
Se a beleza está nos olhos de quem vê, onde está a idade?
Eu sempre soube que existe uma distinção entre idade cronológica e idade psicológica. Quem me "ensinou" isso primeiro foi o meu irmão. Depois foram os meus namorados... hahahahaha E hoje vejo que isso se aplica a todas as pessoas e a mim melhor do que a ninguém.
Quando alguém perguntava quantos anos meu irmão tinha eu devolvia a pergunta: a idade cronológica ou psicológica? Porque elas sempre... seeeeeeeeeeempre divergiram!
Não quero entrar aqui na parte técnica. De amadurecimento e coisa e tal. Idade é um tema muito amplo! A gente tem idade pra tudo! Até idade óssea.
Tem coisa que marca, né? Um dia.. há 2 anos! Li uma entrevista com Carolina Dieckman. Hoje ela tem 32 anos, mas na época estava fazendo 30 anos. Ela disse que quanto mais velha a pessoa ficava, mais tempo tinha. Que quando era nova achava que era tudo urgente e ficava desesperada e ansiosa. Ela estava absolutamente certa.
Outra coisa interessante é como a diferença de idade vai deixando de ser relevante com o tempo. Por exemplo. Um cara de 30 anos com uma menina de 11 anos é completamente absurdo, certo? (Estou pensando em Alice Riddell, que veio a ficar famosa como Alice no País das Maravilhas, com um certo Charles Dogdson, que veio a ser conhecido como Lewis Carroll). Mas qual a anormalidade em um casal em que o cara de 54 está com uma mulher de 35? E esta diferença é bem acentuada! O que são dez anos? Cinco anos? Hoje eu tenho 26 anos... Para mim não há problema algum em me imaginar com um cara de 31 anos. Fica mais difícil o processo inverso... com um de 21.
Mas voltamos ao início deste tópico. Em termos de idade cronológica, tudo é muito preto no branco, certo? Mas e a idade psicológica? A idade emocional de cada um? Como mensurar? Quantos anos tenho eu... que me sinto ora uma senhora, ora uma criança?
Quando era mais nova, realmente me comportava feito uma vovozinha! hahahahaha... e hoje tenho, na maior parte do tempo, principalmente na intimidade, esse jeito moleca.. que as vezes tenho que parar pra pensar se não é constrangedor, senão pra mim, pros meus amigos e familiares... porque eu não tô nem aí! Não sou daqui mesmo (da Terra!)...
Aí sou obrigada a lembrar da minha mãe! Coitada! Que infartaria tentando me fazer agir feito gente! Me comportar feito uma "mocinha"! Ter uma conduta condizente com a dignidade da minha profissão. E fico me questionando se ela não está absolutamente certa!? Claro que eu digo a mim mesma que sei (e sei, lógico!) me comportar perfeitamente bem socialmente. Afinal, pelo pouco que falo da minha mãe, dá pra ver que ela jamais seria omissa neste quesito da minha educação. Sei me portar belamente, apropriadamente, sempre que o ambiente ou as circunstâncias AO MEU VER, assim exijam de mim. O problema está aí: no MEU ver.
Inclusive, diga-se de passagem, adoooooooooro isso: adoro firulas! Frescuras. etiquetas! Acho muito legal seguir protocolos e formalismos! Mas, normalmente, me sento (do verbo sentar mesmo.. ficar sentada!) totalmente em cima das pernas e dos pés... adoro comer com as mãos... andar descalça! Gosto de fazer careta, fazer bico, usar canudo (pra tudo! até água!), comer de cumbuca. E se eu deixar de fazer o que gosto, deixo de ser quem eu sou! E ninguém me tira isso da cabeça.
Sei que tem aquilo de que costume de casa vai à praça... Paciência! Alguns acabam indo. Mas passo muito mais tempo com a "eu de casa" do que com a "eu da praça", e, se tiver que escolher qual das duas prefiro sacrificar... QUESS WHAT!
