e me fazer mudar constantemente minha opinião a seu respeito, independentemente da minha vontade, é o Tempo! 
Que venha 2011! 
Será que ele - o Tempo - passa rápido ou será que esta é nossa percepção? 
As oportunidades que nos dá são insuficientes, são efêmeras? Ou NÓS somos ineficientes? 
Posso ser sincera? Que saber a real mesmo? 
Nem uma coisa nem outra! 
Pra quê taaaaaaaanta ansiedade, criatura de Deus!?! Eu me pergunto isso! 
Só pode ser porque eu GOSTO DE PERDER TEMPO. Por certo.
Se não ficasse tão ansiosa, tão tão tãooooo!
Quanto mais o Tempo passa, mas podemos fazer tudo o que quisermos, contanto que criemos um cronograma plausível - se você é do tipo que não vive sem um cronograma - ou que façamos as coisas num ritmo salutar. 
O que faz o Tempo ser insuficiente não é a velocidade com que ele passa, é a SUA, a MINHA pressa de realizar coisas demais num período muito curto. Simples assim. (Tá vendo como na TEORIA é "fácil"? Vai fazer pra ver uma coisa!!!)
E isso nos faz sentirmos ineficientes, burros, ingênuos, retardados, lerdos... TAPADOS!
E isso faz com que consideremos o Tempo insuficiente e o mundo injusto! Eu disse injusto? Ridículo, cruel, palhaçada... qualquer desses adjetivos tá servindo!
E pensamos...Mas tem gente que consegue, certo? E porque EU não? E eu respondo: "É porque quem conseguiu fez de outra forma, e no "tempo" certo! E não porque são melhores ou mais espertos ou sortudos!"
Beleza. Lindo. Mas isso não me faz sentir melhor. Porque eu continuo sendo ansiosa, atrapalhada e tapada.
Yes... escrever na TPM é esquisito. Já pensou Arnaldo Jabor postando de TPM? hahahahahahahha "Pede pra sair, Dilma! Pede pra sair!" Pois devia pedir mesmo pra sair! Se você escrever em endosso, Jabor!
E outra! Isso de "tempo certo" varia de pessoa pra pessoa, claro. Cada um tem seu timing. Lá vem mais "firula". 
Vou até confessar que tinha começado a escrever esse texto outro dia, que eu estava de bom humor, e ele era mais didático... Tô mudando a coisa toda! Tô "arretada", sou pernambucana! Tô irritada mesmo e vou ser realista e grossa mesmo! Pronto.
Do mesmo modo que qualquer animal na natureza, que qualquer automóvel no mercado... cada um de nós precisa ser testado individualmente pra saber qual "velocidade" consegue atingir, em quanto tempo e com quanto desgaste. Nosso famoso timing.
É como os "tempos" dos atletas nas competições! Não é nenhuma novidade, é? Nenhum conceito novo aqui! Só que na vida e, especialmente em projetos longos e complicados, é tudo muito mais sofisticado e cheio de desdobramentos. Então também a medição do "tempo", e a sua utilização será diferenciada e, via de consequência, não dá pra exigir tanto de si mesmo, nem  a obtenção de resultados que demandam muito prazo, em curto período e vice-versa.  Cada coisa no seu devido timing.
Lindo, né? "Bonito isso", mas não li num livro. Tudo muito chuchu beleza. Agora tem um porém que precisa ser considerada e que não entra na "matemática" aí: a "disgrama" do emocional.
Outro dia escrevi a respeito de mim (pra variar! hahahaha) e mencionei uma entrevista de Carolina Dieckmann na qual ela dizia que descobriu que quanto mais próxima dos trinta anos mais tempo tinha, ao contrário de quando tinha vinte e pouquinhos anos, quando achava que não iria ter tempo nuuuuunca de fazer tudo que planejava. 
E eu digo como achei que ela estava maluca, a princípio, e depois descobri que aquela mulher era genial (pelo menos nesse aspecto, não a conheço, né?). Pois é! Acho que ficar mais velha, ou melhor, mais velha não! Mais madura - o que não é de jeito nenhuuuuuuuum sinônimo de envelhecer - ajuda a entender melhor o tempo.
Certíssimo. Muito bem, muito bom. Agora vamos lá. Mundo real. Você tá lá... "Pouxa vida, entendi! Não posso atravessar o carro na frente dos bois. Vou estudar 10 meses. Depois vou revisar tudo em mais 6 meses. Depois vou fazer o cursinho tal e tal. E vou fazer a prova e vou passar no concurso." LINDO! Bravo! Até aí tá um plano razoável se você tem uma boa bagagem, e talz. Começou, tá lá, se dedicando, tudo certo. Aí quando menos espera... tchaaaaaaaaaaam! O desocupado do cupido resolve fazer de você o próximo "alvo", literalmente. Estudos recentes disseram que demoramos 0,02 segundos pra apaixonar. Se é verdade? Não sei... O que eu sei é que tá pra ser realizado o que ensina o processo inverso, meu chapa.
Pronto.
Sabe o Tempo? Pois se você sabe... vai deixar de saber. Vai passar a viajar nele de um jeito que não é todo comissário de bordo que viaja, não viu? E tudo o que eu estava didaticamente tentando lhe explicar vai adiantar de absolutamente nada. Nadinha.
Então volto ao começo do post: o que é perda de tempo?
Algum espertinho vai responder: "Aaaahhh, entendi! Então perder tempo é se apaixonar!".
Peeeeeeeeeeeeem!
Não, ô múmia!!!!
Ai ai ai.
Presta atenção que mudei todo o foco do texto porque descobri hoje uma coisa importante e é isso que quero dividir com vocês.
Se apaixonar NUNCA será perda de tempo. Mesmo se você achar que aquilo vai desorganizar sua vida toda (e os certinhos e amantes dos cronogramas que me perdoem), mas sempre valerá a pena se apaixonar.
Se for uma paixão pra valer mesmo, então... Se for uma pessoa com quem você acredite que é possível construir um amanhã... Perda de tempo é não se apaixonar... perdidamente!
Não sei se sempre lembrarei das músicas dos "Mamonas Assassinas", mas sempre vou lembrar que Dinho (Helloooooo! O vocalista, Vanessa!) disse que  "Ganhar uma mulher por dia é fácil. Difícil é ganhar a mesma mulher todos os dias."
Se vir a paixão se aproximar... não fuja. Nem pare.. corra ao encontro dela e se jogue. O tempo que espere. Que se dobre. Que se vire. Que se dane. Que se exploda!
Diz-se que 3 coisas não voltam atrás: "a palavra dita, a oportunidade perdida e a flecha atirada".
Pois você sempre terá tempo de crescer profissionalmente, porque só depende de você - conselho MALUCO, eu sei - mas apaixonar-se é momento... é conspiração do Universo. É você sendo uma flecha lançada numa oportunidade única ao som de uma palavra dita. É um momento único. Perfeito e raro. Sou romântica babona, bobona, ridícula. Sou sim.
Mas vejam: burra, não acho que eu seja.
Todo mundo tem seu preço. Uma paixonite ou um cargo de R$20 mil? O cargo. O amor da minha vida (aquele por quem me apaixonaria constantemente) ou um cargo de R$ 100, 200, 500 mil? O amor da minha vida... (Minha mãe disse que ia começar a ler o blog.. se for nesse post ela 1. infarta, 2. me mata e depois infarta 3. manda me internar num hospício e depois se interna junto 4. alternativas 2 e 3 juntas! hahahahahaha).
Rica e vazia? Apertada e realizada? Ráááá! De jeito nenhum que eu ia deixar de me realizar! Romântica convicta, lembram?
Pois muito bem. Ultrapassada esta primeira fase e entendida a importância de se apaixonar, de se vivenciar o sentimento... Voltemos à perda de tempo...
Perda de tempo estúpida é você insistir em um projeto, um sentimento, uma pessoa, que lhe desvia daquilo que deveria ser seu foco, mesmo sabendo de antemão que esse alguém não é o que você quer, precisa, merece, espera.
Perda de tempo imperdoável é você fazer com que outra pessoa saia do foco dela pra investir numa relação, num projeto, num sentimento por você, sabendo de antemão que você NÃO faz ou fará bem a ela, que não é o que ela precisa, merece e que você não vai se esforçar para se tornar nada daquilo.
Isso é o cúmulo. É falta de caráter.
E é só o que tem por aí, viu!?
Não... o Tempo não passa rápido.. nem é cruel.. sei lá qual é o problema, mas não está no Tempo!
Está nas pessoas... Definitivamente!
Só que transferir a culpa é sempre mais fácil, certo?
Então valorizemos nosso tempo, aprendamos a usá-lo. E valorizemos o tempo do outro... basta que sejamos menos imbecis.
Desejo que todos tenham sucesso. Profissional e pessoal. Não acho que seja preciso nunca optar entre um e outro, mas se precisar optar por qual dos dois "priorizar"... vai uma dica: caixão não é baú!
O que importa é quem temos na vida e não o que temos.


Think about it, guys...
E se "avexe" não!
;)

Um pedaço (seu) que seja!


Um pedaço (seu) que seja!


Uma memória que seja porque não quero outro quadro em minha parede de lembranças que não o seu.

Uma carta informal  e descontraída, para que eu possa reler antes do último suspiro e sorrir, quando precisar lembrar que vivi.

Um beijo apaixonado nos lábios para que eu guarde o sabor da primavera e o cheiro do outono.

Um lenço de algodão que esteja usado, para que eu conserve seu perfume sempre junto a mim.


Deixa aqui pelo menos uma única lágrima sua, para que eu pense que nunca sofro só.

Um suave e tímido sorriso para que eu acredite que compartilhamos algum segredo.

Uma doce gargalhada então, para que eu me ponha a rir sozinho, desafiando a sanidade.

Pousa sua mão na minha, para que eu lembre até o fim como é o toque do sol na pele.

E beija ternamente minha fronte para que eu me sinta completamente seguro por um instante, mas por todos os "um" instantes em que precisar.

Corre os dedos por entre os meus cabelos e me ajuda a recordar a sensação da brisa quando o vento sopra no inverno.

Não se mova, por favor, até que eu feche e abra os olhos muito lentamente, enquanto gravo sua imagem de cristal para pôr na memória que ganhei.

E pisa leve enquanto vai embora, para que eu não perceba e não sofra muito, sem esquecer de olhar pra trás.

Ao sair, canta uma canção qualquer que seja, baixinho, baixinho, meu bem, pra ter certeza que eu dormi em paz.