Vou contar uma coisa engraçada... engraçada não.. maluca! Irônica. Quando eu era mais nova meus pais me puseram na terapia. Não sei se pelo fato de eu ser extremameeeeeeeeeente antisocial, se porque o casamento deles era uma bela "bos...," ou se porque eu tinha qualquer outro comportamento estranho fora agir feito uma pequena idosa. Enfim! Sei que o nome do meu psicólogo era Jorge. O que eu me lembro de Jorge? Dele? Nada. Do consultório? Lembro da coleção de playmobil. Lembro de um jogo de tabuleiro. Lembro do formato da sala. Lembro do estacionamento. Lembro das prateleiras (embora, com exceção de tudo dos playmobil, não me lembre dos outros brinquedos de lá).
Há uns... deixe-me ver... em 2005? Cinco anos? Por aí! Encontrei Jorge. Minha mãe estava querendo me convencer a fazer terapia outra vez... (por que será?) Agora já não podia me levar num "jorge"... tinha que me convencer... tarefa NADA fácil.
Por essas coincidências da vida encontramos quem...? Jorge! Só que não em um consultório. Não me lembro ao certo onde foi. Ele nos reconheceu. Falou que não tratava mais crianças... que trabalhava uma técnica chamada "bioenergética"... algo assim! (Até cheguei a pesquisar isso depois quando decidi estudar sozinha sobre Freud e técnicas de psicanálise. Sou meio metida a autodidata. Não gostei desse método, by the way, pelo que li. Achei mais legal a técnica cognitiva comportamental...acrescida de mudanças que eu gostaria de sugerir, claro! hahahahahhahahaha).
Mas o que interessa é... sabe o que Jorge disse? Que eu era a única paciente criança dele "inesquecível"... que nunca tinha conseguido me esquecer porque fui diferente de todos os outros "pacientes". Por que? Eu perguntei (CLARO!). E ele respondeu com um sorriso simples, como se fosse uma coisa óbvia: "Porque você foi a única que nunca me abraçou. Nunca me chamou de 'tio', preferia brincar sozinha e eu sempre tive absoluta certeza de que jamais teria ido às sessões se não fosse para encontrar com um adulto".
Ok.
That was the little me. It sounds like my "old" me. The younger me, anyway. Quem me conhece hoje percebe, sem muito esforço, que eu mudei um "tantinho"... E eu sei bem COMO, QUANDO, e PORQUE (mas fica pra outro post).
Que idade tinha eu, então, quando Jorge me conheceu? E que idade tenho eu hoje? Parece que passou muito tempo. Parece que foi ontem. Por isso o tempo é SEMPRE tão relativo. E por isso o tempo é SEMPRE tão cruel e absoluto (?). Mas o que o tempo tem de pior e o que tem de melhor é que não volta NUNCA.
Heráclito disse isso, não foi? "O homem não pode se banhar duas vezes no mesmo rio"? Isto é, quando ele torna a submergir, são outras águas, porque as anteriores já correram... a correnteza levou... Assim é o tempo. Tanto para o bem quanto para o mal.
Um pensamento que se atribui a Leminski diz "Aqui nessa pedra, alguém sentou para olhar o mar. O mar não parou para ser olhado. Foi mar pra tudo que é lado".
E naquele texto famoso de Shakespeare que fala de tudo que aprendemos com o tempo tem um techo que diz: "Não importa em quantos pedaços seu coração se parta, o mundo não pára para que você o conserte."
Então... se iremos pegar o tempo pelo que ele tem de rigoroso, segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos... podemos falar que todas as pessoas têm idade. O tempo é cruel e absoluto.
Mas se pegarmos o tempo pelo que ele tem de impreciso... sinto passar, não sinto passar, foi muito, foi pouco, curou, não curou, é breve, será duraudouro... O que é brevidade? O que é duradouro? O que é pouco e muito? Curto e longo? DEPENDE! E qual sua idade? Hoje? Amanhã? Ontem? DEPENDE. Depende até da idade do outro. O tempo é relativo.
Números são coisas matemáticas. Certo? Peeeeeeeeeeem. As vezes. hahahahahhaha. Números não são coisas concretas, firmes e determinadas como se pode pensar, viu!? Engana-se quem pensa assim. Quer ver? Um número pode lhe dizer seu peso, sua altura, sua IDADE... mas pode dizer como você se comporta com o outro! Não acredita nessas bobagens? Meu chapa! Esse é um mundo livre. Acredite no que quiser. Quer acreditar no pé grande? Vá em frente! Quer duvidar de tudo! be my guest! Há quem duvide que Lula sabe do esquema de mensalão! Quem sou eu pra questionar as descrenças alheias!
Como eu ia dizendo...Números! Li uma entrevista de Glória Coelho essa semana na revista de uma companhia aérea. Pense numa mulher austera. Sabe quem é o ídolo dela? Aquela chatona do filme "O diabo veste prada"... aquela de cabelo branco! (Sou péssima com nome de atrizes....) Então! Glória Coelho ou é, ou quer ser, ou gosta de dizer que é, bem "general"... "poderoso chefão".. mas lá pras tantas soltou uma interessante sobre números. A mulher é aficcionada em numerologia e cabala.. essas coisas. Não conheço cabala, apesar de que tenho curiosidade.. mas não orientaria minha vida por isso.. como me recuso a ler horóscopos diários. Gosto de signo como orientação geral.. mas tomo minhas atitudes.. ler horóscopo, pra mim, é balela. Mas ela conta na entrevista que a soma do dia do nascimento dela (não lembro qual o dia) dava "1".. e que este era o número dela. E por isso ela era uma pessoa que prezava seu individualismo, e hoje tinha uma relação em que cada um morava em sua casa e achava delicioso visitar o marido, blá blá blá. Fim da participação de Glória Coelho para nós.
Fiquei pensando. Pensando. Pensando. Lá vou eu viajar... Fui lá em Marte dar uma volta. Nasci dia 17. 1 + 7 = 8. 8 é o símbolo que representa o infinito, a continuidade, o eterno. Affffeeeeee! Eu PRECISAVA de mais uma descoberta de "melosidade" e romantismo na minha vida pra constatar que sou incorrigível! hahahahahahha Mas gostei. Tem tudo comigo isso. Apesar de eu ser fã de números ímpares, 8 é o único número par com o qual eu não implico. E é isso mesmo. E não é só na vida amorosa. No meu modo de ser, não sou uma reta e pronto! Sou tipo essa coisinha cíclica mesmo. Mas não um círculo "redondo"... tinha que ter uma curva, uma interseção, se for olhar de perto deve ter umas ladeiras, subidas... umas coisas bem irregulares pelo meu "8". Inconstantes sim! Mas nunca "volúveis" ;)
Viajei total agora, né? O que isso tem com idade? hahahahha Tem que tudo se expressa em número, ora! E número não é uma coisa concreta e absoluta! :D
Estou me sentindo como Benjamin Button... ficando mais "nova" a cada ano que fico mais velha... Só que ele ficava velho pro dentro e novo por fora... e comigo é ao contrário... vou ficando velha por fora e nova por dentro... Acho que agora entendo o que Pablo Picasso quis dizer quando falou: "Falta muito, muito tempo para ser jovem". Como ele sabia? hahahahaha
Uma jornalista americana chamada Dorothy Fuldheim também descobriu que a juventude trazia debilidades que nada tinham a ver com "a idade de fora", mas com "a idade de dentro"... só pode ser por isso que ela disse: "juventude é uma doença da qual todos nós nos recuperamos ".
Sendo assim... Por que tanta preocupação com a idade? Com a idade alheia? Por que tanto estigma social? Por que tantos rótulos? E eu não sou hipócrita de colocar-me de fora, heim! Eu tenho preconceitos também! Mas não quero mais!
Não quero mais olhar para as pessoas e ver que idade elas têm do lado de fora. Quero tentar adivinhar quanta experiência poderia atribuir às suas almas, aos seus pensamentos, aos seus sorrisos, medos, lágrimas e rompantes! Aonde foi que eu li que "A experiência tem mais a ver com o que a pessoa viveu e o que aprendeu a partir disso, do que com quantos aniversários celebrou"?! Onde vi isso que nuuuunca esqueci? Quero agora VIVER isso nas pessoas...!
Não quero saber do tempo que você viveu. Me diga do tempo que há dentro de você.
Em Marte não se conta o tempo como aqui na Terra. Principalmente porque acreditamos na bagagem espiritual das pessoas. Somos todos mais velhos do que supomos. Somos todos menos experientes do que julgamos. Simples assim. Mars way of life.
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